A WWE teve no último sábado um dos seus eventos mais tradicionais do ano, com o Survivor Series, que, como tem acontecido nos últimos anos, voltou a acolher o War Games. Para além dos dois combates dentro das jaulas, houve três títulos em jogo, numa noite com bastante ação em Vancouver.
PODEMOS SEGUIR EM FRENTE?
O primeiro combate que vimos foi o WarGames feminino, com Rhea Ripley, Bayley, Naomi, Bianca Belair e IYO SKY a defrontarem a equipa de Liv Morgan, Nia Jax, Raquel Rodriguez, Tiffany Stratton e Candice LeRae. O combate em si teve o habitual uso de vários tipos de objetos, como cadeiras, mesas, tacos de basebol, algemas, extintores e caixotes do lixo. E foi precisamente com o caixote do lixo que IYO SKY causou o momento mais memorável, saltando para cima das suas adversárias do topo da jaula enquanto Tiffany Stratton fazia o mesmo, sem o caixote, do outro lado.
Mas o desfecho não me deixou agradado, com Rhea Ripley a derrotar Liv Morgan numa rivalidade que eu gostava que já tivesse terminado, mas que tenho dúvidas que seja esse o caso. Para além disso, não se avançou praticamente nada no mistério de quem atacou Jade Cargill, que estava originalmente planeada para entrar neste combate. Feitas as contas, a equipa das campeãs venceu, Stratton não fez cash-in do seu Money in the Bank e as babyfaces venceram sem grande desenvolvimento de história nenhuma.
NAKAMURA VOLTA A SER CAMPEÃO
Depois, tivemos o combate pelo título dos Estados Unidos, com o campeão LA Knight a defender contra o regressado Shinsuke Nakamura. O combate foi aquilo que se esperava, com o japonês a dominar a maior parte e Knight a tentar recuperar perto do fim. No final, Shinsuke aplicou um reverse suplex que fez com que Knight caísse no chão que separava os dois ringues. Segundos depois, com a ajuda do Kinshasa, Nakamura reconquistou o título dos Estados Unidos.
Esta foi uma decisão que me agradou. Desde que regressou, Nakamura tem levado claramente a melhor sobre Knight do ponto de vista psicológico e fazia pouco sentido que o campeão vencesse só para satisfazer o público. LA teve um reinado satisfatório, mas agora é altura de ver o que é que este novo Nakamura consegue fazer.
BREAKKER SOBREVIVE
De seguida, Bron Breakker colocava o seu título Intercontinental em jogo contra Sheamus e Ludwig Kaiser. Num combate que se esperava altamente físico, as expetativas não foram defraudadas. Sheamus era aquele que tinha maior expetativa, tendo já vencido todos os outros títulos na WWE, com exceção do Intercontinental, mas não foi desta que tal aconteceu.
Um dos pontos altos foi quando o irlandês atingiu o campeão com um Brogue Kick, mas Kaiser puxou o árbitro para fora do ringue antes de este poder contar até três. No final, enquanto Sheamus e Kaiser estavam distraídos um com o outro, Breakker reapareceu para dar Spears em ambos e manter o seu título.
PODEMOS SEGUIR EM FRENTE? – PARTE 2
Numa desforra do SummerSlam, Damian Priest e Gunther voltavam a defrontar-se pelo título mundial de pesos pesados, desta vez com o austríaco a entrar como campeão. Se a construção desta história até tinha sido interessante, com Priest a levar a melhor psicologicamente, o combate teve o mesmo desfecho que já tínhamos visto.
O que vimos antes dos instantes finais foi bastante bom, com Gunther a ter mais um combate do qual se pode orgulhar e Priest, tal como no SummerSlam, a não ficar atrás do adversário. Contudo, Finn Bálor a aparecer para custar o combate ao seu antigo colega nos Judgment Day era algo que já tínhamos visto e que, tal como a história de Rhea Ripley com Liv Morgan, parece ainda não ter acabado.
A VERDADEIRA BLOODLINE IMPÕE-SE NO WARGAMES
Para fechar, tivemos o WarGames masculino, com Roman Reigns, Jimmy Uso, Jey Uso, Sami Zayn e CM Punk a defrontarem Solo Sikoa, Tama Tonga, Tonga Loa, Jacob Fatu e Bronson Reed. Tal como a versão feminina, este combate também teve os seus momentos altos, com Jimmy Uso e Bronson Reed a atirarem-se do topo da jaula para cima de adversários (apenas Uso acertou no alvo), para além do uso de objetos.
Ao contrário da luta feminina, este combate teve algum desenvolvimento de história, particularmente a tensão entre Reigns e Punk, que teve de ser resolvida por Paul Heyman, principal responsável por CM Punk estar neste ambiente. No final, o desfecho também foi o satisfatório, com Reigns a derrotar Solo Sikoa para assegurar a vitória. Depois do combate, ficámos com a ideia de que Heyman deve um favor a Punk, aumentando a intriga para as próximas semanas.