Em trampolim normal, Ryoyu foi dominador | Desportos de Inverno

    ABRAM ALAS PARA O IMPERADOR RYOYU

    Com o vento já bem mais fraco, teria lugar a ronda de todas as decisões! A mesma abria com a desclassificação de Granerud por irregularidades com o fato, contudo seria outro saltador da nação nórdica quem tentaria um derradeiro esforço dando o tudo por tudo, mas como previra seria já demasiado tarde. Lindvik que ao saltar, a excelente distância, 102.5m não seria suficiente para recuperar do atraso causado pelo salto de estreia, terminando em sétimo.

    O viking falhava o “assalto” ao pódio à semelhança do líder da temporada regular, Geiger, que fechava um dia para esquecer afundado na 15ª posição. Também os dois mais jovens eslovenos: Kos 28º e Lanisek  13º posicionados ficariam aquém das minhas previsões. Kraft ao terminar em décimo via o sonho de medalha ficar adiado  para a prova em trampolim grande.

    Quanto aos postos por todos mais desejados: o bronze ficou para Kubacki que o mereceu por inteiro após assinalar 103m. A prata seria para aquele que no começo da prova era o elo mais fraco dos austríacos, mas que virara mais forte, Fettner, que a garantiu após 104m. Já o ouro, apenas o segundo do país depois dos Jogos que organizaram em Sapporo 1972 e onde conseguiram uma tripla nos saltos, seria conquistado por Ryoyu  depois de voar 99m. De realçar ainda que Stoch fechou em sexto, com Klimov a ser quinto e Peter Prevc quarto. Isto num dia em que Sadreev e Zajc fechavam os dez mais.

    TUDO VIRADO DO AVESSO DEVIDO AOS FATOS

    O dia seguinte marcaria uma estreia nos Jogos, pois pela primeira vez teria lugar uma competição por equipas mista a ser constituída por duas rondas de quatro mangas cada e em que as oito melhores  de dez nações  participantes seguiriam para a ronda das decisões. De reforçar que as mangas eram alternadamente compostas por saltos da vertente masculina e feminina, sendo que os maiores favoritos às medalhas eram: eslovenos, nipónicos, noruegueses  e alemães.

    Com o trampolim normal, que contava com uma arquitetura bem identitária dos traços da cultura chinesa, o desenrolar do evento revelar-se-ia capaz de deixar os amantes da modalidade de olhos em bico!

    Na frente, parecendo caminhar imparáveis rumo ao ouro seguia o fortíssimo quarteto da Eslovénia: Peter Prevc, Zajc, Kriznar e Bogataj, com as meninas a serem bronze e ouro respetivamente na competição individual, com o voo mais distante de toda a prova e novo record da estrutura a ser fixado por Bogataj ao saltar 106m.Bem distantes em posição de prata “rodavam” os defensores da bandeira norueguesa: Lindvik, Johansson, Stroem e Opseth.

    A grande surpresa iam sendo os soviéticos: Klimov, Sadreev, Makhinia e Avvakumova, que aproveitavam os azares alheios para se colocarem em posição de bronze. Isto visto que Takanashi, japonesa que se fazia acompanhar por: Ito, Yukiya Sato e pelo campeão olímpico, juntamente com a austríaca Iraschko-Stolz  e  a medalhada de prata destes jogos, a germânica Althaus, terem sido todas desclassificadas por irregularidades com o fato, algo já mais visto neste tipo de eventos! De resto a equipa bávara seria mesmo afastada não passando à ronda final à semelhança da nação anfitriã, mas essa certamente já o esperava.

    Quem também seguia para a fase derradeira da prova eram: canadianos, checos, polacos, nipónicos e austríacos, embora apenas o Canadá e o Japão, mesmo comum elemento fora da equação, pareciam poder ainda discutir verdadeiramente um lugar medalhável.

     

    SÓ A ESLOVÉNIA ESCAPOU À ANORMALIDADE

    Com as condições a manterem-se bastante estáveis e inalteradas à entrada da ronda final, a instabilidade mantinha-se e novamente devido aos fatos! Numa altura em que a Noruega parecia seguir, com alguma facilidade rumo à prata, eis que Stroem seria a vítima seguinte relegando a nação para o oitavo posto. Imunes a tudo isto, escapando por entre os flocos de neve, que caíam em abundância, a Eslovénia tornar-se-ia a primeira campeã olímpica nesta nova competição. A prata, impensável no começo do apronto ficava mesmo entregue ao quarteto da Rússia.

    As surpresas de monta não ficariam por aqui, pois a inexperiente, pouco rotinada e “verdinha” equipa canadiana: Soukup, Boyd-Clowes, Loutitt e Stratet arrebatavam um para lá de inesperado  bronze que mais sabia a título olímpico para um país que só para se ter ideia nem sequer tem orçamento para se financiar a si   próprio nesta modalidade tendo de dividir custos com os EUA que padecem de igual situação.

    De tantas competições de  desportos de inverno a que assisti, jamais tinha contemplado um evento tão: confuso, surpreendente , excitante e tão incerto.

    Os Jogos de Pequim continuarão, e o seu BnR não perderá o que de mais relevante acontecer por estas bandas. Por isso já sabe, fique bem, fique com a nossa companhia!
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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.