O mais recente Campeonato do Mundo de Biatlo, realizado em Oberhof (Alemanha), terminou no último domingo, dia 19 de fevereiro. O Campeonato do Mundo de Biatlo de 2023, competição para a qual dezenas de atletas se vinham preparando desde a pré-época e para a qual a grande maioria dos atletas apontaram as suas baterias, foi o ponto alto da temporada até ao momento. Oberhof acolheu doze provas distintas, repartidas por nove dias de competição, e pôde contar com a presença de centenas de biatletas, que contribuíram para superioridades inigualáveis, desilusões inconsoláveis e voltas e reviravoltas com emoções até aos últimos instantes. Serve este artigo para analisar o desempenho dos homens nesta competição.
OS BIATLETAS EM DESTAQUE
JOHANNES THINGNES BOE (NORUEGA)
O quase inalcançável indiscutível líder da Taça do Mundo procurou refletir a superioridade que vinha demonstrando desde o início da temporada no Campeonato do Mundo e conseguiu-o, tendo saído medalhado de todas as provas nas quais participou. No total, foram cinco medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze em sete provas, não tendo alcançado o degrau mais alto do pódio unicamente nas estafetas masculinas e na prova da partida em massa. Mais uma vez, o mais novo dos irmãos Boe voltou a mostrar que a vitória dos adversários depende unicamente da sua percentagem de acerto na carreira de tiro, já que a sua rapidez a esquiar o faz começar sempre com segundos de avanço face a qualquer rival e lhe permite recuperar dezenas de segundos perdidos em erros e penalizações na carreira de tiro.
SEBASTIAN SAMUELSSON (SUÉCIA)
O sueco de 25 anos de idade preparou este seu grande objetivo da temporada de forma perfeita e apresentou-se em Oberhof melhor e mais consistente do que na Taça do Mundo de 2022/2023, até ao momento. Sebastian Samuelsson ocupou o posto mais baixo do pódio nas estafetas masculinas, na prova individual e na prova de perseguição; e, quando Johannes Thingnes Boe fraquejou, aproveitou e, sem qualquer disparo deslocado dos alvos, traçou o seu caminho até à medalha de ouro na partida em massa. O jovem sueco saiu do Campeonato do Mundo revigorado e vai, com uma esperança renovada, procurar ascender ao top 5 da classificação geral da Taça do Mundo até ao final da época.
STURLA HOLM LAEGREID (NORUEGA)
O número 2 da hierarquia norueguesa exibiu-se novamente digno de presenças constantes no pódio, mas nunca no lugar da medalha de ouro, a nível individual. Coletivamente, obteve uma medalha de ouro e uma medalha de prata; já a nível individual, “ficou-se” por duas medalhas de prata e uma medalha de bronze, não se sagrando campeão do mundo de nenhuma das disciplinas, ora por erros próprios, ora por se defrontar com um Johannes Thingnes Boe na sua própria galáxia. O norueguês natural de Baerum tem agora a fase final da Taça do Mundo de Biatlo para voltar a erguer os braços (sozinho no pódio).
QUENTIN FILLON MAILLET (FRANÇA)
O biatleta francês, natural de Champagnole, procurava inverter o rumo da sua temporada (francamente medíocre) em Oberhof, visando reeditar o sucesso olímpico que teve em Pequim. Quentin Fillon Maillet, a nível individual, não pode ser dito que teve um desempenho desastroso, mas também não é possível apontar qualquer performance digna de relevo; já a nível coletivo, conquistou uma medalha de bronze nas estafetas mistas e foi absolutamente fulcral para o final dourado nas estafetas individuais, com uma última volta imaculada, que afastou as pretensões maiores dos noruegueses. De uma forma genérica, o já experiente biatleta esteve bastante distante do seu melhor nível; porém, o seu brilharete nas estafetas masculinas, que levou os seus compatriotas ao ouro, fez dele um dos biatletas em destaque no Campeonato do Mundo de Biatlo.
TARJEI BOE (NORUEGA)
O mais velho dos irmaõs Boe chegou aos Campeonatos do Mundo como um outsider com possibilidades mais reduzidas de conquistar medalhas, pelo menos, a nível individual, mas rapidamente tratou de mostrar que as suas possibilidades não deveriam ser assim tão reduzidas. Tarjei Boe, para além de ter conquistado uma medalha de prata nas estafetas masculinas, teve na prova de abertura a nível individual, o sprint, o seu grande momento, tendo-se sagrado vice-campeão do mundo, ficando apenas atrás do seu irmão, Johannes.