Saltos de Esqui, Torneio dos 4 Trampolins | E Kamil Stoch é «tri»!

Concluídas que estavam as duas primeiras etapas em solo germânico, o torneio dos quatro trampolins, rumou à Áustria. Foi em Innsbruck , no Bergisel, o mais pequeno dos quatro palcos da edição 69 deste mítico evento, que se desenrolou a terceira etapa deste torneio que todos os anos decorre entre finais de Dezembro e inícios de Janeiro. Recorde-se que este trampolim tem uma caraterística muito particular: no final da rampa de aterragem, os saltadores têm como cenário um cemitério!

A questão era: quem iria enterrar aqui as suas aspirações, no que concerne à luta pelo “Four Hills Tournament”?

A equipa polaca estava em alta, depois de quase ter ficado de fora devido a um falso positivo que  os ia excluindo da prova. Estavam agora com dois homens na luta pela “águia dourada”, falo de Kubacki e Stoch, ambos já campeões da prova. O mais novo, de Nowy Targ, conquistara este troféu na temporada finda. Já Stoch natural de Zakopane, havia vencido o torneio em duas ocasiões, a última delas com um “poker”, tornando-se apenas no segundo atleta da história a poder orgulhar-se de tal façanha, depois do germânico Sven Hannawald ter realizado tal feito em 2002. Stoch veria no ano seguinte (2018/19) o nipónico Ryoyu Kobayashi imitá-lo, fazendo parecer algo banal.

Sem mais delongas vamos focar-nos na terceira etapa dos quatro trampolins.

Como já tive oportunidade de referir o evento teve como cenário o trampolim olímpico de Innsbruck, capital do Tirol.

Gregor Schlierzauer , o mais vitorioso de sempre da modalidade, contabilizando 53 subidas ao lugar mais alto do pódio em etapas alusivas à Taça do Mundo, atuava em casa. Mesmo que sem grandes ambições na geral, os locais esperavam conseguir um pódio, diga-se que qualidade tinham!

O norueguês Marius Lindvik, continuava ausente, pelo facto de ter arrancado um dente do siso. Sim caro leitor! Ouviu bem! Após ter feito pódio em Oberstdorf, eis que o vice-campeão da época transata foi acometido por uma forte dor de dentes, que o  fez falhar as etapas de Garmisch e de Innsbruck.

Por sua vez os germânicos, também viam cada vez com mais dificuldade a reconquista de uma competição que lhes escapa já há 19 anos.

Convém explicar aos menos familiarizados com o formato deste mítico evento de inverno, que o mesmo é distinto do verificado nas demais provas da Taça do Mundo. Na prova participam  cinquenta atletas, que anteriormente disputam uma qualificação. A novidade é que os saltadores se enfrentam nos tradicionais e tão sui generis “mata-mata”, que proporcionam 25 duelos , ficando apurados para a ronda final os que vencem estes face a face, bem como os cinco melhores “Lucky Losers” (os cinco atletas que tendo perdido no confronto direto, logram voar mais longe).

Destaque-se que as condições de vento, longe de serem as ideais, contribuíram para que as marcas não fossem tão distantes quanto era inicialmente espectável, num trampolim em que a técnica faria a diferença, dado ser o de menor dimensão dos quatro que constituem a competição.

Os polacos estavam definitivamente com «ganas» de se afirmarem como a seleção mais forte da atualidade, demonstrando todo o poderio neste evento, colocando Kamil Stoch na primeira posição, ascendendo desta forma à liderança do torneio. David Kubacki depois da terceira posição no Bergisel, ia-se  perfilando como o maior rival de Stoch. O esloveno Anze Lanisek, que já era “carta fora do baralho” para a geral do “Four Hills”, devido a uma má exibição nas duas primeiras provas, arrecadou a prata. Nomes como Stefan Kraft da Áustria ou o do líder da Taça do Mundo, o norueguês Alvor Egner Granerud, viam ir “por água a baixo” as esperanças de conseguir resgatar a tão sonhada “águia dourada”.

À chegada ao Paul Ausserleitner de Bischofshofen, tínhamos a polémica instalada, tudo devido a umas declarações proferidas por Granerud. Nas mesmas o norueguês dava a entender que Stoch estava no comando por ter tido sorte com as condições de que havia disposto.

Devo dizer que na minha opinião defendo que o atleta de Oslo não teve a melhor das posturas. No entanto, acho que as declarações foram empoladas, inclusivamente na Polónia vasculharam o passado do atleta, trazendo a lume alguns episódios menos felizes do nórdico. Granerud acabou por pedir desculpa ao polaco, que referiu idolatrar.

Logo na qualificação houve um nome de peso a acabar mais cedo a sua participação no torneio. Anze Lanisek, que, não obstante estar a fazer a melhor temporada de sempre (já com três idas ao pódio), veio confirmar o que já se pensava: que ainda é bastante inconsistente e verdinho para conseguir fazer a diferença, numa competição em que o que mais interessa é a regularidade.

Após o términus da primeira ronda, as probabilidades de vermos Stoch a levantar pela terceira vez a “águia dourada” disparavam em flecha, tudo porque  os seus mais diretos perseguidores: Kubacki e Granerud, encontravam-se fora dos cinco primeiros.

Ainda de destacar que Gregor Schlierzauer, vencedor do torneio em duas ocasiões, se recusou a que o seu equipamento fosse verificado, o que terminou em desqualificação para o “puto de Rum”.

O guião esperado cumpriu-se mesmo e Kamil Stoch carimbou não só a 38.ª vitória da carreira, ficando a uma de Adam Malysz, como ergueu pela terceira vez este emblemático troféu. Fazendo-se acompanhar pelo norueguês Lindvik, que se não fosse a ausência forçada talvez tivesse sido o maior rival de Stoch e ainda por  Karl Geiger, que consegui assim não só o bronze em Bischofshofen, como o segundo posto nos quatro trampolins, relegando David Kubacki para o degrau mais baixo do pódio no certame.

Já na geral da Taça do Mundo: Granerud continua na dianteira, com cerca de 150 pontos de vantagem para o germânico Eisenbichler, que falhou desde Oberstdorf. Já Stoch trepou até ao terceiro lugar.

Embora o polaco esteja momentaneamente a mais de três centenas de pontos do norueguês, acredito que com tanto campeonato ainda pela frente, este possa voltar a vencer o grande “globo de cristal”.

Escusado será dizer que o BNR dar-lhe-á semanalmente conta de tudo o que se irá passar na Taça do Mundo de saltos de esqui.

Foto de Capa: FIS-SKI

Artigo redigido por Diogo Rodrigues e José Baptista

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O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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