Espanhóis prolongam jejum lusitano | Hóquei em Patins

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Era de orgulho ferido, fruto de uma derrota bem amarga na final do Mundial decorrido no começo da temporada em S. Juan na Argentina batidos pelos anfitriões, que a seleção nacional de Hóquei em Patins abordava a possibilidade de voltar a tocar o maior troféu do velho continente, claro está o Campeonato da Europa. Refira-se que os orientados por Renato Garrido teriam por objetivo final a obtenção do 22º título  Europeu, mas com a equipa da casa a pretender alcançar a 19º conquista. Realce-se que a competição tinha por “casa” o Pavilhão Olímpico de Sant Saturdí D’Anoia em plena Catalunha, com Portugal, Espanha, Itália e França  a disputar o grupo A que comportava as seleções mais poderosa, enquanto que o  B contava com: Inglaterra, Suíça, Andorra e Alemanha

GIRÃO PERDE EUROPEU POR ALGO BEM MAIOR

Quando comparada a convocatória, elaborada pelo corpo técnico nacional, com a do Mundial de S. Juan havia desde logo a notar uma ausência de vulto, alguém que salvo melhor opinião está seguramente entre os melhores guarda-redes do planeta hóquei, Ângelo Girão, atual guardião do Sporting CP, já também campeão nacional ao serviço da AD Valongo. Ele que fez parte da seleção que pela última ocasião havia vencido uma prova desta estirpe, em Oliveira de Azeméis em 2016. Segundo declarações de Girão e do selecionador, este desfalque deveu-se ao facto do atleta ter sido pai recentemente, com o próprio a ter pedido para que o seu nome não figurasse nas escolhas para o certame. Para o seu lugar seria chamado o filho do grande Edo Bosch, o titularíssimo da baliza da AD Valongo, Xano Edu, que até então não somava qualquer internacionalização pela equipa principal das quinas não obstante os incontáveis sucessos nos escalões de formação. Também  o seu colega de equipa nos valonguenses Nuno Santos era outra cara nova na seleção nacional.

CALOR IMPEDE GRANDE QUALIDADE DOS ESPETÁCULOS

Se a zona da Catalunha é por tradição um local já bastante quente nesta altura do ano, a vaga de calor que assola parte do território espanhol agravou ainda mais todo esse cenário, com os encontros a serem muitas vezes jogados com temperaturas perto dos 40 graus, algo altamente nefasto para a rapidez, ritmo e intensidade das partidas, sendo esta canícula igualmente responsável pelo afastamento de público das bancadas.

PRIMEIRA FASE ULTRAPASSADA COM DISTINÇÃO , MAS SEM GRANDE BRILHANTISMO!

Com as principais potências a defrontarem-se numa fase inicial e com todas a avançar para a seguinte repetindo-se igual sorte no outro agrupamento, algo do qual discordo na totalidade,  roubando em minha opinião muito espetáculo, incerteza e emoção a estes primeiros embates de uma competição onde as seleções jogaram diariamente entre segunda e sábado. Portugal foi cumprindo, sem nunca apresentar um hóquei demolidor, algo justificável pelo calor abrasador, pela passagem estar garantida e quiçá tendo em vista a gestão de recursos. A verdade é que nos primeiros três encontros do 55º Europeu da modalidade os lusos apenas diante dos caseiros experimentaram dificuldades, empatando a três bolas bem perto do términus da partida. De resto superamos os franceses por 3-1  e ultrapassamos os italianos por 7-4, resultados que não espelham de todo o equilíbrio verificado. A nossa seleção acabaria por confirmar a passagem na primeira posição do grupo, vencendo seguidamente os ingleses por 15-2, numa espécie de jogo de treino, que em nada dignificou esta fase da competição. Sendo urgente alterar o formato experimentado na presente edição.

PORTUGAL RESOLVE EM PRIMEIRA PARTE DE EXCELÊNCIA!

Nas meias, diante dos gauleses, creio, salvo melhor opinião que fizemos os 25’ mais bem conseguidos de toda a campanha, marcando cinco golos contra dois dos francófonos ,  mas sobretudo criando muitas chances e praticando um hóquei rápido, intenso, inteligente e bem atrativo, resolvendo uma partida que de fácil tinha muito pouco. Os comandados de Renato Garrido , com superior experiência, mestria, rigor e capacidade de circulação de bola “roubando-a aos adversários lograram a qualificação para a final esperada diante dos organizadores,  forçados a grandes penalidades diante dos transalpinos.

Já  na final e mesmo deixando tudo em ringue, os bravos lusitanos acabaram por se revelar incapazes para levar de vencida uma forte armada espanhola, num duelo onde  tudo pareceu pender para o lado de nuestros hermanos,  não se podendo apontar falta de garra, empenho, vontade ou sequer fadiga competitiva aos atletas que mais uma vez representaram magistralmente e defenderam o símbolo que carregaram no peito. Gonçalo Alves com dez tentos apontados e cinco assistências efetuadas foi o praticante mais em foco ao longo desta inesquecível semana para todos que apreciam a arte de bem  saber patinar.

Agora é tempo de focar, descansar e voltar aos respetivos campeonatos, esperando que no futuro possamos continuar a marcar presença nos palcos maiores de uma modalidade querida de todos os portugueses, sendo aquela na qual mais títulos europeus e mundiais alcançamos até aos dias de hoje.

O desporto de alto nível “mora” aqui no seu BNR, o palco onde o este é  rei!

Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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