A Caminhada até Paris 2024 #2: Ciclismo de Pista / Estrada

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Estamos a caminho dos Jogos Olímpicos de Paris 2024! Entre os dias 26 de julho e 11 de agosto, os melhores atletas do Mundo irão lutar por medalhas em 48 modalidades diferentes! Do futebol ao hipismo, o BnR traz-lhe a antevisão do maior evento desportivo do Mundo, que decorre em Paris.

CICLISMO DE PISTA

A popularidade do ciclismo de pista remonta ao século XIX, quase imediatamente a seguir à criação das bicicletas propriamente ditas. De acordo com o site oficial dos Jogos Olímpicos de Paris, as primeiras bicicletas terão aparecido na década de 1850. 20 anos depois, em Inglaterra, começam a realizar-se corridas de bicicleta dentro de portas e em pistas de madeira, sendo que foi em solo inglês que se realizou a primeira competição de seis dias, no ano de 1878. Em 1893, realizar-se-ia o primeiro campeonato do Mundo da modalidade.

Essas pistas de madeira são os velódromos. O ciclismo de pista estreou-se no calendário olímpico em Estocolmo 1912, sendo que a vertente feminina apenas chegou ao programa Olímpico em Seul 1988. O ciclismo de pista é dominado na Europa, com países como Reino Unido, Itália, França, Bélgica, Países Baixos e até Portugal a serem campeões nos Mundiais, Europeus e Jogos Olímpicos. Fora do “Velho Continente” são os Estados Unidos e a Austrália que dão cartas.

O Ciclismo de pista tem sido alvo de um grande investimento por Portugal, nomeadamente com a construção do velódromo de Sangalhos e do Centro de Alto Rendimento de Anadia. E como tal, é uma das modalidades em que Portugal entra com mais hipóteses de conquistar uma medalha olímpica. Os sucessos de Iuri Leitão, no scratch e no omnium, que se sagrou tricampeão europeu (um dos títulos ganhos em sub-23) e campeão do mundo das respetivas vertentes. Na perseguição individual, Ivo Oliveira já foi campeão da Europa de perseguição individual, tendo conquistado três medalhas de prata em Europeus e mundiais (chegou a perder uma final para Filippo Ganna). O irmão gémeo de Ivo, Rui Oliveira também sabe o que é ser campeão europeu, tendo conquistado o ouro no scratch em 2021. Já em 2023, alcançou a medalha de prata na prova de eliminação

Nas mulheres, Maria “Tata” Martins é o nome maior. “Tata” tornou-se a primeira mulher portuguesa a representar Portugal em Ciclismo de pista nos Jogos Olímpicos, fechando no oitavo lugar do scratch e encontra-se num ano de sabática no ciclismo de estrada para se focar a 100% na pista. São seis as competições de ciclismo de pista disputadas nos jogos: Madison, Keirin, sprint individual, sprint por equipas, perseguição individual e perseguição por equipas.

De acordo com o Portuguese Cycling Magazine, Portugal levará para Paris a sua maior comitiva de sempre no ciclismo de pista, com o omnium (masculino e o feminino), bem como o Madison masculino a serem as principais apostas da Seleção Nacional. No dia 15 de abril, será conhecido o número de ciclistas que representará Portugal nos Jogos Olímpicos, no ciclismo de pista.

Um dos maiores nomes de sempre do ciclismo de pista é o de Chris Boardmann e o seu desempenho nos Jogos Olímpicos de 1992 demonstrou isso mesmo. O britânico arrasou a concorrência na perseguição individual e soube tirar proveito não só das suas capacidades físicas, mas também da tecnologia avançada da sua bicicleta. Esmagou o recorde mundial nas rondas preliminares e na final, deu uma volta de avanço a Jens Lehmann, da Alemanha, para se tornar no primeiro medalha de ouro britânico em ciclismo desde 1920.

CICLISMO DE ESTRADA

O ciclismo de estrada torna-se uma modalidade de competição devido às circunstâncias socioeconómicas do século XIX. Como nota Jean François Mignot, no artigo “The History of Professional Road Cycling”, a profissionalização do ciclismo deveu-se ao aumento do rendimento da generalidade das populações na Europa ocidental. As bicicletas deixaram de ser vistas como o meio de transporte das elites, o que siginficou uma redução dos preços e consequentemente maior acessibilidade. Isso também tornaria a organização de corridas em que os ciclistas percorriam largas distâncias um negócio lucrativo para os jornais, que aproveitavam para aumentar a sua receita, através de vendas e publicidade.

A primeira corrida de que há registo foi a Paris Saint Cloud em 1868. Uma prova disputada com bicicletss que nem uma corrente possuíam, estavam longe de ser as máquinas que iriam elevar a popularidade do desporto. A edição inaugural Liége-Bastogne Liége ocorreu em 1892 e foi a primeira corrida oficial fora de França.

Em 1900, foi criada a União Ciclista Internacional (UCI) que desempenha a função de órgão tutelar de todo o ciclismo (não apenas o de estrada) até hoje. O ciclismo de estrada tem a particularidade de ser uma das modalidades originais dos Jogos Olímpicos, estrando-se nas primeiras olimpíadas modernas, Atenas 1896. Acabou por ficar de fora até 1912, quando voltou sob a forma de uma prova de contrarrelógio. Só em Los Angeles 1984, é que o ciclismo de estrada feminino faria a sua estreia em Jogos Olímpicos, com uma prova de fundo à qual se juntaria o contrarrelógio, em Seul 1988.

Curiosamente só nos Jogos de ’96 é que passou a ser permitida a participação de ciclistas profissionais nos Jogos Olímpicos. Portugal alinha nesta modalidade em Paris com três atletas: dois homens (para o contrarrelógio e para a prova de fundo) e uma mulher (a primeira desde Ana Barros, em 1996, que fechou no 23º lugar). De resto o ciclismo de estrada, é popular em países como a Bélgica, Países Baixos, França, Espanha, Reino Unido, Colômbia e tem vindo a ganhar popularidade em África. Nos Estados Unidos, também experiencia um ressurgimento mais de 10 anos depois do escândalo de Lance Armstrong.

Portugal já foi feliz no ciclismo de estrada olímpico. Em Atenas 2004, Sérgio Paulinho fechou na segunda posição. ao seguir um ataque do italiano Paolo Bettini, passadas quase 4 horas e meia de corrida. Para além de Paulinho, também Alejandro Valverde e Alexandre Vinoukurov responderam ao ataque do antigo campeão do Mundo. Mas só o português seguiu e fez o seu trabalho na frente, com vista a garantir a medalha histórica para Portugal, que lhe viria a garantir toda uma carreira no ciclismo internacional, ao lado de nomes como Andy Schleck e Alberto Contador. Axel Merckx completou o pódio.

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Filipe Pereira
Filipe Pereira
Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.

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