JO: Brasil x Alemanha. Depois do Knockout!

Neymar terá a oportunidade que não teve em 2014 Fonte: Rio 2016
Neymar terá a oportunidade que não teve em 2014
Fonte: Rio 2016

Assim se espera um jogo intenso, tanto do lado da bancada ou dos prognósticos, como também do jogo. Acredito que se a pressão não existir nos jogadores brasileiros um bom espetáculo estará para surgir! Desse fatídico jogo só Neymar é sobrevivente. Não têm razão para se sentir pressionados. Uma história em cenário semelhante nunca se escreve da mesma forma. O Brasil convocou praticamente os melhores jogadores da nova geração, destacando: Marquinhos (PSG), Douglas Santos (Atl. Mineiro), Wallace (Grémio), Luan (Grémio), Gabriel Barbosa (Santos), Gabriel Jesus (Man. City) e, claro, Neymar (Barcelona). Desde a entrada de Luan e Wallace no onze titular que a equipa ganhou, por um lado, criatividade, com o primeiro, e por outro lado equilíbrio com o segundo. A partir daqui se deu espaço para que Renato Augusto não ficasse com tanta responsabilidade e Neymar com muita cobrança. Se Neymar tiver espaço para pensar um jogo coletivo e não quiser resolver tudo sozinho, o Brasil fica muito próximo de vencer. Com Luan e Wallace o jogo passou a ser mais fluido e permitiu que a dinâmica entre Gabigol, Neymar e G. Jesus se revelasse. Inclusive o lateral esquerdo Douglas Santos mostrou que é um lateral moderno! O Brasil só ganhou, e bem, a partir do jogo que realizou com maior pressão. Com a Dinamarca, na fase de grupos, foi equipa unida.

Do lado alemão, viu-se uma equipa bastante europeia. As quatro fases de jogo bem definidas. Princípios de jogo articulados, com momentos de posse de bola e outros de exploração de espaços vazios. A Alemanha é letal nas transições defesa/ataque. Assim que recupera a bola sabe explorar bem a profundidade e tem nos irmãos gémeos Bender (Leverkusen e Dortmund) o compasso certo do futebol alemão e principalmente em Max Meyer (Schalke04), Julian Brandt (Leverkusen) e Sèrge Gnabry (Arsenal) a eficácia de que tanto falo. Selke (Leipzig) e Petersen (Freiburg) são só um complemento da dinâmica organizada desta equipa. São uma máquina de fazer golos, mas vale lembrar que também consentiram alguns com seleções de menor expressão (três com a Coreia e dois com o México). São um elenco de respeito, desconhecido para muitos dos brasileiros, mas certamente o futuro da seleção alemã. Ainda assim, vale lembrar que ficaram em casa Joshua Kimmich (Bayern), Emre Can (Liverpool), Julian Draxler e Mario Götze (Dortmund). Todos poderiam estar neste elenco pela idade – falando só dos que foram titulares da Alemanha neste último Europeu – mas os clubes não os libertaram e a seleção não fez força para os trazer. O propósito é outro! Para se ter uma ideia, a Alemanha investe bem mais – em dinheiro – na qualidade de formação dos técnicos, nas condições e nas infra-estruturas do futebol jovem do que aquilo que o Brasil, com todos os clubes juntos, investe no futebol profissional do Brasileirão. Importa também dizer que, embora a Alemanha tenha 80 milhões de habitantes para os 200 milhões de brasileiros, é a confederação com mais jogadores federados do mundo. É lógico que se colham os frutos no futuro!

Por fim, acredito que as palavras certas para esta final são respeito e humildade. Ambiciosos devem ser os dois. São potências mundiais do futebol. O Brasil tem aqui a sua grande aposta de futuro e está em condições de dar uma bofetada de luva branca a quem não acreditou. Mas precisa de ter respeito pelo adversário, independentemente de conhecer ou não os nomes dos jogadores adversários, pois o que jogam são os pés, o coração e o cérebro. No caso da Alemanha acredito que, se der a iniciativa do jogo ao Brasil e o deixar empolgar-se com a torcida, poderá transformar o sonho brasileiro em pesadelo. Querem muito vencer, mas vão depender da falta de inspiração brasileira e do facto de apresentarem humildade na forma como abordam o jogo. Terá de ser aquele lutador que aposta no erro do adversário e na baixa da mão que guarda o rosto.

 

Foto de Capa: Brasilpost

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Um português residente no Brasil. Vive com intensidade e aprendeu a não ter medo de escolher. Ama e trabalha com o Futebol, que colide com alguns dos seus valores morais. Futebolísticamente interessa-se por assuntos polémicos e desmistificar ideias não sustentadas em fatos. Inconformado, contagia-se pelos porquês que o levam a amadurecer.                                                                                                                                                 O Paulo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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