A NECESSIDADE DE ÁGUA E DA REGULARIDADE
Água. Todos precisamos de água para sobreviver, é um facto. Mas há quem também precise por outros motivos. Tamila Holub é nadadora olímpica portuguesa e a maioria do seu tempo é passado… na água, obviamente, e as saudades da piscina já são muitas: «[A água] faz-me a falta toda. Treino por dia normalmente seis horas e cinco são dentro de água. Eu que sou crollista, sinto mesmo necessidade de água e de fazer um grande volume de metros».
Mais um recorde pessoal nos Europeus de Glasgow 🤤💥
Tamila Holub termina em 12º lugar nos 800 metros livres e estabelece a sua melhor marca na categoria! 👑 pic.twitter.com/7OT82qCSxO
— SC Braga (@SCBragaOficial) December 4, 2019
Antes da pandemia da COVID-19, Tamila Holub bateu o seu recorde pessoal nos Europeus de 2019
Dentro de quatro paredes, tal como maioria da população, Tamila tem aproveitado para se manter em forma com um treino que vai acompanhando num canal de YouTube. Após o SC Braga ter cedido uma passadeira, a corrida é feita sempre no mesmo sítio, mas, pelo menos, também já entra no seu programa de treino. Pouco mais tem feito, visto que a parte mais importante da sua rotina desportiva é impossível de pôr em prática.
Certo é que a Câmara Municipal de Braga, na voz da vereadora do Desporto Sameiro Araújo, disponibilizou a piscina para que Tamila e José Paulo Nunes, juntamente com Luís Cameira – treinador do SC Braga -, pudessem voltar a treinar. Porém, com os Jogos cancelados e a época destroçada: «não valia a pena neste momento arriscar estar a sair de casa. Basicamente, isto seriam as nossas férias e depois era sempre a bombar», contou-nos a atleta bracarense.
Rigoroso? Talvez seja a palavra para os planos de alimentação de vários atletas, mas, em tempos festivos, comer um doce é sempre permitido. Agora, parada o controlo deve ser palavra de ordem. À falta de exercício físico regular para queimar as calorias que ingere é necessário criar uma forma inovadora para que estas possam ser perdidas. Digamos que é uma questão de cuidado, porém, como Tamila nos confidenciou a irmã de oito anos não a deixa estar parada: «tentamos andar de bicicleta. Ela é um estímulo extra para me mexer e fazer qualquer coisa».
𝗕𝗿𝗮𝗰𝗲 𝘆𝗼𝘂𝗿𝘀𝗲𝗹𝘃𝗲𝘀, Tamila Holub is swimming 👀🏊♀
Desta vez fora de água, o resultado é o mesmo: depois da conquista de 4⃣ medalhas há uma história sobre OURO ✨ a contar ➡ https://t.co/C9InsKKQha pic.twitter.com/uzApjuBiJc
— SC Braga (@SCBragaOficial) August 6, 2019
A atleta do SC Braga vai estando fora de água, tal como estava em agosto durante a entrevista ao seu clube, e é desta forma que tem tentado manter a forma
O APOIO INVERSO DO QUE SE ESTÁ HABITUADO
A água e as braçadas deixaram de fazer parte do quotidiano de Tamila Holub e os livros ganharam mais destaque neste momento na vida da atleta. Ainda para mais depois da morte de Luis Sepúlveda, vítima de COVID-19, a jovem nadadora agarrou nos rasgos de génio do escritor chileno compilados em livros e releu-os. Do mundo das artes, chegou também a irmã de Tamila que compôs uma sinfonia e que é reproduzida pela sua flauta… a melodia ainda não é a melhor, mas a atleta tem ajudado no que pode.
Na vida de um atleta, as “estadias” na sua própria casa são curtas e, por vezes, inexistentes. Para Tamila Holub é estranho estar tanto tempo com a sua família, mas acredita que: «é muito bom agora passar tempo com eles. Dedicar-lhes algum tempo, porque tem sido sempre o contrário e é aproveitar estes momentos juntos». Dentro de casa em Portugal, mas com um pé na Rússia está a família de Tamila Holub, que assumindo o papel de guia turística tem entretido os serões com passeio online pelos museus russos.