Sonho do Olimpo #2: Quanto mais alto, maior a queda

    UM VELOCISTA, UMA CINEASTA E UM DITADOR ENTRAM NOS JOGOS OLÍMPICOS – Parte Dois

    Luz Long

    Agora, vamos voar com Jesse Owens, que tinha também ele qualidades de «saltador», e com Luz Long, o atleta alemão que era o recordista europeu da disciplina. Mas porque é que é tão importante este atleta no enredo? Bem, nem faria sentido introduzi-lo quando a história só tem três personagens no título, mas este vai ser um dos principais personagens da história original dos Jogos Olímpicos de 1936.

    Long reparou nas dificuldades de Owens na qualificação para a final do Salto em Comprimento e tentou ajudá-lo. Uma amizade que acabaria por vingar nesta Olimpíada. Foi das disciplinas mais disputadas nesse ano e até valeu a Owens um recorde olímpico ao saltar 8.06 metros, para além do segundo ouro que viria a arrecadar nestes Jogos.

    Luz Long ficou também para a história pelo seu ato, após a vitória de Owens, quando deu uma volta olímpica a congratular o seu adversário. Um verdadeiro murro no estômago nas intenções nazis de fazer com que a “raça ariana” fosse considerada a mais forte nesta edição de 1936. O atleta alemão teria um destino trágico, pois acabaria por falecer, em 1943, na Segunda Guerra Mundial na frente italiana.

    Leni Riefenstahl

    Temos de referir a cineasta alemã que estava encarregue de filmar todo o evento organizada pela então Alemanha Nazi. Seria ela que teria o papel de conseguir passar todas as emoções de um evento desta dimensão para o “pequeno e grande ecrã”. Digamos que foi a grande responsável pela possibilidade de muitos alemães conseguirem ver os Jogos Olímpicos sem estarem presentes no estádio.

    Dos Jogos Olímpicos de 1936, saiu o filme “Olympia” e foi importante para até hoje sabermos muitos detalhes do que realmente aconteceu neste evento. Desta forma, foi, sem dúvida, também ela peça fundamental, sobretudo, através das câmaras.

    Adolf Hitler

    Foram os primeiros Jogos com mais importância a nível de meios de comunicação e, sobretudo, com transmissão no novo aparelho: a televisão. A juntar a isto também a rádio foi, novamente, um grande veículo de informação, porém, esta já se tinha estreado muito antes no ano de 1926.

    Segundo o Olympic.org, foram vendidos mais de quatro milhões de bilhetes ao longo da competição e também a grande cobertura televisiva permitiu que todos os alemães vissem que afinal judeus, “negros” e até outras nacionalidades podiam vencer também medalhas olímpicas… Afinal, eram assim tão poderosos os “Arianos” como Hitler dizia? Pois, ficou à vista de todos que não. Estes Jogos mostraram o enorme fracasso de Adolf Hitler, contudo, já nada podia ser apagado da história.

    Foi ironicamente o grande derrotado em 1936 e o que se procedeu depois deste ano foi algo que a Europa e o Mundo não estava (estavam, mas não agiram) à espera: a Segunda Guerra Mundial (1939-45) e com ela o Holocausto.

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    João Pedro Barbosa
    João Pedro Barbosahttp://www.bolanarede.pt
    É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.