BnR: Analisando o ténis e, em particular, a sua vertente feminina em Portugal, quais são as principais dificuldades sentidas pelas jogadoras? E mais concretamente, o que falta para, tal como na vertente masculina, Portugal colocar uma tenista consistentemente no top 100 mundial?
RV: A maior dificuldade que as jogadoras sentem, em Portugal, é efetivamente a nível de patrocínios, que as impedem de competir, e essa é uma facilidade que as atletas internacionais neste momento têm, acabando por competir muito mais. Este ano a Federação, felizmente, fez um esforço para que se realizassem torneios internacionais femininos em Portugal, o que para o ténis português é ótimo.
BnR: Acreditas que estão reunidas as condições para termos um tenista português no top 10 do ranking ATP ou WTA ou, pelo menos, acreditas que tal possa vir a ser possível no futuro?
RV: Acredito que a nível masculino no próximo ano, senão já mesmo este ano, teremos um jogador no top 10 mundial. A nível feminino, de momento, não temos atletas tão bem classificadas mas penso que se está a verificar uma sensibilização nessa direção.
BnR: Olhando para o panorama do ténis atual, qual é para ti a melhor tenista da atualidade e qual é para ti a tenista com maior potencial para vir a ser número 1 do ranking WTA?
RV: Bem, a Serena Williams não é a potencial número um, ela é…está sempre lá (risos). Diria que, para além de ter revolucionado o ténis feminino, é uma atleta fora de série. Quanto ao potencial para vir a ser número um penso que há cinco ou seis atletas que estão muito perto, mas…a Serena tem que se afastar um bocadinho (risos).
BnR: Há alguns anos havia a ideia de que o ténis era um desporto de longevidade reduzida para os seus praticantes. Porém, o fenómeno Australian Open veio comprovar que é possível chegar a fases avançadas e até mesmo vencer torneios do Grand Slam bem depois dos 30 anos de idade. O que achas que está na origem da maior longevidade desportiva dos tenistas na atualidade?
RV: Penso que a maturidade dos atletas em campo é maior atualmente. Não só no ténis masculino, como também no feminino, tem-se verificado essa longevidade. [Há alguns anos atrás] seria impensável que um atleta estivesse ao seu melhor nível aos 30 anos mas temos o caso do Federer, por exemplo, que parece que nunca jogou tão bem como agora.
BnR: Para terminar, algumas perguntas para respostas curtas:
1) Principal arma do teu jogo.
RV: O serviço e a direita.
2) Torneio preferido.
RV: De superfície seria Roland-Garros contudo, para mim, Wimbledon tem uma mística especial.
3) Melhor tenista feminina de sempre.
RV: Serena Williams, é indiscutível (risos).
4) Treinador com o qual mais aprendeste.
RV: Procurei retirar a maior quantidade de informação que me foi possível de todos os treinadores com os quais trabalhei.
5) Numa palavra, o que significa para ti o ténis?
RV: Isso é difícil (risos). Seria “turbilhão de emoções”, mas isso já são três palavras. “Paixão” é a palavra!
Artigo revisto por: Francisca Carvalho