ATP 250 Estoril Open 2021 #2 | Marin Cilic derrota exibição fantástica de Nuno Borges

    O segundo dia de oitavos-de-final no Estoril começou, desde logo, com a notícia que deu conta da desistência de Richard Gasquet, que tinha encontro marcado com Garín que vai chegar aos quartos-de-final da prova sem ainda ter jogado. O dia foi marcado pelo duelo entre Denis Shapovalov e Corentin Moutet, dois atletas da Next Gen, grandes amigos e amantes de Rap. Amantes de rap e amigos ao ponto de terem uma música em conjunto, música essa que foi escolhida pela organização para acompanhar o sorteio da moeda ao ar.

    No court, os tenistas proporcionaram uma grande batalha em três sets, com uma duração superior a duas horas de encontro. Denis Shapovalov, primeiro cabeça-de-série do torneio, partia para o encontro como favorito, apesar do seu estilo de jogo ser muito mais adequado a piso rápido, onde tem os melhores resultados da sua carreira. Moutet, de 22 anos, procurava chegar pela quinta vez aos quartos-de-final de um torneio ATP.

    Num primeiro set bastante equilibrado, mas sem grandes oportunidades de breaks, foi a eficácia de Moutet que prevaleceu e o ajudou a levar de vencido o primeiro parcial. O francês teve apenas um ponto de break e aproveitou-o para fazer o 4-3 a seu favor, o set, a partir desse momento, decorreu com alguma rapidez e Moutet acabou por fechá-lo no seu serviço. O segundo set foi marcado pela gestão de esforço por parte de Moutet que, percebendo que o seu adversário aumentou um pouco o nível, resguardou-se e apontou as baterias para o set decisivo. Shapovalov, como referido, aumentou o nível e voltou a enfrentar apenas uma possibilidade de break que conseguiu, desta vez, eliminar. No final, conseguiu ainda fazer o break, numa altura em que Moutet servia para não perder o set, e fechou o parcial por 6-2.

    O último parcial teve uma história bastante diferente dos outros dois parciais, com cinco breaks nos primeiros sete jogos. Cedo se percebeu que nenhum deles queria deixar fugir este encontro, mas também se percebeu que a gestão de esforço que Moutet havia feito no segundo parcial poderia ser importante para o manter fisicamente mais disponível numa fase mais tardia do encontro. Shapovalov, embalado pelo que tinha feito no segundo set, entrou bem neste parcial e, apesar de ter sofrido logo o break no seu serviço, deu de imediato a volta à situação e virou o jogo para 3-1 e ia servir para consolidar o break de vantagem, mas é nessa altura que Moutet passa para o controlo da partida e vence quatro jogos seguidos para não mais sair do comando do encontro, fechando o terceiro parcial em 6-4 a seu favor.

    Num dos outros encontros do dia, o carrasco de João Sousa, Cameron Norrie, conseguiu virar o encontro de um set abaixo frente a Pedro Martinez. O jovem tenista espanhol está, ainda, pouco rotinado a este nível, esta foi apenas a quinta vez que jogou os oitavos-de-final e já não chegava a esta ronda de um torneio ATP há mais de um ano. Por outro lado, Norrie vem fazendo a sua melhor época no circuito e marcou presença, assim, nos quartos-de-final pela quarta vez este ano, depois de o fazer em Delray Beach, Acapulco e Barcelona, sendo que estes dois últimos são torneios de nível 500 o que mostra bem a diferença de nível para o seu adversário.

    Por fim, Ramos Viñolas defrontava Herbert num claro confronto de estilos. Herbert é um jogador muito talentoso e completo e, também por isso, com uma carreira de pares brilhante. Ramos Viñolas é um espanhol que, eu diria, corresponde ao estereótipo do jogador espanhol, um jogador consistente, sem nenhuma pancada particularmente impressionante, um batalhador e um jogador cuja carreira assenta muito em terra batida. Esta maior capacidade de Ramos Viñolas em terra batida fazia antever que este poderia ser um dos encontros mais desequilibrados da ronda e o encontro acabou por corresponder a essa expectativa. O tenista espanhol acabou por conseguir fazer dois breaks na primeira partida e fechou o parcial com 6-2. Na segunda partida, não houve qualquer break point de parte a parte e o encontro só se decidiu no tie-break, onde o tenista espanhol, que até começou mal, a perder por 3-1, venceu todos os pontos daí em diante para fechar o tie-break com 7-3.

    Fica, assim, fechado o elenco para os quartos-de-final desta edição do Estoril Open que ainda deverá ter muitas surpresas e bom ténis para nos apresentar.

    Foto de Capa: Estoril Open

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    José Maria Reis
    José Maria Reishttp://www.bolanarede.pt
    O Zé Maria é neste momento estudante daquele que ele espera ser o último ano de Economia no ISCTE. Desde muito cedo que começou a praticar vários desportos exceto, ao contrário da regra geral, futebol porque chamar pé esquerdo ao seu pé direito é um elogio. Mais tarde percebeu que era com uma raquete de ténis na mão que mais gostava de passar o tempo e foi aí que começou a crescer a grande paixão que tem pelo ténis. Vê e acompanha muito desporto, mas o ténis e o futebol, sobretudo o seu Sporting, são a sua perdição.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.