ATP 500 Hamburgo: Haverá melhor local para voltar a sorrir?

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Era nos courts do Am Rothenbaum Stadium em Hamburgo que se realizava a oitava prova ATP 500 da temporada, que a par do de Halle são os eventos de maior nomeada disputados em solo germânico, sendo que até 2008 pertenceu à categoria Masters 1000. Refira-se que na sua galeria de campeões constam nomes de lendas vivas deste desporto: Rafael Nadal, Roger Federer  ou Bjorn Borg, isto apenas para citar alguns. Inserida na mini temporada de terra batida Europeia no pós-Wimbledon marca o términus da mesma,  antes do “circo” rumar ao US Open Series, conjunto de torneios prévios ao quarto Grand Slam da temporada e que foi  iniciado com o torneio ATP250 de Atlanta jogado nesta mesma semana.

Com o transalpino Lorenzo Musetti  a defender o título conseguido às custas do prodígio Carlos Alcaraz, a tarefa para manter a coroa não se afigurava fácil, pois Kasper Ruud e Andrey Rublev ostentavam o epíteto de  primeiros cabeças-de-série, respetivamente. Isto num torneio que para além dos já mencionados contava com o regresso de Alexander Zverev à sua cidade natal, tendo o estatuto de quarto maior favorito ao céptro, numa  prova onde a chuva também marcou presença, e em força! Aqui ficam os cinco tenistas que mais se destacaram na presente edição de uma das provas mais prestigiadas e tradicionais do calendário.

5- Luca Van Assche

Um dos destaques da nova vaga do ténis masculino gaulês, Luca Van Assche, um antigo vencedor júnior de torneios do Grand Slam, parece destinado a ter uma carreira fadada ao êxito, marcando frequentemente presença na fase adiantada de provas relevantes. Possuidor , já aos dias de hoje, de uma das melhores esquerdas do circuito o mais jovem membro do Top 100 mundial, e caso pretenda ser um jogador de topo e cumprir todas as espectativas nele depositadas, terá de melhorar grandemente  a sua direita bem como o seu serviço e sobretudo adicionar mais potência e velocidade a um jogo marcado por constantes variações e por uma consistência elevada. Com ainda muito para trabalhar, poderá o detentor em título do ATP Challenger Tour Maia Open  tornar-se um tenista de elite a breve prazo, alcançando as posições cimeiras do ranking mundial? Qualidade  e talento saltam à vista de todos, mas conseguirá ele dotar-se de “armas” realmente perigosas para afrontar os maiores vultos da modalidade?

4- Daniel Altmaier

Uma das histórias da primeira semana de Roland Garros ao bater o Top10 mundial  Jannik Sinner na 2ª ronda em cinco partidas, voltaria nesta prova a confirmar a apetência especial que demonstra quando tem do outro lado os melhores do mundo. Atuando em verdadeiro estado de graça, seria o responsável pela queda prematura de Andrey Rublev, que vinha de título no ATP 250 de Bastad, em território sueco. Sem gás na ronda seguinte, ficaria comprovada a razão de, só agora, o jovem germânico estar às portas do Top 50, dando a ideia de ser um jogador talhado para vencer atletas de gabarito, perdendo com adversários abaixo dele no ranking, por vezes de forma demasiadamente fácil. Este é um dos casos em que se vê que a qualidade está lá, com a falta de consistência, motivação e crença a serem decisivos para que este ainda não seja detentor de um troféu no escalão maior do ténis mundial!

3- Arthur Fils

Contemporâneo do já referido Luca Van Assche,  é por esta altura um tenista que parece já mais preparado para vingar ao mais alto nível, tendo inclusive somado o primeiro título ATP da carreira na presente temporada, sagrando-se campeão no ATP250 de Lyon em França. O  vencedor do último Oeiras Open 125, torneio ATP Challenger Tour, jogado no começo do ano, deu uma cabal demonstração de potência, maturidade e consistência ao suplantar o quarto melhor tenista mundial, Kasper Ruud , derrotado por claros 6-0 e 6-3 numa exibição de gala que e muito entusiasmou os fãs. Confessando a minha surpresa por tão majestosa prestação diante do duas vezes finalista de Roland Garros, creio ter todas as ferramentas para concluir esta época, pelo menos, dentro dos trinta melhores do mundo. Afastado pelo futuro campeão na penúltima fase do certame, nem aí se atemorizou, com a segunda partida a cair para Zverev por uma questão de detalhes.

2- Laslo Djere

Altamente consistente, findando as três últimas temporadas dentro do Top 100 mundial, estávamos longe de imaginar que o sérvio fosse finalista desta prova. Agressivo, paciente e consistente simultaneamente, combinação perfeita para conduzir uma antiga promessa dos escalões juniores a um torneio difícil de replicar futuramente. Com o serviço a revelar também uma eficácia nunca, antes, vista foi em minha opinião, o jogador que mais surpreendeu ao alcançar a final. Aí chegado sentir-se-ia em alguns momentos o nervosismo, irregularidade e inconsistência que têm travado a sua ascensão no ranking e consolidação entre os 50 melhores da hierarquia individual masculina. Será ele capaz de embalar e partir para um tramo final de temporada com o nível demonstrado ao longo desta semana ou  voltarão as pobres prestações com que nos tem brindado nos tempos mais recentes?

1- Alexander Zverev

Era com alguma pressão, com espectativas moderadas e com questões extra ténis a minar a sua reputação que o  bávaro voltava à cidade que o vira nascer há 26 anos, sendo que nunca em anteriores participações havia chegado ao dia das decisões . Tudo mudaria com a confiança a ser dilatada, tal a autoridade, maturidade e assertividade das suas exibições, tendo vencido o torneio sem a cedência de qualquer partida e sofrendo apenas duas quebras de serviço ao longo de toda a semana. Sem pontos a defender até ao final da época, visto não ter jogado na reta final do ano passado após se lesionar em Roland Garros, Sascha tem tudo para terminar o ano dentro do Top dez mundial, lugar ao qual pertence. Ele que dos tenistas em atividade é o único a ter superado o Big 3 nas suas superfícies de eleição. Muito forte em termos mentais, com um ténis a fazer lembrar o velho Zverev e aguentando toda a pressão colocada sob os seus ombros  chegaria ao 20º título de carreira, provando todos os predicados que o levaram a ser campeão Olímpico em Tóquio, bem como vencedor de uma mão cheia de Masters 1000 e de dois troféus das ATP Finals.

O desporto e o ténis em particular continuarão a ser acompanhados aqui no seu BNR, o melhor local para se informar com: rigor, qualidade e objetividade!

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Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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