Surpresas e normalidade marcam edição deste ano na catedral da relva | Ténis

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Findada mais uma edição do maior torneio do mundo disputado sob relva, Wimbledon, a prova mais mítica do calendário tenístico mundial é chegado o momento de destacar as/os tenistas que acabaram por exceder as espectativas dos que como eu adoram este desporto. Com efeito aqui ficam os praticantes que  foram merecedores de constar entre os cinco que maior impacto pela positiva adicionaram a mais uma edição do prestigiado evento!

 5- Francisco Comesana

Vencedor de um dos torneios de categoria Challenger organizados pela Federação Portuguesa de Ténis, FPT, no começo do presente ano tenístico em Oeiras, o argentino que até então era um ilustre desconhecido do grande público, do qual o nacional não destoava,  já aí impressionara  pela solidez apresentada até ao título. Altamente batalhador , foi esta a principal arma para “vergar” Jaime Faria nas meias, impedindo então que o lusitano alcançasse a primeira final da carreira neste escalão. Se já se havia comprovado que no pó de tijolo, seguindo a boa tradição do “país das pampas” Francisco estava como peixe dentro de água, a verdade é que pela primeira vez logrou avançar uma ronda numa prova em relva. O triunfo sobre um mais que desinspirado Andrey  Rublev, valeu-lhe o primeiro escalpe ante um atleta pertencente à elite  do top dez mundial. Mesmo saindo derrotado na eliminatória que se lhe seguiu, certo é que a relva londrina pode ter levado o sul americano a saltar para um patamar superior na carreira, faltando contudo saber se será uma realidade a consolidação nos torneios ATP, dobrando assim o nível Challenger, esse que é um objetivo de todos aqueles que procuram um lugar ao sol entre a nata! Terá ele “unhas” ? Ou tudo não passou de um enorme triunfo sem sequência!

4- Caroline Wozniiacki

Antiga líder da hierarquia individual feminina, em meados da década anterior, a dinamarquesa é  a prova de que uma mulher após a maternidade pode retomar a bom nível a sua atividade. A atleta de 33 anos já tinha mostrado todas as suas credenciais  ao voltar no começo da temporada anterior, apenas , numa fase inicial para competir na variante de pares algo que se estendeu aos singulares . A participar somente em eventos de maior nomeada como sejam os casos dos Masters 1000 e dos GS, seria curiosamente no que  revela uma menor taxa de sucesso que conseguiria o melhor resultado depois do regresso à ribalta. Só travada, e de forma  bem rápida, pela cazaque Elena Rybakina, apenas chegou pela segunda vez na carreira à terceira ronda de Wimbledon mostrando que pode , ocasionalmente, surpreender e bater-se com atletas de renome!

3- Lulu Sun

Uma perfeita desconhecida no início da quinzena Wimbledaniana, bem se pode dizer que estamos perante um dos claros casos em que um torneio pode ter virado completamente a vida da tenista neozelandesa de pernas para o ar! A chegada aos quartos de final em Londres ganhou ainda maiores contornos de conto de fadas, visto que Sun um ano antes viajara então para solo luso , onde disputou um ITF 25 em Corroios. Sem qualquer registo a nível WTA , a verdade é que nem nos Challengers mostrava grande experiência nem tão pouco resultados. Apenas travada pela norte americana Emma Navarro, podemos estar perante uma nova representante do ténis da nova Zelândia ao mais alto nível, isto depois de Marina Erakovic ter sido a última a figurar entre as 100 melhores do mundo, patamar ao qual a jovem Sun ascendeu após este brilharete!

2- Jasmine Paolini

Alguém extremamente regular entre as 50 primeiras do ranking , a praticante italiana estava longe de ser considerada pela esmagadora maioria dos especialistas como a revelação da presente temporada, aliás, se dissesse-mos que chegaria a finais de julho na quinta posição da tabela WTA, certamente que não se acreditaria nesse cenário! Pois bem, seria mesmo já em idade tardia que Jasmine conseguiria o incrível feito de vencer um torneio de grande relevância, o WTA 1000 do Dubai, como marcaria presença em duas das três finais de GS  da presente temporada. Se em Roland Garros foi “atropelada”, como era esperado, pela rainha da terra batida a polaca Iga Swiatek, vencendo apenas meia dúzia de jogos. O que viveu em Wimbledon foi, seguramente, a derrota mais difícil de digerir em toda a carreira. A transalpina num duelo muito apertado pode ter desperdiçado a derradeira chance de vencer um Grand Slam, ao ser batida pela checa Barbora Krejcíková. Uma jogadora que encara mesmo quando as coisas não estão a correr bem as situações de sorriso estampado no rosto merece, em minha opinião , ter uma nova hipótese de arrecadar uma prova desta importância. Será ela capaz de marcar presença em mais alguma final desta relevancia? A baixinha promete dar tudo por tudo para que tal, quem sabe, se possa verificar já na próxima etapa de GS, o US Open! Se tal acontecer  será, ainda mais, uma temporada de sonho para Paolini!

1-Barbora Krejcíková

Vencedora do torneio de Roland Garros em 2021, sendo que na sequência de tamanho êxito ascendera à segunda posição do ranking mundial, a verdade é que a checa viveu desde então uma série de situações que a afastaram da ribalta. Desde a partida devido a cancro da sua antiga treinadora e mentora, Jana Novotná, passando por várias lesões e uma infeção respiratória,  motivos estes que conduziram a que se ausentasse do lote das trinta melhores do mundo. Fora do leque de pré-designadas aquando do arranque do evento, certo é que de forma bastante discreta foi avançando obstáculo atrás de obstáculo, sendo que o triunfo de maior relevo foi mesmo na penúltima fase da competição ao enviar para casa a favorita ao título nessa fase , Elena Rybakina, invertendo um placar desfavorável de um set a zero. Com a conquista deste certame a checa voltou a acreditar nas suas capacidades, dedicando-o à antiga campeã de Wimbledon e sua mentora. Exemplos de sacrifício, luta, perseverança e  abnegação  como o que Barbora  nos apresentou comprovam que por vezes há que não deitar a toalha ao chão mesmo quando as adversidades são mais que muitas!

Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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