Marcos Freitas: Da Madeira para as mesas de todo o mundo

    O FLORESCER DE MARCOS

    Marcos nasce no concelho de Câmara de Lobos, na ilha do Funchal há 34 anos no dia oito de abril. Filho de empregado bancário e de uma museologista desde muito jovem que soube bem o que queria. É com apenas seis anos que Marcos André Sousa da Silva Freitas por impulso do seu irmão gémeo Adriano descobre o fascínio pelo ténis de mesa depois de uma breve e fugaz passagem pelo judo. Inicia-se no pequeno clube de Estreito, no arquipélago madeirense, instituição que representa entre 1994 a 2003.

    O então menino começava a evidenciar-se dos seus pares não só pelos resultados que ia granjeando, mas também pela forma peculiar  de ser e de estar na competição. Já em cadete com apenas 11 anos vence várias competições das mais relevantes do seu escalão etário sendo uma força da natureza  que não abrandava nem durante as sessões de treino pois  era muito competitivo, aguerrido e focado. Apesar de todo este fulgor a nível desportivo, não se pense que descorou a vertente académica, tendo-se formado em medicina, embora nunca tenha efetivamente exercido.

    Em 2004 esteve no campo da juventude em Atenas no decurso dos Jogos Olímpicos , quase como que fazendo um reconhecimento a um terreno que pisaria quatro anos mais tarde em Pequim. De realçar que foi um dos quatro atletas escolhidos pelo Comité Olímpico da Juventude para marcar lugar na maior competição a nível global, o que demonstrava todas as esperanças nele depositadas.

    A CHEGADA  À NATA DA MODALIDADE

    Dois anos após esta presença, então ainda fora dos 60 primeiros do ranking mundial, aventura-se na Bundesliga Alemã, um dos campeonatos mais fortes, assinando contrato com o Borussia de Dusseldorf. Numa estadia que durou quatro frutuosos anos conquistou a I Liga do país, aprendendo com mestres da modalidade como o germânico Timo Boll, já campeão do mundo e olímpico.

    A consagração ao mais alto nível chega em 2008/09, altura em que a conceituada formação conquista o tão almejado título europeu. No entanto Marcos, desejava competir com maior regularidade e ser  figura de destaque. É com esse espírito que embarca em 2010 para a aventura no TTF Liebherr  Ochsenhausen  ainda na Alemanha. Teve aí a melhor temporada da carreira conseguindo 24 triunfos, levando a formação à conquista do campeonato local, onde derrotou quatro atletas que à data eram presença no Top quarenta mundial.

    Em 2008 em Pequim representa pela primeira ocasião a bandeira nacional no maior certame a nível internacional, as Olimpíadas, conseguindo de entrada um honroso 17º posto, tornando-se no primeiro luso a ultrapassar uma eliminatória  neste desporto nos Jogos.

    O INSULAR VIRA LENDA

    Depois de cinco temporadas na Alemanha, era hora de experimentar outros ares. Foi em França que o atleta seguiu o seu percurso, assinando por uma renomada formação da I Liga francesa, mudando a sua residência da Bélgica para a Áustria. É no clube gaulês que consegue afirmar-se  ascendendo posições no ranking . Tendo como melhor classificação o 16º lugar a nível mundial em 2013, o quarto do continente europeu, sendo com grande margem o número um nacional.

    Em 2012, por via de se classificar no terceiro posto nos Europeus disputados em solo russo, representa novamente o país em Londres , a segunda presença  olímpica ficando na 12ª posição.

    A FESTA EM CASA QUE O TORNOU NUM HERÓI

    Corria o ano de 2013 e o campeonato da Europa aconteceu em Lisboa. Apoiados pelo incansável público, revelando uma qualidade nunca vista, a equipa lusa:  Marcos Freitas, João Monteiro, Tiago Apolónia e Diogo Chen, levantaram o troféu no Pavilhão Atlântico. Depois de baterem numa final, de prender qualquer um à cadeira, a forte e diga-se favorita formação gaulesa.

    Desde então o ilhéu e seus companheiros passaram a ser alvo de destaque nos meios de comunicação social, bem como a serem reconhecidos mesmo por aqueles que não tinham tanta afinidade com este rápido e lindíssimo desporto.

    Marcos representa desde 2015/16 o clube russo do  Fakel Gazproma Orenbrug, onde já foi capaz de se sagrar em mais duas oportunidades campeão Europeu de clubes.

    O desportista que conseguiu ser atleta de alto rendimento desde a tenra idade de 14 anos e que é membro da grande ordem do Infante D. Henrique desde 2014 habituou-se desde novo a escrever história para a modalidade em termos nacionais. Sendo o único luso a vencer “canecos” em todas as categorias etárias, foi também capaz de terminar em quinto lugar no Rio 2016, melhor classificação de sempre para as cores lusitanas, detendo o record de três aparições consecutivas nos Jogos. Feito já mais igualado até ao momento.

    Mais havia a dizer sobre este brilhante desportista que atualmente fixou residência na cidade do Porto. Ele que tem na persistência, na constante forma como se desafia e na tenacidade, atributos que fazem dele um dos mais reconhecidos atletas do desporto nacional e internacional. Sem dúvida uma referência, dentro e fora do desporto.

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.