Um encontro nada fácil para os lusitanos. Portugal 1-3 Ucrânia | Voleibol

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    A crónica: Erros não forçados deixam lusitanos obrigados a vencer diante da Bélgica

    Separados por um posto, com vantagem para os de leste, era desta forma que Portugueses e Ucranianos abordavam o quinto encontro de ambos na presente edição da European Golden League. Os nacionais eram quartos  enquanto que os comandados do experiente argentino Raúl Lozano ocupavam a terceira posição. Refira-se que apenas os quatro melhores conjuntos desta primeira fase seguem rumo à final a quatro do competição, cujo vencedor terá acesso à VNL,  competição maior da modalidade ao nível de seleções. Destacar o facto da formação ucraniana que era a anfitriã deste torneio jogar em casa emprestada, pelas razões sabidas em solo polaco. Num encontro onde em fases cruciais do mesmo se fez sentir o peso da inexperiência do selecionado às ordens de João José, aqui ficam os cinco momentos que considero chave para o desfecho  de um duelo que obriga Portugal a derrotar a equipa belga e por outro coloca os de leste com mais de um pé  na fase seguinte.

    5- Apagamento de Lourenço Martins nas ações de ataque

    Um atleta cheio de valor e que dá sempre tudo o que tem, o praticante que na temporada cessante alinhou na principal liga francesa de voleibol viveu neste frente a frente um daqueles dias para esquecer. Se é certo que nada lhe posso apontar em termos de entrega, o mesmo não posso dizer quanto à eficácia do antigo voleibolista leonino. Altamente errático, ineficaz e nada decisivo, foram da sua autoria alguns dos erros vitais que possibilitaram aos ucranianos o triunfo neste encontro sem permitir qualquer ponto somado na classificação pela nossa seleção. Certo de que terá sido apenas um dia menos bom, algo bem frequente no desporto de alta competição, o atleta terá de limpar a cabeça de alguns eventuais fantasmas e surgir perto do seu melhor por forma a ser um elemento preponderante para aquele que se espera venha a ser um dia de ouro para a modalidade, com a qualificação dos patrícios para a fase decisiva do certame!

    4- Alex Ferreira: um homem que rumou contra a maré

    Saído ainda bem jovem do nosso país rumo a alguns dos campeonatos mais fortes e competitivos a nível mundial, o voleibolista formado no Sporting de Espinho e que na próxima época viajará até à liga japonesa foi sempre o mais esclarecido da seleção forasteira. O mais solicitado das quinas neste face a face e não obstante alguns erros, revelou sempre uma assinalável presença de espírito que o levou a assumir em pleno o estatuto de um dos melhores em campo. O seu serviço bastante ofensivo, o incrível poder nas ações de ataque e o empenho defensivo que revelou ao longo de toda a refrega fazem querer que o mais vezes internacional por Portugal de entre os convocados para esta competição merece coroar estas tão empolgantes e assertivas prestações com a passagem à fase final da mesma. Um verdadeiro capitão, tanto dentro como fora do terreno de jogo é uma referência sólida e consolidada desta seleção e com quem contamos para nos dar ainda muitas alegrias ao leme de uma bem jovem armada nacional!

    3-Garra e crença ucranianas superaram apatia e descrença nacionais

    Conhecidos pelo seu grandioso espírito de luta, garra e abnegação, realmente o exército dirigido por uma figura bem conceituada da modalidade fez jus a tais predicados! Símbolo máximo disso  foi a recuperação que empreenderam numa quarta partida que parecia perdida e na qual inverteram uma desvantagem de seis pontos, com os seus membros mais experientes a fazerem uso disso mesmo ! Ainda que órfãos daquele que é o seu praticante mais destacado, alguém que representa o Perúgia da principal liga italiana, o campeonato mais forte do mundo, não acusaram minimamente a falta de Plotnytskyi e viraram mesmo o rumo dos acontecimentos. Fortemente candidatos a avançar até à fase final do torneio, considero-os como talvez os maiores favoritos a, pelo menos, uma presença no encontro das decisões!

    2- Qualidade da receção ucraniana

    Ação fundamental num jogo de voleibol a este nível, a receção ao serviço contrário e posterior construção do ataque de forma: eficaz, assertiva e regularmente bem sucedida revela-se como um momento preponderante . Sempre sólidos , seguros e sóbrios em tal departamento de jogo, a verdade é que os ucranianos terminaram o embate com mais do dobro da eficácia quando comparados com os portugueses nesse departamento estatístico, algo que nos custou  pontos decisivos em alturas onde errar era palavra a banir do dicionário! Salvo melhor opinião, foi mesmo este o aspeto que mais desequilibrou a balança em favor dos de leste, que foram sempre mais: incisivos, decisivos e concretizadores em tais vertentes. Aspeto a melhorar, e uns bons furos, só com uma sólida, eficaz e consistente receção poderemos sonhar em regressar ao patamar mais alto do voleibol a nível mundial.

    1-Nível assombroso da defesa ucraniana!

    Uma verdadeira “parede”, bem cedo se percebeu que a capacidade defensiva dos anfitriões seria um duro obstáculo com o qual a seleção patrícia teria de conviver. Devolvendo sempre bola atrás de bola, certo é que tal estratégia e mérito foi-lhes valendo pontos e mais pontos, muitos deles em momentos delicados! Mais experientes, lúcidos e racionais, esta forma de abordar o duelo levou a incontáveis precipitações da nossa parte, as quais foram aproveitadas em pleno. Conhecedores da forma de jogar dos nacionais, visto terem vencido em terreno luso no ano de 2022 ,tal pode ter levado a que tenham engendrado uma teia defensiva que não tivemos arte nem engenho necessários para dobrar! Combatendo em todas as jogadas como se de um ponto de “vida ou morte” se tratasse , os de leste mereceram por completo este triunfo visto que foram a formação que sempre revelou maior astúcia, fé e lucidez!

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.