Académica 1-1 Belenenses: Triste sina ver-me assim

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Diz-se, na cidade dos estudantes, que a “Queima é em Coimbra e o resto são fitas”. Algo que pode ser discutido até à exaustão sem se chegar a qualquer conclusão, porém, é legítimo afirmar-se que não há outra cidade no mundo inteiro com um clube que respire tanto a tradição académica como a própria Académica e que, por isso, a Queima das Fitas tenha uma importância maior em Coimbra do que noutras cidades.

Na tarde quente de Sábado, 9 de Maio de 2015, sentiu-se o pulsar da vida académica e da tradição futebolística no Estádio Cidade de Coimbra, das bancadas, salpicadas a negro pelas capas dos mais de 1400 estudantes (entrada gratuita para os “trajados”) presentes, para o campo, onde jogavam dois históricos emblemas do futebol nacional.

Tal como, provavelmente, muitos dos estudantes de Coimbra após uma “noite do parque” (começaram ontem), o jogo demorou a acordar e parecia, ele próprio, ressacado de uma noite bem regada, não querendo fazer “muito barulho” (situações de perigo iminente), que só foi ouvido a espaços, com dois remates perigosos de parte a parte. O primeiro por Ricardo Dias, aproveitando a passividade academista, e o segundo por Aderlan na sequência de uma jogada de fino recorte por parte dos estudantes, com a bola a ir de um flanco ao outro com passes ao primeiro toque e que terminou com um disparo fantástico de Aderlan, correspondido numa grande defesa de Ventura.

A equipa da Académica tem a manutenção quase garantida Fonte: Facebook da Académica
A equipa da Académica tem a manutenção quase garantida
Fonte: Facebook da Académica

No segundo tempo, o jogo pareceu acordar e o espírito festivo parecia estar de volta, impulsionado por um futebol de circulação mais rápida (conforme afirmou Jorge Simão na conferência de imprensa). Não houve mexidas de jogadores até ao minuto 66 mas houve na mentalidade dos jogadores, com a bola a circular mais perto de ambas as áreas e com mais motivos de entretenimento. Fernando Alexandre, após jogada de insistência perto da baliza do Belenenses, rematou por cima e Carlos Martins aproveitou, tal como Ricardo Dias no primeiro tempo, o espaço concedido pela Académica à entrada da sua grande área para rematar com perigo, perto do poste da baliza defendida por Cristiano.

Depois do tal minuto 66, começaram a verificar-se as mexidas nas equipas, e a primeira foi mesmo a mais decisiva para agitar o encontro – entrou Hugo Seco e saiu Marcos Paulo. O extremo formado na Académica acusou a motivação de estar em plena Queima das Fitas e a importância deste jogo para os adeptos, dando rasgos de irreverência a um jogo que deles carecia, inventando oportunidades de perigo prometedoras, uma delas com um final feliz – Rafael Lopes respondeu da melhor maneira ao cruzamento do 77 e inaugurou o marcador. Até ao final, a Académica soube suster o ímpeto ofensivo do Belenenses mas não evitou a triste sina (do “Fado do Estudante”, imortalizada por Vasco Santana no “Pátio das Cantigas”) de manter uma série de jogos sem vencer – aos 92 minutos, uma bola que era suposto ser cruzada por Fábio Nunes terminou, graças a um desvio involuntário de Aderlan, no fundo das redes de Cristiano e sentenciou o resultado.

Figura do jogo:

Ricardo Dias – A par de Pelé, foi um tampão importante no meio-campo do Belenenses e esteve em evidência a nível posicional na primeira parte, impedindo o ascendente da Académica e conseguindo criar oportunidades com a envolvência ofensiva. No fundo, o líder da intensa batalha táctica vivida durante esse período. Na segunda, foi um dos motores da equipa. Incansável.

Fora de jogo:

Marcos Paulo – O brasileiro, de regresso ao onze, acusou a pressão. Esteve deslocado da sua posição habitual e, talvez por isso, foi a imagem da desinspiração ofensiva que tomou conta da Briosa durante o primeiro tempo. Depois de ter saído, a equipa melhorou.

Momento do jogo:

66 minutos – Hugo Seco entrou e mudou muita coisa no jogo. É certo que a segunda parte já tinha demonstrado que se estava a fugir do marasmo que tinha sido o primeiro tempo, mas com o extremo português houve irreverência e a confirmação de um jogo que justificou minimamente o preço do tempo empregue pelos espectadores.

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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