📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Académica 2-4 Vitória de Guimarães: Lindo, das bancadas para o campo

- Advertisement -

futebol nacional cabeçalho

Foi sob a letra do hino nacional que Marco Ferreira deu o apito inicial para o último jogo da época no Estádio Cidade de Coimbra. Não, ainda não se adoptou o hábito americano de se começar cada encontro com o hino nacional. Tratou-se apenas de uma provocação da Mancha Negra aos White Angels e ao Vitória de Guimarães, numa demonstração da rivalidade existente entre estas duas equipas, reacesa nos inícios dos anos 90 aquando do “caso N’Dinga”, e que fez este jogo ultrapassar a importância do último jogo da época para a Académica e da disputa do quarto lugar para o Vitória de Guimarães. Era notório, mesmo fora do estádio (houve algumas escaramuças entre os agentes da autoridade e adeptos do Vitória, e a segurança era reforçada), os patamares de rivalidade que esta partida atingia entre os adeptos de ambos os clubes.

Algo interiorizado pelas equipas para o terreno de jogo, disputando-o com excelente entrega e proporcionando um bom espectáculo, com a bola a saltitar entre uma e outra área, com vários lances de perigo eminente, “patrocinados”, sobretudo na primeira parte do encontro, pela necessidade do Vitória em vencer (a aposta em dois médios de propensão ofensiva é disso exemplo), pela inclusão de Pedro Nuno e Cissé (muitas bolas ganhas na primeira fase de construção do Vitória) no onze da Académica, pela subida de Esgaio no terreno (foi extremo), pelo 4x3x3 trazido a jogo por Viterbo (mais gente a atacar), que trouxe consistência ao jogo ofensivo dos estudantes, e pela ausência de André André, apoio fundamental nas dobras a Cafu na zona recuada do meio-campo vitoriano.

O desnorte inicial do Vitória perante a ausência do seu patrão do meio-campo foi evidente, e a Académica soube explorar isso no primeiro quarto-de-hora, pecando apenas na eficácia (Cissé, Ivanildo, Nuno Piloto e Pedro Nuno dispuseram de boas ocasiões). Respondeu o Vitória, impulsionado, sobretudo, por Sami, que ao trocar de flanco com Ricardo Valente trouxe a jogo o fulgor ofensivo vitoriano, traduzido no golo inaugural, apontado pelo segundo.

A Académica não se ficou e até ao final do primeiro tempo demonstrou a importância de vencer este encontro mesmo com a manutenção garantida, conseguindo garantir o domínio da partida, ilustrado no golo da igualdade, apontado por Pedro Nuno.

O segundo tempo começou num ritmo mais lento que o primeiro, com poucos motivos de interesse, excepção feita aos golos de um Vitória bastante eficaz (o primeiro apontado por Otávio, depois de grande cruzamento de Sami, o segundo por Tomané, aproveitando o desleixo de Iago na marcação) e à desgarrada entre White Angels e Mancha Negra, que fez deste período, ainda que com excessos na linguagem, muito mais que uma partida de futebol e trouxe à tona a beleza das rivalidades no futebol, proporcionando um ambiente fantástico, pese embora a presença de apenas 3498 pessoas no Estádio Cidade de Coimbra.

Tomané (esq.) fez um dos golos do Vitória e acabou por ser uma das figuras do jogo Fonte: Facebook Oficial A. Académica Coimbra
Tomané (esq.) fez um dos golos do Vitória e acabou por ser uma das figuras do jogo
Fonte: Facebook Oficial A. Académica de Coimbra

Mais uma vez, o golo do Vitória teve o condão de despertar a Académica, que voltou a atacar com afinco, procurando reduzir a diferença. Esgaio demonstrou essa vontade, escapando à marcação de Luís Rocha para cruzar para Rafael Lopes (tinha entrado há poucos minutos para o lugar de Cissé) poder rematar, em posição privilegiada, para as mãos de Douglas. Uma ameaça que se concretizou minutos depois, com o golo de Ivanildo – o guineense aproveitou um mau alívio da defesa do Vitória para, de primeira, dentro da grande área, surpreender Douglas.

A Briosa voltou a ganhar alento e continuou a criar perigo, com remates de Lucas Mineiro e de Aderlan, que obrigaram Douglas a defesas apertadas… Porém, até ao final, a rebeldia dos estudantes foi neutralizada por um Vitória bem organizado, que viria a fazer o 4-2, começado numa recuperação de bola de Joseph (mais um jovem lançado pelo Vitória), terminando no bis de Ricardo Valente, assistido por Jonathan Alvez. Uma jogada que sentenciou o encontro.

Um Vitória eficaz, uma Académica a fazer dos melhores jogos da época (concordou Viterbo, com o Bola na Rede, em conferência de Imprensa), e adeptos empenhados de ambos os lados da barricada fizeram deste jogo um bom espectáculo futebolístico, do campo para a bancada e da bancada para o campo.

A Figura:

Tomané – Para além de revelar um sentido de baliza apurado, ilustrado no golo apontado (execução difícil, de primeira), foi o primeiro tampão da equipa quando a Académica, em desvantagem, tentava sair para o ataque, revelando-se importante, por isso, também no processo defensivo do seu conjunto.

O Fora-de-jogo:

Iago – Deixou fugir Tomané no terceiro golo. Uma desconcentração que beneficiou o Vitória. A gestão do jogo, com dois golos a mais, passou a ser mais fácil para os de Guimarães.

O Momento do jogo:

59 minutos, terceiro golo do Vitória – As diferenças entre ambas as equipas não foram muitas mas foram decisivas. A eficácia do Vitória sobressaiu, e a forma como o terceiro golo surgiu ilustra-o bem. A diferença de dois golos viria a revelar-se fatal para uma Académica algo perdulária.

Foto de capa: Site Oficial Vitória SC

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Shéu Han orgulhoso com a organização das Eleições do Benfica: «Tudo bem organizado e sentimento de dever cumprido»

Shéu Han falou no dia de eleições do Benfica. O antigo coordenador técnico, jogador e treinador dos encarnados elogiou a afluência às urnas.

Eleições Benfica: Eis as 108 secções de voto espalhadas por Portugal e estrangeiro

Confere todas as secções de voto para as eleições presidenciais do Benfica, desde Portugal até aos países no estrangeiro.

Sporting perto de renovar com jogador importante até 2030

Ousmane Diomande vai renovar em breve o seu contrato com o Sporting. O jogador passará a ter um vínculo até 2030.

João Leite e as Eleições do Benfica: «Espero que corra bem e no final do dia toda a gente se sinta confortável e confiante...

João Leite falou no dia de eleições do Benfica. O candidato à Presidência da Mesa da Assembleia Geral dos encarnados falam antes de votar.

PUB

Mais Artigos Populares

Sérgio Conceição explica não cumprimento de Simone Inzaghi: «Talvez tenha a ver com o nosso jogo anterior quando o derrotei»

Sérgio Conceição foi questionado sobre o facto de Simone Inzaghi não o ter cumprimentado no Al Ittihad x Al Hilal.

Os 4 títulos do Benfica no futebol durante a presidência de Rui Costa

O Benfica alcançou quatro títulos durante a presidência de Rui Costa. O campeonato conquistado por Roger Schmidt foi o ponto mais alto com o atual dirigente das águias.

Os 34 presidentes da história do Benfica

O Benfica vai a votos neste sábado, dia 25 de outubro. No total, os encarnados já tiveram 34 presidentes e Rui Costa é o dirigente atual e candidato a novo mandato.