A arte de complicar

    A confiança que os benfiquistas depositam em Bruno Varela, André Almeida e Jardel – no valor comprovado destes elementos – não está minimamente em causa. No entanto, é inegável que, neste momento, existem deficiências, em quantidade e qualidade, no sector mais recuado da equipa. Torna-se difícil perceber o timing com que tudo foi tratado, pois é patente que existe a convicção, de forma mais ou menos unânime – partilhada pela própria estrutura – que são necessários reforços: por um lado, o discurso oficial, de dirigentes e treinadores, rejeita, para já, dar por encerrados os processos quanto a saídas e entradas, retirando, assim, garantias de titularidade indiscutível aos jogadores supracitados (e até mesmo a Júlio César); por outro, a dispensa de Pedro Pereira e de Hermes, soluções assumidamente adiadas, devidamente avaliados na segunda metade da época passada, confirmou-os como impreparados (ou verdes) para o presente.

    Pedro Pereira ainda não está preparado Fonte: SL Benfica
    Pedro Pereira ainda não está preparado
    Fonte: SL Benfica

    Neste caso, a direcção não se mostrou à altura para resolver a questão em tempo útil, o que cria dores de cabeça evitáveis, prejudica a dinâmica do colectivo, e a adaptação e o rendimento de quem, eventualmente, possa ainda vir a integrar este plantel. O Benfica tem tudo o que é necessário para voltar a vencer, mas também tem, de uma vez por todas, de deixar de criar obstáculos a si mesmo a cada arranque de temporada. A capacidade para reinventar soluções, para identificar e aplicar o necessário e o indispensável, é fundamental para a manutenção da fórmula do sucesso – cada vez mais replicada pelos esforçados adversários. Só assim, poderá o Benfica manter a dianteira sobre os seus rivais, e a hegemonia no futebol português.

    A caminhada que dá mais garantias é aquela feita em linha recta, de forma fácil, rápida e segura.

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    João Amaral Santos
    João Amaral Santoshttp://www.bolanarede.pt
    O João já nasceu apaixonado por desporto. Depois, veio a escrita – onde encontra o seu lugar feliz. Embora apaixonado por futebol, a natureza tosca dos seus pés cedo o convenceu a jogar ao teclado. Ex-jogador de andebol, é jornalista desde 2002 (de jornal e rádio) e adora (tentar) contar uma boa história envolvendo os verdadeiros protagonistas. Adora viajar, literatura e cinema. E anseia pelo regresso da Académica à 1.ª divisão..                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.