Começando pela baliza, temos um grave problema chamado Bruno Varela. Ele não é mau, é preciso que isto seja dito, e frangos até o Buffon e o Neuer dão, mas é facto que o guarda-redes tem demonstrado alguma, para não dizer muita, insegurança. Precisa de crescer e o Benfica não se pode dar ao luxo de pagar por esses erros de crescimento. Por fã que seja do Svillar também sei que com 18 anos ainda tem muito para aprender. Logo, a solução lógica deve passar por Júlio César que, apesar de não jogar há algum tempo, tem experiência e ainda tem melhor qualidade do que qualquer uma das outras opções.
Depois há a dor de cabeça chamada defesa. Grimaldo é o único que tem feito alguma coisa, como se viu no jogo frente ao CSKA e nos últimos dois do campeonato. Isto significa que há três problemas para resolver. Luisão é um problema quase crónico. Tal como Júlio César, tem experiência, o problema é que não joga à baliza e as pernas já não dão para tudo. Há Jardel, que já desde há muito tempo é visto como o seu sucessor natural, mas quem é que pode jogar ao lado do ex-Olhanense? Lisandro é bom e usado com alguma frequência, mas, sendo mais uma vez repetitivo, onde anda Kalaica?
Comecem a procurar o rapaz porque não se sabe do paradeiro do gaiato há meses. Curiosamente, desde do jogo no Bessa, na última jornada do ano passado. Ele provou que tinha estaleca para jogar e até tinha veia goleadora de central, mas por alguma razão, continuamos a apostar nos “velhos”. Ainda nesta aventura dos centrais há Rúben Dias, que jogou e bem frente ao Boavista, mas que deve ser coisa passageira, infelizmente.
Para concluir o capítulo, Douglas. Honestamente, não espero muito dele. Se jogava no Barcelona e o Barcelona não o quis então é porque não deve ser assim tão bom. Mas, pensando bem, é o mesmo Barça que comprou o Paulinho. Uma coisa é certa: foi contratado para ser o lateral-direito do Benfica mas tem sido André Almeida a jogar. Tirando o prémio Puskas, o Almeidinhos não fez nada.
Finalmente, falamos do meio-campo para frente. Bom, o caso Filipe Augusto foi por mim comentado em Abril, quando disse que ele seria um flop. Na altura, houve gente nos comentários a dizer que não percebia nada do assunto. Volvidos uns meses dão-me razão. (Quando quiserem que eu treine o Benfica avisem). A questão do pivot/médio-centro prende-se com a frequência com que os cristais do qual Fejsa é feito se partem. O rapaz passa a vida na enfermaria e isso faz com que o brasileiro jogue, mas mal. Aqui volto a pôr uma questão: onde é que anda esse tal de Samaris ou Chrien? O último percebo que tenham o mesmo receio que têm no caso do Svillar, mas o Samaris tem o mesmo estatuto do que o Jardel.
Ele pode ser óptimo em desportos de combate, mas faz melhor figura do que Filipe Augusto. Contudo, sempre que o vemos é no banco. Pizzi! O maestro do meio-campo, o polvilha magia do Benfica, o Zidane lá do sítio. Excelente jogador, sofre de um mal perfeitamente normal: desgaste. Quando é usado em excesso chega ali a um altura da época em que já não dá mais. Solução? Krovinovic. Fez uma época acima da média no Rio Ave no último ano e justifica todos os elogios que lhe fizeram nos últimos tempos. Teve o azar de se lesionar no começo da pré-época e ficar de fora no começo da mesma, mas já vimos o menino nos treinos até no banco em certos jogos. Se Vitória acordar para a vida pode ser que este ano alterne entre Pizzi e Krovinovic. Ainda nisto dos médios mais ofensivos nunca esquecer João Carvalho.
Chegando à recta final, Cervi e Zivkovic. Cervi é o ala de eleição para a direita e nada contra, até gosto do miúdo. Acontece que gosto ainda mais de Zivkovic. É mais jogador e parece ser mais seguro. Este é um dos poucos casos onde só há dois e há alternância (Habemus Vitória!!! Estou a brincar …)
O Salvio… Ah que – Inserir asneira à escolha – Salvio foi muito bom no primeiro ano de Benfica. A sério que foi, mas por uma razão simples: estava emprestado pelo Atlético de Madrid. Percebem? Havia aquela esperança de um dia voltar à capital espanhola, que nunca aconteceu porque o comprámos. Resultado, joga quando, quer que é raramente ou nunca. Quem se lixa somos nós que o vemos tomar más decisões atrás de más decisões. Nesta nota gostei do esforço do Gabriel Barbosa. Tenho os mesmos mix feelings em relação a ele como tenho com o Douglas, mas quando o Gabigol entrou frente aos russo fez o campo de ponta a ponta a pedir bola para a equipa ter jogo e chegar ao empate. Bom esforço mas em vão, que me deixou a pensar que pode ser, apesar do registo de ponta-de-lança, uma alternativa a Salvio. Assim como Rafa que, na senda de Filipe Augusto, é um flop que custou 15M e que não é capaz de marcar um golo para salvar a própria vida.
Por fim o ataque. Ora, Jonas e Seferovic até nem combinam mal, mas parece pouco. Parece porque é. Seferovic é explosivo e tal, tem bom remate, mas não me transmite muita confiança. A utilização do suíço chega com outras questões como a de Jiménez. O Guacamole da Luz é bom! Aliás, arrisco-me a dizer que neste 4-4-2 devia ser ele e Jonas. Vão-me dizer que não tem tantos golos. Pois não, mas também porque não joga. Se não joga não marca: lei básica do jogo. E, por aquilo que vi no jogo da Luz frente aos russos, tem mais presença na área do que Seferovic. Ou não tivesse entrado a 10 minutos do fim e tivesse ganhado as bolas todas, o Seferovic é que não quis marcar e preferiu fazer captações para os Broncos (Equipa de Futebol Americano).
Assim como quem não quer a coisa, demos um passeio pelo plantel do Benfica onde poderei ter-me esquecido de alguns nomes, como o do Paulo Lopes. Essencialmente, fica a ideia de que até nem temos mau plantel (apesar de termos ido mal à compras), capaz de fazer mais e melhor. Questão: isto agora é do plantel ou do treinador? Para ficarem a reflectir deixo-vos um dado: Thomas Tuchel, ex-treinador do Dortmund, anda desempregado.
Foto de Capa: SL Benfica
Artigo revisto por: Ana Rita Cristóvão
