FC Famalicão 1-1 SL Benfica: Empate coloca águia no Jamor

A CRÓNICA: O CONTO DE UMA VIAGEM SEM BRILHO DE TONS ENCARNADOS

Depois da vitória por 3-2 no Estádio da Luz, a equipa do SL Benfica deslocou-se a Famalicão para garantir o apuramento para a final da Taça de Portugal.

Este segundo jogo começou muito equilibrado com ambas as equipas a tentarem ter bola, construir jogadas e sem correrem grandes riscos. Do lado do SL Benfica jogava-se com a vantagem trazida da primeira mão e do lado do FC Famalicão com um futebol paciente, sabendo que o 1-0 o apurava e que não havia pressas para o conseguir.

Com o passar dos minutos a equipa da casa foi consolidando o seu futebol – construção a partir dos defesas e tentativa de passes curtos, com os extremos a tentar causar os desequilíbrios com maior criatividade. Já do lado das águias começou cada vez mais a jogar-se com o erro do adversário – forçado ou não forçado. Mais uma vez vimos um Sport Lisboa e Benfica a jogar sem bola e sem iniciativa de jogo, procurando explorar o espaço em momentos de contra-ataque ou em esporádicas pressões à defesa adversária.

É num desses momentos de maior pressão que os encarnados se colocam em vantagem. Vinícius pressiona, Pizzi recupera, Vinícius cruza, Cervi habilmente serve e Pizzi finaliza.

O golo abanou o jogo, entusiasmou os jogadores encarnados e fez tremer os jogadores da casa. Foi um efeito de 5 minutos que precedeu quase uma hora de jogo, onde só a equipa do FC Famalicão tentou jogar, tentou criar e tentou marcar. Valeu ao SL Benfica tanto o VAR como Odysseas.

Foi já no minuto 78, numa altura em que o jogo parecia estar mais moribundo, que o empate surgiu. Racic abrir na direita, Diogo Gonçalves ganhou a linha e cruzou para o espanhol Toni Martínez finalizar.

Foi um Benfica totalmente recuado que viu o jogo arrastar-se até ao final, com um adversário já sem inspiração para causar grandes desequilíbrios.

Tenho de dizer que esta equipa do Sport Lisboa e Benfica não mereceu vencer na Luz, não mereceu empatar em Famalicão e não fez por merecer estar no Jamor. Sem ser superior, o Futebol Clube de Famalicão foi sempre superior.

A FIGURA

Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Diogo Gonçalves – Já tinha brilhado na Luz e voltou a fazê-lo hoje. O extremo do FC Famalicão foi um diabo à solta naquele corredor direito. Nem Grimaldo, nem Cervi, nem Ferro conseguiram lidar com a criatividade do português. Rasgou o corredor, criou oportunidades de golo para si e para os seus colegas e ainda serviu o ponta de lança para o golo do empate. A evolução deste jogador é evidente e se começar a ter mais golo será certamente mais reconhecido.

O FORA DE JOGO

Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

Bruno Lage – Podia facilmente falar de Ferro e do seu péssimo jogo defensivo. Podia facilmente falar da primeira parte horrível de Taarabt, onde falhou passes atrás de passes e, pelo segundo jogo consecutivo, poderia facilmente ter acabado na rua. Mas quando há demasiados maus desempenhos individuais e colectivos, o verdadeiro responsável só poderá ser o treinador da equipa. Não se percebe aquilo que Bruno Lage quer fazer ao futebol encarnado. Coloca jogadores para jogar em posse, mas dá iniciativa do jogo ao adversário. Quer a equipa a defender, mas o processo defensivo é todo ele um desespero de desorganização. Esta equipa parece cada vez jogar pior seja quais foram os jogadores titulares. Paupérrimo.

ANÁLISE TÁTICA – FC FAMALICÃO

João Pedro Sousa lançou exactamente o mesmo 11 do jogo da primeira mão. Um 4-3-3 com extremos abertos e três médios a apoiar a construção curta do quarteto defensivo. Na frente um ponta de lança fortíssimo a ganhar quase todas as bolas e a conseguir segurar jogo na espera de apoios. De louvar a forma fiel como o FC Famalicão se mantém ao seu estilo de jogo.

Na linha de três médios destaco a diversidade de características. Gustavo Assunção dava o primeiro apoio aos centrais e tinha maiores preocupações no recuperar da bola, Uros é o médio de construção mais recuado e Pedro Gonçalves o médio com instruções para surgir mais em zonas de finalização, dando maior apoio ao ponta de lança.

Para mim a maior curiosidade foi mesmo o posicionamento do lateral esquerdo Coly. Em duas ou três ocasiões mostrou-se muito forte na progressão com bola, contudo o que vimos foi um jogador que muito raramente subiu no terreno de forma a criar, no momento do ataque, uma linha defensiva com três elementos com o intuito de precaver os rápidos lances de contra-ataque do SL Benfica.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Vaná (5)
Ivo Pinto (6)
Riccieli (6)
Patrick William (6)
Racine Coly (6)
Gustavo Assunção (7)
Uros Racic (5)
Pedro Gonçalves (5)
Diogo Gonçalves (8)
Fábio Martins (6)
Toni Martínez (7)

SUBS UTILIZADOS

Walterson (4)
Schiappacasse (5)
Ruben Lameiras (-)

ANÁLISE TÁCTICA – SL BENFICA

Bruno Lage manteve-se fiel ao seu 4-2-3-1. Desta vez optou por um meio-campo com Florentino, o que na teoria daria maior liberdade criativa a Taarabt e maior capacidade de cobertura das laterais. Também no contexto desta maior preocupação defensiva com as laterais, optou por lançar Cervi.

Inicialmente vimos um SL Benfica tacticamente equilibrado e bastante fechado. Os laterais recuados, um médio totalmente defensivo e o outro com o papel de ser o principal municiador do ataque no momento da posse. Só o ponta de lança jogava de forma mais subida e os três médios ofensivos também muito instruídos na ocupação dos espaços. Foi um Benfica que entrou em campo com o objectivo de não oferecer espaço ao adversário para criar. Por outro lado, e sabendo da insistência dos defesas adversários em jogar curto, ficou claro que os quatro da frente tinham instruções para procurarem ir condicionando a construção adversária de forma a se recuperar a bola em momentos de desequilíbrio.

Com o passar dos minutos, e já depois de estar em vantagem, foi uma equipa cada vez mais preocupada em ocupar os espaços defensivos, mais alheada da bola e mais focada em fazer o tempo passar.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Odysseas Vlachodimos (8)
Tomás Tavares (5)
Rúben Dias (6)
Ferro (3)
Grimaldo (4)
Florentino (5)
Taarabt (2)
Pizzi (6)
Rafa (5)
Franco Cervi (6)
Vinícius (5)

SUBS UTILIZADOS

Chiquinho (5)
Samaris (-)
Seferovic (-)

Foto de capa: Carlos Silva/Bola na Rede

Revisto por: Jorge Neves

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Daniel Oliveira
Daniel Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
Primeira palavra bola. Primeiro brinquedo bola. E assim sempre será. É a ver jogos que partilha os melhores momentos de amizade. É a ver jogos que faz as melhores viagens. É a ver jogos que esquece os maiores problemas. Foi na paixão pelo jogo que sempre ultrapassou os outros desgostos de amor. Agora a caminhar para velho pode partilhar em palavras aquilo que sempre guardou para si em pensamentos e pequenos desabafos.                                                                                                                                                 O Daniel não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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