Ultrapassados assim os piores momentos da época chegou a altura de recordar o que de bom teve esta época. Começando pelo inicio da temporada, uma das grandes conquistas foi manter Jonas no plantel e lançar Gonçalo Guedes como uma das caras do ataque encarnado. O avançado brasileiro não foi feliz a época inteira, mas continuar a tê-lo no plantel foi algo que agradou a qualquer adepto encarnado. Quanto ao jovem português, voltámos a ter orgulho na nossa formação e a acreditar que é possível viver até uma certa parte com ela. Sem Gaitan e Renato o Benfica conseguiu sobreviver com o “Zidane” Pizzi e com reforços de grande qualidade como Zivkovic, Cervi e Rafa. Falando agora dos jogos que marcaram o campeonato pela positiva, gosto de recordar para começar a vitória em Arouca. Com Guedes e Rafa no ataque Rui Vitória foi obrigado a lançar o jovem Zé Gomes para preencher a vaga deixada por Mitroglou, Jonas e Raul. Uma vitória importante e difícil para o grupo encarnado. Duas jornadas depois o Benfica foi até Chaves e debateu-se com a maior surpresa do campeonato, recém-chegado da segunda liga estava e fez uma época impressionante no seu território.
Na jornada 13 o Benfica dava uma das maiores alegrias do campeonato aos seus adeptos: uma vitória caseira por 2-1 frente ao rival da segunda circular deu motivos de festa pela noite dentro e mostrava qual era a equipa mais bem preparada para a luta até ao final da temporada. Seguia-se logo depois a melhor fase da sólida defesa encarnada, 7 jogos sem sofrer golos faziam do quarteto defensivo o mais eficaz da altura do campeonato. A partir da vigésima nona jornada o Benfica entrava na fase das grandes finais onde apenas tropeçou numa, a difícil vitória em Moreira de Cónegos por 1-0, o 2-1 caseiro frente ao Estoril-Praia, a tão festejada e difícil conquista frente ao Rio Ave e a goleada por 5-0 no jogo do titulo mostravam cada vez mais a união do universo benfiquista. Estes importantes encontros, tirando o ultimo referido e a conquista por 3-0 frente ao Marítimo, fizeram que esta fase final fosse tão saborosa como se esperava: finais difíceis, mas com um final feliz.
Para finalizar a análise das boas conquistas é preciso focar esse triunfo caseiro frente ao Vitória de Guimarães no nosso território. Num encontro recheado de sócios nas bancadas, o que parecia difícil tornou-se fácil quando concretizamos a mais bonita conquista da temporada. Os expressos 4-0 ao intervalo ditavam que os 200 mil iam encaminhar-se para o centro de Lisboa para comemorar o primeiro tetracampeonato do clube da luz e reafirmar o Benfica como grande vitorioso de campeonatos da presente década.
Se já falamos dos encontros e das boas noticias do plantel encarnados vamos terminar agora ao falar de um fator marcante para o ano benfiquista: o trabalho do “ Hospital da Luz”. Foram 9, repito, 9 jogadores que tiveram entregues ao departamento médico do Benfica, muitos destes 9 como Jonas, Fejsa, Lisandro, Grimaldo, Jardel, jogadores importantes no plantel, que não estiveram presentes durante grande parte da temporada e deixaram assim Rui Vitória com dores de cabeça. Como resolvemos? Apostámos na casa e voltámos a ter Luisão presente a época inteira, voltamos a ver Eliseu na defesa encarnada, lançamos o já referido Zé Gomes, vimos Lindelof fazer o maior número de encontros numa temporada, Samaris jogou muitos dos mais importantes encontros do campeonato e de uma forma geral o Benfica a fez dos problemas soluções. Sabe tão bem dizer isto.
Foi um campeonato difícil, recheado de tempestades durante o ano mas com momentos tão marcantes que vão fazer-nos um dia dizer: “Neto, assim vi o inédito tetracampeonato!”