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Apatia, silêncio, calma, já cantava Lara Li | Moreirense FC 0-0 SL Benfica

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Benfica

Primeiro, o seu a seu dono: o trabalho de Rui Borges ao comando do Moreirense FC ganha, de semana para semana, um novo quê de notável. Não, não estou esquecido da eliminação cónega da Taça de Portugal em Paredes. Mas cinco vitórias e dois empates nas últimas sete jornadas da Primeira Liga, não sofrendo golos em seis dessas partidas (só o Boavista FC quebrou a defensiva dos cónegos… com um autogolo), é sensacional.

Como tal, e tendo em conta as dificuldades sentidas para vencer em Moreira de Cónegos por SC Braga e FC Porto, deixar dois pontos no Comendador Joaquim de Almeida Freitas não é, por si só escandaloso. A forma apática, amorfa, desconexa, resignada, abatida como o SL Benfica de Roger Schmidt (assumindo que o técnico alemão ainda está ciente de que a equipa é sua, algo que a cada jogo fica mais difícil de perceber), no entanto, é deveras preocupante.

Importa salientar que não sendo escandaloso empatar em Moreira de Cónegos, é desde logo um ponto de desvantagem que os encarnados somam em relação aos rivais diretos SC Braga e FC Porto que, como referi, não venceram com facilidade no terreno do atual sexto classificado, mas venceram. Os campeões também se forjam nessas partidas e, se a visita das águias ao reduto moreirense for a baliza da forja de campeão da turma lisboeta, ficou bastante claro que o título nacional será senão uma miragem esta temporada.

De novo, não pelo resultado em si, que, de novo, por si só, é relativamente aceitável perante o que o Moreirense FC tem demonstrado. O que me leva a “descatalogar” o SL Benfica de candidato a campeão caso o jogo avalizador dessa candidatura fosse o nulo na vila vimaranense é a incapacidade de os jogadores mexerem com as incidências da partida e, mais ainda, a incapacidade de o treinador encarnado mexer com o jogo.

Schmidt colocou de início Florentino e João Neves e ao intervalo fez entrar para os seus lugares Chiquinho e Kokcu. Gonçalo Franco – que jogaço, que jogador – e Rúben Ismael – muito bem a substituir Ofori – colocaram no bolso ambas as duplas do meio-campo benfiquista. Nem o português, nem o turco trouxeram o que quer que fosse de novo ao jogo sem nexo do SL Benfica, que, excetuando o golo anulado, não urdiu (se a memória não me falha) uma única jogada com princípio, meio e fim.

A maioria não tinha fim, algumas saltavam o meio, outras não se percebia bem como começavam. Não havia qualquer nexo no futebol dos encarnados, que, diga-se em louvor da verdade, poderiam perfeitamente ter perdido o encontro. À pobreza ofensiva encarnada aliou-se a passividade defensiva, os erros de posicionamento de alguns elementos (alguns claramente perdidos em campo em posições que não conhecem bem, com Morato à cabeça), os turnovers de Di María, os duelos perdidos por Kokcu, a falta de ritmo do futebol de João Mário…

Bem vistas as coisas, o nulo não só não foi escandaloso (pelo resultado em si), como foi uma prenda de Natal antecipada para as águias (pelo que não fizeram de bem e pelo que fizeram de mal). Pelo meio, houve um Moreirense FC extremamente sólido, muito coeso defensivamente, a desdobrar-se de uma forma agradavelmente fluida no ataque e a mostrar ter e ser um coletivo que não se desune, nem a defender, nem a atacar – é notável a forma como a turma de Rui Borges coloca quatro homens a sair em transição, sem perder o equilíbrio, muito graças ao papel de pêndulo de Ismael, que nunca permitiu que a linha defensiva e ofensiva, mesmo nas transições, perdesse a ligação.

Em suma, foram dois pontos perdidos “para” o SL Benfica, mas foram dois pontos perdidos “pelo” Moreirense FC, a única equipa que jogou, em quantidade e em qualidade, o merecido para vencer.

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Declarações de Rui Borges:

“Foi uma primeira parte muito boa, foram minutos muito intensos da nossa equipa”.

“Merecíamos ter feito o golo nos primeiros 25 minutos”.

“Seria justo termos ido a vencer para o intervalo”.

“Não estivemos tão frescos em alguns momentos para sair em transição”.

“Não sofrer golos é mérito dos jogadores”.

“É inexplicável o Kewin não ter vencido o prémio de guarda-redes do mês”.

“Não sofrer golos não nos torna mais defensivos, antes pelo contrário”.

“O nosso foco – e tem sido desde o primeiro jogo – é os três pontos a cada jogo”.

“É um grupo com um carácter excecional”.

“Os adeptos têm sido muito importantes, cada vez mais estão connosco. Gostei muito de terem festejado o golo anulado ao SL Benfica, sou honesto”.

“A apatia do SL Benfica foi mérito do Moreirense FC”.

“Não deixámos criar”.

“Sabíamos que o SL Benfica não ia mudar muito”.

Roger Schmidt não compareceu.

Márcio Francisco Paiva
Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.

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