O Clássico Que Marca

Adiante. O Benfica foi para cima deles e aos 42 minutos deu frutos. Cardozo, não gosto dele mas reconheço-lhe a eficácia, aproveitou a confusão na grande área do Porto gerada por um remate de Maxi que esbarrou na muralha de pernas que por lá andava e rematou sem hipóteses para Helton. Ainda querem falar de Casilas?

O jogo foi para o intervalo empatado. Na segunda parte fomos nós a começar melhor. Minuto 47. Falta de Lucho sobre Gaítan, Aimar cobrou o livre à direita, Cardozo meteu a cabeça entre os defesas e deixou Helton a ver a bola entrar. 2-1 para o Benfica e remontada feita. Fácil.

O problema é que estes jogos têm sempre qualquer coisa de especial. Nunca parece que as coisas vão correr bem a quem está a ganhar. Quando correr porreiro, quando não corre o Herrera dá canto aos 92 minutos e o Lisandro faz o 1-1 no Dragão.

Aqui não nos correu bem a nós. Aos 64’ James, após uma recuperação de Fernando, galgou 25 metros, fez o clássico um-dois com Fernando, e à entrada da grande-área meteu o 2-2 lá dentro. Jogo empatado. Menos mal.

Seguiram-se 23 minutos de sustos, mãos levadas à cabeça, soltaram-se asneiras. Jesus gesticulou abruptamente para Javi ter atenção às diagonais de James, Vítor Pereira disse umas quantas verdades a Maicon. O jogo estava partido. Ou seja, podia dar para qualquer um dos lados.

A defesa do Benfica não foi capaz de parar um ataque que contava com Hulk e James  Fonte: UEFA
A defesa do Benfica não foi capaz de parar um ataque que contava com Hulk e James
Fonte: UEFA

Até ao momento da fatalidade. Esse momento ocorrer aos 87 minutos. James ia em progressão até ser travado, em falta, por Gaítan. O colombiano ajeitou a bola, ergueu a cabeça e tirou as medidas à área do Benfica. Cobrou o livre, uma bola alta que só não foi balão por não estava vento naquela noite, que pingou à entrada da pequena área à guarda de Artur Moraes. Artur encheu-se de coragem e foi à bola, o problema é que já lá estava, como um pequeno escuteiro na primeira viagem com o grupo à Serra da Estrela, Maicon.

O brasileiro fez lembrar outro brasileiro. Luisão, que em 2005, também na Luz, e naquela baliza, num gesto semelhante fez na altura o 0-1 frente ao Sporting que nos ajudou a conquistar o título no Bessa uns dias mais tarde.

Desta vez a fava saiu ao Benfica que sofreu o 2-3 perto do fim e nunca mais deu a volta. O Porto saiu de lá com os 3 pontos que mais tarde contribuíram para mais um título azul.

Porque é que este jogo me marcou? Eu falhei o Benfica vs Porto, na Luz, quatro vezes antes deste. Este foi o primeiro que fui ver e o último. Não é um trauma, mas é-me impossível não entrar naquele estádio e não recordar o único clássico que lá assisti.

Foto de Capa: SL Benfica

João Valente
João Valentehttp://www.bolanarede.pt
João Valente é um apaixonado pela arte do futebol. Nascido e criado durante boa parte do tempo em Lisboa, começou a seguir este desporto com uns tenros quatro anos e, desde então, tem sido um namoro interminável. É benfiquista de gema – mas não um que só vê Benfica à frente! É alguém que sabe ser justo quer o Benfica ganhe ou perca e que está cá para salientar os porquês, na sua opinião, dos resultados. Como adepto de futebol que é não segue só a atualidade do futebol português; faz questão também de acompanhar a par e passo o que de mais importante acontece nos principais campeonatos. A conjugar com o seu interesse pelo futebol, e pela malha, desporto que descobriu porque o seu avô era campeão lá na rua, veio a escrita, forma que encontra de expor os seus pensamentos na esperança de um dia se tornar num grande jornalista de desporto, algo que dificilmente acontecerá mas, tudo bem, ele um dia há-de perceber isso.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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