O impacto das vendas made in Seixal

São já várias as vendas por parte do SL Benfica de jogadores com origem no Seixal. Muitas delas foram bastante questionadas, uma vez que algumas apenas tiveram rentabilidade financeira e não rentabilidade desportiva, como se esperava.

É certo que, para as equipas que coabitam no campeonato português, manter grandes valores chega a ser impossível. A sustentabilidade passa por comprar barato e vender caro, sem que muitas vezes consigam amadurecer o jogador antes da venda. Têm também uma cota parte de responsabilidade os empresários destes jogadores, pois sabemos que hoje em dia o futebol é cada vez mais um negócio, deixando para segundo plano o que realmente é mais importante para o jogador.

No caso particular do SL Benfica, é destacadamente a equipa portuguesa com maior receita de vendas no que toca a produtos oriundos da formação. A questão que se impõe é se essas vendas foram realizadas na altura certa e por valores corretos. Posto isto, irei dar a minha opinião pessoal sobre algumas vendas.

  • Renato Sanches e João Félix

Dois jogadores com muito, senão tudo em comum.

Ambos entram no onze encarnado quando o SL Benfica estava a atravessar uma altura muito frágil e, nos dois casos, quando a imprensa desportiva dava o título como perdido para os lados da luz.

Os dois ficam só um ano de águia ao peito no plantel principal e são determinantes na conquista de dois títulos de campeão nacional. Novamente tem em comum o facto de já contarem com títulos ao serviço da seleção nacional.

Renato Sanches sai para o Bayern Munique por 35 milhões, ainda antes do Europeu começar, e João Félix por 120 milhões para o Atlético de Madrid. Não é possível afirmar que não foram grandes vendas, pois os juntos atingiram a marca dos 160 milhões.

Mas observando o lado do jogador, em ambos os casos terá sido muito prematura a venda. Renato e Félix deveriam ter permanecido mais um ano no clube, para ganharem mais maturidade.

  • Bernardo Silva e João Cancelo

Dois jogadores que não consigo ver a jogar sem sentir um vazio na alma. Questiono-me muitas vezes como teria sido bom ver estes dois jogadores com o manto sagrado a celebrarem vitórias no Estádio da Luz. Pois bem, a realidade é que, para já, isso não será possível. Ambos atingiram um patamar tão elevado, que hoje é impossível para os cofres encarnados resgatarem Bernardo e Cancelo.

Considero estas as piores vendas feitas por parte do SL Benfica, apesar de pesarem os 30 milhões recebidos por dois jogadores com muitos poucos minutos na equipa principal. O valor que mostravam na equipa B era inquestionável, e foi por isso que foram os dois emprestados (com opção de compra) a equipas de renome a nível europeu: Mónaco e Valencia.

Florentino e Gedson, dois jogadores made in Seixal com bastantes pretendentes no mercado de transferências
Fonte: SL Benfica
  • Ivan Cavaleiro/Helder Costa

É incrível perceber que posso falar de um destes jogadores e automaticamente o mesmo parágrafo servirá para descrever o outro. Apenas dois fatores os separam: o facto de Ivan Cavaleiro ter na sua carreira uma época na equipa principal (tendo sido opção numa final europeia); e o facto de um ser destro e o outro esquerdino.

Ambos foram emprestados ao Deportivo da Corunha, passam posteriormente pelo Mónaco, até coincidirem depois no Wolverhampton. Nesta época, são os dois emprestados a equipas do Championship.

15 milhões foi o valor que o SL Benfica recebeu por cada um, sendo que mais uma vez, acho que estes dois extremos deveriam ter tido mais oportunidades na equipa principal.

  • Ederson/Lindelof

Aqui sim, considero duas excelentes vendas. Dois jogadores com rentabilidade tanto financeira como desportiva. Ederson sai já do SL Benfica como um dos melhores na sua posição e é hoje sem surpresa titular do atual campeão inglês Manchester City. Lindelof joga atualmente no Manchester United e é hoje, apesar de um inicio conturbado, igualmente titular no gigante inglês.

Foram muitos milhões a entrar nos cofres encarnados, mas será que o SL Benfica deveria ter feito um esforço para segurar aqueles que muito prematuramente saíram da equipa encarnada? Seria esse esforço possível de fazer?

Foto de Capa: Manchester City FC

Francisco Nogueira
Francisco Nogueirahttp://www.bolanarede.pt
Desde tenra idade que o Francisco começou só a respirar futebol. Licenciado em Gestão do Desporto, descobriu o gosto de expressar as suas opiniões através da escrita. Considerado pelos que lhe são mais próximos como uma enciclopédia do futebol nacional, é o gosto pelo campeonato português aquele que mais se evidencia. Adepto fervoroso do SL Benfica, admite ficar bastante chateado quando não consegue ver um jogo.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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