📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
- Advertisement -

raçaquerer

O futebol de ataque é uma imagem de marca do Benfica. A grandeza e a responsabilidade que carregamos com orgulho levam a que a equipa, principalmente nos últimos anos, só se sinta bem a jogar em ataque contínuo. Os laterais sobem para dar mais profundidade às jogadas (por vezes até o fazem em demasia, no caso de Maxi), há sempre bastante presença na área, a linha defensiva tende a avançar quase até ao meio campo. Das bancadas vem um “Carrega Benfica!”. A equipa procura o primeiro golo e depois desse, o segundo, o terceiro. Porque o espetáculo se torna uma obrigação quando os adeptos vão à Luz para ver golos. Não é por acaso que somos o clube português com mais golos marcados nos campeonatos nacionais (5426) e com mais vitórias (1522 em 2248). Se no nosso ADN está este ímpeto ofensivo, se temos jogadores e um desenho tático que nos permitem jogar ao ataque, então porquê desvirtuar os habituais processos da equipa, como se viu em Alvalade?

Já nos tínhamos habituado a ver Jorge Jesus montar uma estratégia mais defensiva quando o Benfica jogava no Estádio do Dragão (curiosamente, ou não, na única vez em que foi ao Porto e não o fez, este ano, jogando olhos nos olhos com o rival, regressou a Lisboa com uma vitória), mas contra o Sporting o pragmatismo excessivo nunca tinha sido usado. Até ontem. Só não deu derrota por sorte. Mas será que Jesus não aprende? O Benfica não sabe jogar ao estilo da Académica, do Penafiel, do Arouca. Obrigar os jogadores a praticar este futebol frio e calculista é a mesma coisa que pedir a estas equipas que assumam o jogo e joguem de igual para igual com as equipas mais fortes. Pura e simplesmente não resulta. Além disso, passa-se a ideia de que a equipa entra em campo a pensar no empate e os adeptos, compreensivelmente, não gostam. O Benfica não pode entrar em nenhum estádio desta Europa com o objetivo de empatar. Seja no Santiago Barnabéu, seja contra o Pinhalnovense, a obrigação é a de vencer, de mostrar esforço, “Raça, Querer e Ambição”.

A culpa da fraca produtividade ofensiva do Benfica no dérbi só pode cair sobre Jesus; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
A culpa da fraca produtividade ofensiva do Benfica no dérbi só pode cair sobre Jesus;
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Isto não quer dizer que eu não defenda um pragmatismo q.b. em alguns jogos. Quando se tem vantagem no marcador, é preciso pausar o ritmo e, se for preciso, gerir o resultado em função do calendário. Aqui está a grande diferença entre os dois campeonatos conquistados na era Jesus: o primeiro, de 2010, foi marcado por um elevada “nota artística”, por um futebol rendilhado, apaixonante, pelo avolumar dos resultados; no de 2014, e também porque a equipa se manteve até ao fim nas famosas “quatro frentes”, impôs-se um espírito “resultadista”, em que a exibição era relegada para segundo plano, porque o essencial eram os três pontos (em muitos momentos da temporada 2013/2014, viu-se uma conjugação destas duas formas de encarar o jogo, diga-se).

Engana-se quem acha que o jogo que o Benfica realizou em Alvalade foi pragmático. Não foi porque para se resfriar o ritmo de jogo, este tinha de ter começado elevado. Aliás, a intensidade de jogo da equipa manteve-se estável do início ao fim, pena que tenha sido num nível tão vergonhosamente baixo que não permitiu um único remate à baliza durante 90 minutos. Jesus já devia saber, e acho que foi para ele e para todos os benfiquistas experiência suficientemente traumatizante, que começar a adormecer antes de tempo dá mau resultado. Eu não quero voltar a ver o nosso treinador de joelhos. Antes a vantagem era de 6 pontos, agora já só são 4 e ainda faltam disputar 14 jornadas. Já não estamos na Europa nem na Taça de Portugal, o que ainda aumenta mais a responsabilidade de ganhar os jogos da Liga, se possível com boas exibições.

Dito isto, volto a insistir, pegando até naquele velho lema que diz que “a melhor defesa é o ataque”: colocar o jogo numa arca frigorífica à espera do erro do adversário quando se quer ganhar e ser campeão não pode ser o plano, estando o segundo classificado a um, três, seis ou doze pontos. Esta forma de jogar não se compatibiliza com a nossa história (recheada de sucesso), com o desejo de, creio eu, todos os adeptos, com o nosso espírito, com o presente e, desejo eu, com o que virá a ser um glorioso futuro. Porque não é isto que nos está no sangue.

Foto de Capa: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Tiago Caeiro
Tiago Caeirohttp://www.bolanarede.pt
É frequente dar por ele a contar as horas até começar o próximo jogo do glorioso Benfica, que não perde por nada. Lá fora, apoia Arsenal, Milan e Bayern só porque os seus jogadores vestem a magnífica cor vermelha.                                                                                                                                                 O Tiago não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

João Diogo Manteigas questiona: «Por que é que o Benfica ainda não renovou com António Silva e já renovou com Otamendi?

João Diogo Manteigas, candidato à presidência do Benfica, deu uma entrevista ao jornal A Bola. Advogado questiona decisão das águias.

Samu Aghehowa fez algo no FC Porto que ainda não tinha sido visto no século XXI

Samu Aghehowa marcou o hat-trick mais rápido do FC Porto desde 1997/98. Avançado espanhol fez três golos ao Celoricense em 10 minutos.

Hansi Flick esclarece gesto polémico após o golo de Ronald Araújo: «Apenas celebrei o golo»

Hansi Flick, treinador do Barcelona, festejou efusivamente o golo decisivo frente ao Girona, mas garante que o festejo não foi para ninguém

Mario Balotelli pode rumar a destino surpreendente após passagem na Serie A

O Palm City, clube da Segunda Liga dos Emirados Árabes Unidos, quer contratar Mario Balotelli. Avançado está livre no mercado.

PUB

Mais Artigos Populares

Pep Guardiola elogia estrela do Manchester City e lança aviso ao plantel: «Não podemos depender só dele»

Pep Guardiola elogia o instinto goleador de Erling Haaland, mas exige maior eficácia aos restantes colegas de equipa.

Otávio Ataíde e a saída do FC Porto para a Ligue 1: «Fui a contratação mais cara. Tenho esse peso»

Otávio Ataíde falou sobre a mudança do FC Porto para o Paris FC, da Ligue 1. Defesa-central comenta valor da transferência.

Champions League de volta: onde ver o Newcastle x Benfica?

O Newcastle x Benfica terá transmissão televisiva na Sport TV 5. Águias voltam a Inglaterra para mais um jogo de Champions League.