A mudança na política de transferências do SL Benfica

Benfica

Nas últimas épocas a estrutura do Sport Lisboa e Benfica adotou uma postura mais agressiva e direta em relação ao mercado de transferências e à forma como o mesmo deve ser pensado.

Hoje em dia, os alvos dos encarnados somam um estatuto diferente àquele apresentado por muitos atletas contratados em temporadas anteriores, e a chegada de novos jogadores é vista de forma diferente no panorama do clube, de uma forma mais positiva. Contudo, a que se deve esta mudança?

Esta transformação passa por muitos nomes ligados à estrutura do clube, como é claro, mas a questão mais relevante neste processo é sem dúvida o nítido seguimento de um projeto fixo para o bom funcionamento do clube, composto por vários parâmetros, que, à vista aparente, têm funcionado de forma exímia. No entanto, nem sempre foi assim.

Para o adepto que lê neste momento podem surgir-lhe à cabeça nomes como Meïté, Radonjić, Lazaro ou até mesmo outros como Dyego Sousa, Caio Lucas e Nicolás Castillo. A lista é longa. É exatamente neste momento de introspeção que se torna possível perceber a evolução e a mudança efetuada na mentalidade relativa ao mercado de transferências e como o mesmo era abordado.

Nemanja Radonjic
Fonte: Carlos Silva/ Bola na Rede

Em temporadas passadas o plantel não era constituído com um plano tão rigoroso como o atual onde as contratações são feitas com o objetivo de se complementarem e compactuarem entre si. Diferentes características, diferentes perfis, diferentes negócios com diferentes projeções eram colocados no mesmo grupo de trabalho, acabando por não resultar em inúmeros casos, onde a contratação já se previa falhada antes do jogador dar sequer provas exatas do mesmo.

Hoje em dia a estrutura encarnada tem vindo a demonstrar de forma clara aquilo que quer em relação à equipa principal: um plantel composto de forma equilibrada entre jogadores da formação, jogadores experientes, e jogadores que, vindos de fora, possam trazer um grande retorno tanto a nível desportivo como financeiro. Ou seja, todos os jogadores que constituem o plantel têm um propósito claro e fixo, algo que não parecia bem explícito anteriormente.

Para o plantel das águias têm chegado maioritariamente jogadores com dois estatutos. Primeiramente, aquele onde o rendimento dentro das quatro linhas é a questão mais importante e dessa forma a venda futura do jogador não é algo visto como prioritário ou essencial sequer. Por exemplo, com a contratação iminente de Ángel Di María, o argentino encaixa neste estatuto, pois com a sua vinda não é esperada uma venda no futuro, mas sim um acréscimo de qualidade e experiência à equipa de Roger Schmidt no imediato.

Orkun Kökçü
Fonte: SL Benfica

Com outro estatuto encontram-se os jogadores que vêm com outro propósito de acréscimo, o do rendimento financeiro. Nos últimos mercados tem-se assistido à contratação de jogadores novos, com extremo potencial, mas que requerem maiores investimentos como Enzo Fernandéz, e agora, Orkun Kökçü. Exatamente o mesmo tipo de perfil, exatamente o mesmo tipo de moldes no negócio. Atletas novos, já com cartas dadas nos clubes anteriores, com uma margem de progressão ainda grande, mas que chegam para serem influentes no imediato com o objetivo de serem vendidos por valores bastante mais elevados no futuro. Chegam para se mostrarem noutros palcos e possivelmente impulsionar a carreira de uma forma exponencial, ajudando diretamente o Benfica que adquire assim um ativo de grande valor. Apesar do aspeto financeiro não ser o único a ser tido em conta, é inegável a esperança de que o investimento feito no momento não valha a pena no futuro.

Por outro lado, com as contratações de Schjelderup e Tengsted o Benfica demonstrou também uma mudança em relação ao processo de recrutamento, onde ofuscou os habituais mercados de recrutamento sul-americanos abrindo espaço para novas áreas de observação, não tão habituais. Se em tempos a contratação de jogadores brasileiros e argentinos era tomada quase como obrigatória a cada mercado de transferências, no plano atual o mesmo deixou de o ser.

O Sport Lisboa e Benfica é neste momento um dos melhores clubes a nível mundial no que toca à observação, recrutamento e contratação de jogadores e tudo se deveu à crucial mudança de paradigma que se fez sentir no círculo encarnado.

Guilherme Terras Marques
Guilherme Terras Marques
Orgulhoso estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vê no futebol e na sua cultura uma paixão. É apenas mais um jovem ambicioso que sonha fazer do jornalismo desportivo a sua vida. Escreve com o novo acordo ortográfico

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