A pressão faz diamantes e parece que também ganha jogos | Benfica 1-3 Feyenoord

A derrota do Benfica na receção ao Feyenoord foi uma história de pressão boa versus pressão má. Não falo (ou escrevo) de pressão mental, mas de pressão tática. O Feyenoord soube pressionar bem a construção encarnada, que sucumbiu todo o jogo a esse condicionamento – na primeira parte então foi um “ai!, Jesus, já me disseram”. Do outro lado, os portugueses procuraram executar o mesmo plano, mas o nível de eficiência não foi sequer comparável.

Na verdade, diga-se, nem tudo foi bem executado na pressão neerlandesa, que partiu várias vezes o seu bloco, ficando, não raras vezes, com uma linha de três mais recuada separada por metros e metros dos restantes sete jogadores que apertavam o Benfica e o encostavam ao seu último terço. Todavia, nunca, em toda a partida, as águias souberam aproveitar esse espaço. Das duas, uma: ou perdiam a bola ainda em posição recuada, ou procuravam bolas longas para Pavlidis (não é a praia do grego, nem sequer uma praia fluvial).

Nestas bolas esticadas na frente, invariavelmente, ou a primeira, ou a segunda bola eram amealhadas pela linha defensiva do Feyenoord. A turma de Brian Priske conseguia depois sair com tranquilidade, com o auxílio do seu guardião, e encontrar homens de costas para a baliza que recebiam, viravam e atacavam, para ferir – e, como se viu, para matar -, a última linha do Benfica, tendo já quebrado as linhas anteriores que tinham sido batidas pelo passe vertical dos visitantes.

A solução teria sido uma de duas, parece-me: subir ainda mais a pressão e juntar mais o bloco nesse momento numa posição mais adiantada ou o inverso – juntar o bloco mais baixo e obrigar o Feyenoord a bascular e impedir os movimentos constantes de Ueda, Milambo e Igor Paixão (vejam como Paixão bate a linha do Benfica no primeiro golo). Bruno Lage, que, em termos de peças, até mexeu bem no jogo, não mexeu bem na partida em termos estratégicos.

Foi, somando e resumindo, uma lição tática e estratégica de Brian Priske, que preparou o jogo da melhor forma para dar conforto à sua equipa, que, na luta de pressões, foi muito, mas muito melhor do que o Benfica.

Márcio Francisco Paiva
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O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.

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