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Reconstruir é diferente de reestruturar

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  “Rui Vitória terá as mesmas condições que os seus antecessores tiveram”. Estas palavras foram proferidas por Luís Filipe Vieira. São palavras que não foram cumpridas pelo presidente do Benfica. E mesmo que fossem. Conseguiria Rui Vitória, um treinador em ascensão, é certo, mas a ter a sua primeira experiência num grande, fazer igual ou perto do que Jorge Jesus fez em alguma das últimas seis épocas?

Taarabt, Carcela, Mitroglou e Jiemenéz estão longe de ser jogadores idênticos aos recebidos por Jesus. O Benfica decidiu pegar num treinador conhecido por projectar jovens e começou uma política de promover a sua academia. E, para acrescentar valor e experiência, procurou nomes mais ou menos conhecidos. Mitroglou, para mim, é o único grande reforço que Rui Vitória recebeu. Os restantes pertencem a uma política contratual com a qual discordo. Apostar em jogadores problemáticos como Taraabt? Jogadores que não sabem o emblema que trazem ao peito? Apostar em jogadores que prometeram, mas depois de uma lesão, no caso de Carcela, ou de mudarem de campeonato, no caso de Jiemenéz, que saiu do México para Espanha, nunca mais foram próximos do que alguma vez foram?

O Benfica, apostando na formação, deveria procurar jogadores que lhes dê garantias, que venham com créditos firmados e que possam assumir o jogo. Além disso, o sector defensivo e o sector do meio-campo foram completamente descurados, sendo os que mais precisavam de reforços. A formação passou a ser a resposta para tudo, mas a formação não é a resposta. Eles devem ser integrados na equipa principal e devem ser-lhes dados minutos aos poucos, mas não atirar miúdos, alguns sem carácter e atitude suficientes, aos tubarões. Há talento na academia? Há, mas é um talento bruto que tem de ser trabalhado.

Gaitán a número 10 a apoiar Jonas no ataque é uma ideia assim tão descabida?; Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica
Gaitán a número 10 a apoiar Jonas no ataque é uma ideia assim tão descabida?;
Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica

O trabalho feito na academia que devia estar a ser aproveitado não era este, pelo menos não no imediato. Estes actuais jovens deveriam ser as nossas promessas daqui a dois ou três anos. Actualmente, quem devia estar a mostrar que o Benfica tem uma excelente formação e que evitaria, provavelmente, ir ao mercado buscar tantos jogadores seria a geração de Cavaleiro, Cancelo, Bernardo Silva e André Gomes. Todos eles são actualmente titulares e determinantes em clubes de grande dimensão europeia. O dinheiro não está acima de tudo, muito menos quando qualquer um destes miúdos sentiria mais a camisola do que todos os reforços juntos. A mística não se pode perder, os nervos dos grandes jogos não se podem esquecer, o hino tem de ser sabido de cor!

Rui Vitória começa a ser falado como uma má aposta. Para mim não é. Aliás, com o plantel que tem à disposição, está a fazer o que pode e o que não pode. Apenas discordo de que tenha logo de início abandonado os seus ideais e regressado ao 4-4-2 de Jorge Jesus. O 4-2-3-1 seria um modelo absolutamente possível neste Benfica. Tanto mais com a abundância de extremos, médios defensivos e nº 10. Quando chegou, o Gaitán era médio ofensivo centro, ou ninguém se lembra? Podia perfeitamente alinhar atrás de Jonas ou Mitroglou, dando espaço para que Gonçalo Guedes e Carcela (e Salvio, quando regressar de lesão) apareçam nas laterais. Têm Cristante e Djuricic como promessas e não me digam que Taraabt desaprendeu. Se o homem precisa de um segurança à porta para não fugir para o Cais do Sodré, façam isso! Já que se investiu, que se rentabilize esse investimento e que não se deixe os milhões a secar no banco.

Apesar disto, e tendo em conta que Rui Vitória decidiu regressar ao modelo de Jorge Jesus, impõe-se que este se imponha perante a direcção e faça cumprir a promessa que Vieira fez. Vitória tem de bater com os punhos na secretária e pedir um oito de qualidade, porque, por muito bom que Renato Sanches seja, não é o rapaz que vai desfazer aquele embaraço de médios que são o Pizzi e o Talisca – coitado do brasileiro, que já jogou em tanta posição que até tenho medo de o classificar como médio. Tem de gritar por um defesa central e não ter medo de sentar Luisão, porque se há coisa que o Luisão tem é amor ao clube e se ele souber que não está no seu melhor momento saberá, com certeza, ceder lugar a outro central que está a aprender a mística como poucos chegam a aprender: Lisandro López. Isto para não falar na lateral esquerda da defesa, assim como na direita, onde se está a ver que sem Nelson Semedo estamos feitos ao bife.

Se queremos o tricampeonato temos de ir ao mercado em Janeiro. Rui Vitória tem os feitos ao seu alcance, mesmo que não os consiga esta época. Espero que ele não se deixe subverter aos jogos mentais de Jorge Jesus e que siga sempre os seus ideais. No Benfica ninguém pensa por nós. Acima de tudo, o treinador ribatejano tem de reconstruir uma equipa e não de reestruturar, como muitos dizem. A era de Jesus já lá vai, não se montam as peças que sobraram para se dar um jeito e tentar fazer o melhor. Não! Reconstrói-se sobre o significado do Benfica, da glória, da mística e da garra. Eu acredito que aquela manifestação dos adeptos no jogo contra o Sporting mostra o quanto aqueles que empunham os cachecóis estão com o treinador. Há confiança. Que lhe ofereçam as condições, porque todos nós, mais do que tudo, queremos ser tricampeões.

Tomás Gomes
Tomás Gomes
O Tomás é sócio do Benfica desde os dois meses. Amante do desporto rei, o seu passatempo favorito é passar os domingos a beber imperial e a comer tremoços com o rabo enterrado no sofá enquanto vê Premier League.                                                                                                                                                 O Tomás escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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