Roger Schmidt privilegia um 4-4-2 muito vertical. Gosta que a bola chegue rapidamente à frente, que os médios vejam sempre linhas de passe para a frente. É fácil ver como se podem encaixar as suas ideias no plantel do SL Benfica.
Laterais ofensivos (como Alejandro Grimaldo, sobretudo), avançados com poderio físico para martirizar os oponentes (Roman Yaremchuk e Darwin Núñez adequam-se na perfeição), extremos explosivos (destaque para Rafa Silva).
Fica a faltar um verdadeiro box to box com capacidade de pressão e raio de ação alargado. Um jogador mais físico do que João Mário, menos propenso ao erro do que Adel Taarabt e mais compenetrado do que Soualiho Meïté.
🚨 A revista alemã ‘Kicker’ informa que Roger Schmidt deverá ser o novo treinador do Benfica.
O técnico alemão de 55 anos já anunciou que não vai renovar contrato com o PSV. pic.twitter.com/C1VScQuMgO
— Cabine Desportiva 🇺🇦 (@CabineSport) March 29, 2022
O 4x4x2 é o sistema tradicional do Benfica ao longo da sua história, por isso até por aí este casamento entre o clube e o técnico alemão tem tudo para dar certo.
O plantel foi construído a pensar nas ideias de Jorge Jesus – apesar de o amadorense depois se ter convertido ao 3x4x3 -, logo tem muitos avançados e dá corpo a esse sistema de 4x4x2, do qual Nelson Veríssimo também não se tem distanciado.
Este interesse do Benfica no treinador alemão mostra que Rui Costa quer voltar a trazer para o Benfica uma cultura de exigência e uma qualidade de trabalho superlativa.
O emblema da Luz já teve muito sucesso no passado com técnicos estrangeiros. Rui Costa, por ter sido o grande jogador de futebol que foi, conheceu os melhores, trabalhou com eles e sabe que tipo de exigência é preciso ter para alcançar o sucesso ao mais alto nível.
Jorge Jesus, antigo treinador dos encarnados, chegou a dizer que Rui Costa era a única pessoa da estrutura do antigo presidente Luís Filipe Vieira que percebia de futebol.
É claramente uma melhoria que o SL Benfica seja hoje gerido por uma pessoa do futebol, e de notável currículo, capaz de fazer boas escolhas para o projeto desportivo e com uma ampla rede de contatos derivada da sua brilhante carreira.
Artigo redigido por Miguel Bravo Morais