SL Benfica 1-2 SSC Napoli: Kiev, eu te amo

sl benfica cabeçalho 2Oito anos depois, uma história tão igual e tão diferente. À semelhança do que aconteceu na última visita do Nápoles à Luz, o Benfica conseguiu o apuramento para a fase seguinte de uma competição europeia (a segunda consecutiva para a Liga dos Campeões, primeira vez na era Champions). O resultado, contudo , foi diferente, e desta vez foram os italianos a sair vitoriosos.

O empate era suficiente para a qualificação dos italianos; porém, isso não os condicionou na prossecução de uma vitória. Nos primeiros minutos exerceram forte pressão sobre a saída de bola do Benfica, que, consentindo, quiçá, ainda, a derrota na Madeira, não soube como responder a isto, sendo obrigado a permanecer no próprio meio-campo. Isto, porém, não trouxe inconvenientes à formação encarnada – não se traduziu em situações reais de perigo nos primeiros 15 minutos.

Nesse período, só na Ucrânia aconteciam coisas desse género. Aos oito minutos, o Dínamo inaugurava o marcador frente ao Besiktas, que qualificava virtualmente ambas as equipas para os oitavos de final.

Festejou-se nas bancadas e a mensagem passou para o campo. Quis-se copiar o Dínamo e houve ocasiões de golo. Primeiro, Callejón, servido por Hamsik, obrigou Ederson a esticar-se; depois, Jiménez, numa incursão desde o lado esquerdo do ataque para o meio, forçou Reina a ir ao chão. Uma demonstração de vida, de alma benfiquista, nos 100 metros do relvado (nas bancadas, essa transbordava). Coisa rara, porém.

O Nápoles voltou a subir as linhas, a sufocar os encarnados, que, impotentes, limitavam-se a ver jogar. Callejón, servido por Hamsik, e Gabbiadini, fugindo aos centrais encarnados, cheiraram o golo, mas Ederson estava atento.
O nulo era lisonjeiro ao Benfica à partida para o intervalo. Valiam as boas notícias da Ucrânia: o Besiktas perdia por 4-0 e estava em inferioridade numérica.

O 12º jogador foi o melhor dos encarnados esta noite
O 12.º jogador foi o melhor dos encarnados esta noite

A segunda parte acentuou a tendência da primeira. Crescia a apatia benfiquista (não conseguia sair) e a genica napolitana (cheia de ideias e planos), que patrocinavam um jogo limitado aos 50 metros do meio-campo encarnado. Faltava apenas astúcia do lado italiano para que o resultado ganhasse cor.

Essa astúcia surgiu quando entrou Mertens para o lugar de Gabbiadini. Três minutos depois, o belga já assistia Callejón para o primeiro golo da noite – o espanhol, fugido aos centrais, isolou-se perante Ederson e picou a bola sobre o brasileiro para inaugurar o marcador.

O Benfica não conseguia mudar o rumo dos acontecimentos (apenas Pizzi, de livre, ameaçou), trancado no seu próprio meio-campo, e o Nápoles ia espreitando oportunidades de dilatar o marcador, algo que aconteceu, de forma natural – Mertens recebeu de Ghoulam (à vontade para circular a bola para a zona central, perante a permissividade de Salvio e Nélson Semedo), driblou Luisão e fez o 2-0.

O Nápoles controlou o resto do encontro, ainda que tenha tido um percalço nos seus intentos, trazido por Albiol. O central espanhol, ao não conseguir aliviar a bola perante a pressão de Jiménez (incansável, o único que não merecia a derrota), deixou-a à mercê do mexicano, que se isolou e não desperdiçou a oportunidade de reduzir a desvantagem encarnada, dando alento às bancadas. O resultado e o jogo, porém, não mudariam até ao final. Felizmente para as cores nacionais, na Ucrânia também não (o Dínamo chegou à meia dúzia).

Ao Benfica valeu Kiev, cidade que foi particularmente querida na fase de grupos desta edição da Champions. Não só pela importante vitória do Benfica diante do Dínamo, mas também pela vitória do histórico clube ucraniano sobre o Besiktas, que lhe deu a passagem à próxima fase.

Sorte? Talvez. Mas factos são factos, e é a partir deles que se criam vencedores. Nessa perspectiva, honra seja feita, pois, a Rui Vitória, que, nas duas primeiras temporadas enquanto técnico encarnado, conseguiu dois apuramentos consecutivos para os oitavos de final da Champions, tornando-se no primeiro treinador a consegui-lo na era Champions, cinco dias antes de enfrentar o seu antecessor, Jorge Jesus, que apenas por uma vez logrou a qualificação ao serviço das águias… Em quatro tentativas.

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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