SL Benfica 3-0 AFC Ajax: Domínio total do princípio ao fim

A CRÓNICA: INCAPACIDADE DEFENSIVA DECIDIU O JOGO

Na meia-final da Youth League encontravam-se duas das melhores escolas de jogadores do futebol mundial. O elevadíssimo ritmo de jogo foi o que marcou o início da partida no Colovray Sports Centre, em Nyon, na Suiça. Tanto SL Benfica como AFC Ajax entraram muito pressionantes. Ambas as equipas procuravam sair a construir a partir da defesa, mas os holandeses tiveram imensas dificuldades em superar a a pressão encarnada. Fruto de um erro de construção (forçado) da equipa de Amesterdão, surgiu a primeira oportunidade do jogo (logo aos dois minutos), que terminou com um remate de Úmaro Embaló que tirou tinta ao poste.

O jogo prosseguiu com um claro domínio encarnado que, com uma forte pressão e contrapressão após a perda de bola, continuava a aproveitar os erros na primeira fase de construção do AFC Ajax. À esquerda do ataque da equipa portuguesa, Tiago Araújo teve sempre muito espaço para progredir e tirar os seus cruzamentos com conta, peso e medida. Van Der Sloot teve dificuldades em conter o jovem português que subiu no terreno face à adaptação de João Ferreira à esquerda. Paulo Bernardo teve dificuldades em ligar o jogo e teve pouca chegada à área. Tiago Dantas esteve algo apagado.

O Ajax criou pouco na primeira parte, mas foi conseguindo equilibrar o jogo. Rasmunssen a figura mais central do ataque dos holandeses foi sempre muito bem condicionado por Morato. Hansen passou completamente ao lado da partida. Depois de muitas oportunidades encarnadas, incluindo uma perdida escandalosa de João Ferreira na marca de penalti, Tiago Araújo chegou mesmo ao golo (aos 42’ minutos) com um forte remate de fora da área que não deu hipóteses a Raatsie. Mais uma vez, o golo surge de uma forte pressão encarnada e de um erro da defensiva do AFC Ajax.

Na segunda parte, o domínio do SL Benfica continuou a fazer-se sentir. Os encarnados dominavam o jogo com bola, mas iam tendo dificuldades para concretizar as enumeras ocasiões que criavam. Os comandado de Luís Castro chegaram ao segundo golo aos 75 minutos, com um remate de Úmaro Embalo à entrada da área. Musampa ainda desviou a bola e traiu o seu guarda redes.

Dois minutos, aos 77’, uma maldade de Luís Lopes, “obriga” Douglas a cometer penalti sobre o avançado português. A exibição do lateral holandês ficou marcada por diversos erros defensivos e algumas ações que deixaram evidente a sua falta de desportivismo. O penalti foi convertido na perfeição pelo “mágico” Tiago Dantas. 3-0. Ficava assim fechado o jogo. Os minutos que restaram serviram apenas para gerir situações físicas e disciplinares de alguns jogadores do SL Benfica.

No final do jogo, ficou evidente a enorme superioridade desta equipa de elite do SL Benfica. Ao Ajax fizeram muita falta jogadores como Naci Ünüvar, Gravenberch, Kenneth Taylor, Ekkelenkamp, Dest ou Rensch, todos ao serviço da equipa principal. A defesa da equipa de Amesterdão mostrou-se muito frágil, tal como tinha ficado evidente frente ao FC Midtjylland, e isso acabou por prejudicar muito as suas ambições.

O SL Benfica dominou do início ao fim, sendo o vencedor mais do que merecido desta partida. Os encarnados atingem assim a sua terceira final da UEFA Youth League, tendo perdido as duas anteriores frente a FC Barcelona e RB Salszburg. Os comandados de Luís Castro ficam agora à espera do desfecho do jogo entre Real Madrid CF e RB Salszburg.

A FIGURA

Morato – Tiago Araújo também fez um grande jogo, mas o central brasileiro realizou uma exibição imperial. Muito forte no controlo da profundidade, sempre bem posicionado e impecável nos duelos. Na primeira fase de construção, foi fundamental para superar a pressão holandesa. Está feito um senhor central. Jorge Jesus, põe os olhos neste miúdo!

O FORA DE JOGO

Christian Rasmussen – Jogo muito apagado do avançado dinamarquês, que é uma das principais figuras ofensivas da equipa. Derivou muito para a direita em busca do seu excelente pé esquerdo, mas foi quase sempre controlado com facilidade. Teve muito poucas hipóteses frente a Morato.

 

ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

A equipa de Luís Castro entrou para este jogo com algumas mudanças relativamente ao jogo anterior. O esquema manteve-se: 4-3-3, mas com algumas dinâmicas ligeiramente diferentes. No momento de construção, o SL Benfica saia quase sempre apenas com os dois centrais. Ocasionalmente, Henrique Jocu, o pivot mais recuado no momento ofensivo, baixava no terreno para receber a bola ou abrir espaço na suas costas, que era gerado também devido à fixação do adversário feita pelos médios portugueses. Os encarnados saiam quase sempre curto pela esquerda, mas sempre atentos à profundidade dada por Embaló à direita e as subsequentes overlaps de Filipe Cruz.

Paulo Bernardo falhou em dar algum apoio a Gonçalo Ramos. O médio português chegou poucas vezes á área. Os desequilíbrios surgiam sobretudo a partir das alas. Tiago Dantas não fez um dos seus melhores jogos. Teve alguma dificuldade em ligar setores. Tiago Araújo fez um jogo muito positivo mais adiantado no terreno, onde teve muito espaço para desequilibrar. A defender, os dois médios mais avançados recuavam para formar uma linha de três ao lado de Jocu. Isto foi determinante para que a forte pressão ofensiva dos encarnados desse frutos.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Leo Kokubo (7)

João Ferreira (7)

Tomás Araújo (6)

Morato (9)

Filipe Cruz (8)

Henrique Jocu (6)

Paulo Bernardo (6)

Tiago Dantas (7)

Úmaro Embaló (7)

Tiago Araújo (8)

Gonçalo Ramos (7)

SUBS UTILIZADOS

Luís Lopes (7)

Samu (6)

Henrique Araújo (5)

Rafael Brito (-)

Martim Neto (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – AFC AJAX  

A equipa comandada por John Heitinga alinhou num esquema de 4-3-3 bastante dinâmico e com muita mobilidade na frente. Os holandeses procuravam sempre sair a jogar curto com os dois centrais e ocasionalmente um dos médios, mas sentiram muita dificuldade em ultrapassar a pressão dos encarnados. Na frente, Rasmussen, o ponta de lança, derivava muito para a direita procurando a sua boa meia distância de pé esquerdo, permitindo a Reeger avançar no terreno. No entanto, esta dinâmica foi facilmente anulada pela linha defensiva do SL Benfica.

A defesa do AFC Ajax esteve muito mal no controlo de profundidade, sobretudo no seu lado esquerdo. O jogo interior foi praticamente inexistente. Os jogadores de meio campo tiveram muita dificuldade em transportar a bola ou a encontrar espaços. Apenas Timber foi capaz de causar alguns esporádicos desequilíbrios.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Raatsie (5)

Van Der Sloot (4)

Kasanwirjo (4)

Musampa (4)

Douglas (4)

Llansana (5)

Martha (6)

Timber (7)

Rasmunsen (3)

Regeer (4)

Hansen (4)

SUBS UTILIZADOS

Hlynsson (5)

Pinas (5)

Ideho (4)

De Waal (-)

Artigo revisto por Mariana Plácido

Gonçalo Batista
Gonçalo Batistahttp://www.bolanarede.pt
O Gonçalo é atualmente aluno da Escola Superior de Comunicação Social, onde persegue o seu sonho de ser jornalista. Descobriu a emoção do desporto quando assistiu, juntamente com o seu pai, ao clássico entre o Glasgow Rangers e o Celtic. A partir desse momento o desporto tornou-se uma parte fundamental da sua vida. Apaixonado pela prática desportiva, segue o futebol em geral e a NBA religiosamente. Tem dois clubes de coração o Benfica, e o Clube Atlético de Queluz clube da terra, no qual é atleta desde os 6 anos.                                                                                                                                                 O Gonçalo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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