Rui Vitória não surpreendeu no onze, continuando a apostar em Pizzi de início, mesmo estando em risco de falhar o próximo jogo caso levasse cartão amarelo; a jornada seguinte leva os líderes a Alvalade para enfrentar o Sporting.
O apito soou alto no meio de 57 mil adeptos presentes no Estádio da Luz, numa tarde solarenga a aquecer uma sexta-feira santa de futebol. O Benfica tomou, logo desde o princípio do jogo, as rédeas do jogo e domou os madeirenses, cavalgando para a vitória fácil nesta jornada.
O jogo até começou ameno, embora os encarnados não permitissem ao Marítimo criar grandes ideias de um jogo disputado a dois. Os madeirenses ainda tentavam apostar no contra-ataque e em pressionar alto (o Benfica saía a jogar e puxava o ataque do Marítimo para criar mais espaços no meio-campo), mas, fora o deslize aventureiro de Ederson, pouco há mais a apontar da equipa visitante.
Já o Benfica teve um daqueles jogos a fazer lembrar os tempos avassaladores (quer queiram, quer não). As combinações ofensivas das águias deixavam água na boca e o desespero por golos. Os adeptos cantavam e ficavam à espera que chegasse o merecido golo. Acontece que chegou, e a triplicar. Três golos em dez minutos, levando os benfiquistas ao fascínio pelo facto de a qualidade de jogo levar a golos na baliza adversária.
Primeiro um inglório autogolo de Luís Martins, na sequência de uma bela arrancada de Rafa (que continua a desequilibrar com a sua qualidade e velocidade, embora ainda sem faturar), impediu Jonas, que estava mesmo atrás do defesa madeirense, de marcar o primeiro da partida; dois minutos depois, Jonas carimbava, então, a vantagem de duas bolas, ao rematar, de forma extremamente colocada, à entrada da área, para o canto inferior esquerdo da baliza defendida por Charles; a fechar a primeira parte, novamente Jonas, na sequência de um canto de Grimaldo e de um desvio de Luisão. O brasileiro desviou a bola para uma defesa desleixada de Charles e rematou no ressalto para o fundo das redes do Marítimo. A história dos golos do jogo acabava assim.
Depois do intervalo, o Marítimo ansiava para encurtar a distância no marcador, mas a equipa vestida de vermelho e branco insistia em impedir que isso acontecesse. É de realçar a investida de Luís Martins, que podia colocar entusiasmo no jogo, metendo o marcador em 3-1: cruzamento do português para Alhassane Keita, que, na cara de Ederson e com a bola ao nível da cintura, não consegue acertar bem na bola e fazer balançar as redes encarnadas.
No Marítimo ainda entraram Xavier, Eber Bessa e Jean Cleber, embora sem conseguirem mudar o rumo do jogo. No Benfica Zivkovic substituiu o brasileiro Jonas, mantendo a qualidade de jogo, Filipe Augusto rendeu Pizzi, que aguentou mais uma jornada (já lá vão 17 jogos) sem levar o 5.º amarelo e pôde jogar o dérbi, e Cervi entrou para o lugar de Rafa, que continua a prometer.
O Marítimo perdeu 3-0 no Estádio da Luz e mantém os 44 pontos que lhe garantem o 6.º lugar por mais uma jornada; o Benfica conseguiu ficar com os três pontos em casa e, ainda que provisoriamente, está quatro pontos à frente do segundo classificado, FC Porto, que enfrenta o SC Braga este sábado. Os encarnados garantem que vão disputar o clássico em primeiro lugar.
Na próxima jornada o Marítimo enfrenta o Belenenses na Madeira e o Benfica vai a Alvalade.