Superclássico; problemas defensivos; falha a finalizar; VAR inútil

Foi o primeiro clássico de Bruno Lage ao comando do Benfica. O jogo terminou 1-3 a favorecer o FC Porto, mas o resultado não ditou nada daquilo que se passou no mesmo. Além disso, a derrota por si só não espelha as conclusões que se podem tirar deste grande clássico nas meias finais da Taça da Liga.

Em primeiro lugar, quero evidenciar a enorme qualidade de jogo das duas equipas nesta partida. Deu-me um gozo enorme estar a assistir ao jogo, mesmo após o 0-1 ou o 1-2. Do início ao fim da partida, o jogo foi intenso, de elevado ritmo e qualidade e deu imenso gosto ver estas duas grandes equipas a jogar no Estádio Municipal de Braga. Acho que nunca se deve deixar passar a oportunidade de aclamar o futebol bem jogado e emocionante, pois é precisamente isso que é esperado: entretenimento, emoção e gosto em ver a prática desportiva. Tudo o resto é secundário.

Passando para uma pequena análise do Benfica, pode dizer-se perfeitamente que houve um grande crescimento desde que Bruno Lage tomou as rédeas da equipa. É visível uma enorme margem de progressão no Benfica, algo que parecia não existir enquanto treinado por Rui Vitória. Algo que me contenta bastante é o pensamento de que, mesmo já estando num bom patamar de futebol, a margem de progressão e crescimento desta equipa poderá fazer com que o Benfica consiga alcançar um outro patamar bastante superior.

Porém, viu-se ainda uma grande desorganização defensiva, algo que tem vindo a ser uma constante nos jogos dos encarnados. A reação à perda de bola nem sempre é rápida o suficiente para garantir segurança às investidas do adversário, o que demonstra que ainda há aspetos a melhorar nestas rotinas, de forma a não ter uma defesa tão frágil.

Rafa continua a pecar na finalização, apesar do golo frente ao FC Porto
Fonte: SL Benfica

Outro aspeto a sublinhar é o facto de imensas oportunidades terem sido desperdiçadas – fazendo logo lembrar os falhanços categóricos de João Félix com um remate atrapalhado ao lado e de Rafa com um remate para fora do estádio, ambos na frente da baliza com pouca oposição na frente. Isto deixa a equipa frustrada e limita a margem de sucesso, pois parece não haver uma taxa de finalização boa o suficiente nestes lances capitais. Se apenas um destes lances tivesse sido bem sucedido, dava o empate e mudaria o rumo do jogo, com certeza.

Por fim, e pegando neste aspeto de mudar o rumo do jogo, temos novamente o VAR a dar que falar. É lamentável que o VAR não consiga eliminar os erros capitais do futebol. Obviamente que falo do lance do segundo golo do Benfica – anulado por fora de jogo mal assinalado. Depois de Carlos Xistra ter demorado três (!) minutos a decidir se a (mais que óbvia) bola ao peito de Seferovic era mão ou não no primeiro golo encarnado, o mesmo pareceu não achar necessário deslocar-se ao ecrã para assegurar que Rafa não estaria em fora de jogo, anulando o golo incorretamente. Com o Homem a ir à Lua em 1969, não me digam que é impossível que o VAR tenha acesso a tecnologia suficientemente boa para verificar que um fora de jogo não o é de facto, ainda por cima sendo um lance que a olho nu não o parece ser. Já que a lei diz que se deve beneficiar o atacante em caso de dúvida, não vejo como o fiscal de linha poderia supor que Rafa estava em fora de jogo se a olho nu não é isso que aparenta. Porém, o VAR está cá para trazer a verdade desportiva, mas, em vez de assim o fazer, não conseguiu ter a pertinência para mandar Carlos Xistra validar o golo.

Não menciono a discutível falta antes do primeiro golo do FC Porto, pois, lá está, é discutível. Não menciono outros casos em que o VAR poderia intervir. Mas este lance teria de ser mencionado, já que é um lance capital da partida e é inadmissível que o VAR não consiga colmatar estes erros. Demonstra que o VAR ainda não tem a capacidade de impedir erros fatais para o jogo.

Texto revisto por: Mariana Coelho

Foto de Capa: SL Benfica

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Foi com o Portugal x Inglaterra do Euro 2000 que descobriu um dos maiores amores da sua vida: o futebol. Natural de Lisboa, teve a primeira experiência profissional na Abola TV e agora é jornalista da ELEVEN

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