Assim sendo, apesar do Manchester United ser, claramente, a equipa favorita para estes dois jogos, era necessária outra atitude de um Benfica, sobretudo no cariz ofensivo e que, tirando um ou outro lance bem-sucedido, foi um mar vago de ideias, sem identidade e sem combinações entre os seus jogadores, capaz de fazer frente a um apático United, claramente com os olhos nos jogos dos fim-de-semana seguintes para a Premier League.
Esta falta de qualidade preocupa, sobretudo porque não parece, de todo, que seja resolvida por uma falta de motivação. Não me parece que estas duas exibições tenham sido culpa das ausências de Luisão ou André Almeida, mas sim da quebra exibicional de Pizzi, que continua sem intensidade necessária para fazer a diferença, falhando um número enorme de passes como vimos, sobretudo em Old Trafford, num Douglas completamente pouco entrosado e, incrivelmente, inadaptado ao futebol europeu (apesar da época passada em Espanha) e com falta de ritmo e qualidade para segurar o jogo de 1×1 quer de Martial, quer de Rashford.
Um Salvio que, embora bastante participativo no apoio ao lateral, Douglas, continua atípico e com graves falhas posicionais e na decisão, um Samaris que, embora confira um jogo mais agressivo e combatente no meio campo, peca na sua ingenuidade e, sobretudo, na falta de capacidade de se manter concentrado nos 90’ de jogo.
Dito isto, o cenário é preocupante e não deve ser esquecido por estes resultados que poderiam sobretudo ter terminado em empates, até porque o Benfica jogou para uma equipa rodada e sem grande iniciativa, como estão acostumados, frente a um irreconhecível tetracampeão português.
Salve-se as exibições dos jovens, Svilar Diogo Gonçalves e Rúben Dias, que conseguiram responder de forma bastante satisfatória, face ao carácter experiente e exigente destes jogos. Estes jovens que parece continuar a sair com fartura da equipa B do Benfica e que pode, esperemos, colmatar a falta no meio campo e na criatividade que este jogo tanto precisa.
Terminando, jogo a jogo, vitória a vitória, onde o 4x2x3x1 parece ser o caminho, com Raúl Jiménez a titular.
Foto de Capa: SL Benfica