The sun also rises: Um adeus a 2017/18

Agora que a azia já passou, que os ânimos acalmaram, os festejos do clube campeão já passaram, a Liga dos Campeões – e o segundo lugar – foi garantida, podemos falar novamente sobre a época passada. E vamos fazê-lo de uma forma definitiva. Fechar de vez este dossiê, estas más memórias e fingir que nada aconteceu. Mas primeiro, vamos apenas ver o que correu mal, quem foram os culpados desta época fracassada. Depois disso, fechou, prometo. Só voltarei a falar sobre o futuro, naquele local onde o Benfica pode, de facto, conquistar troféus, e não sobre a época anterior onde não conquistou nenhum.

Em primeiro lugar, o Benfica nunca deitaria este campeonato a perder se não tivesse um rival à altura. O FC Porto foi, sem dúvida, um merecedor – até acaba por ser O merecedor – a vencer a Primeira Liga esta temporada. Quer se queira, quer não, os azuis e brancos foram a melhor equipa no campeonato. Não significa que tenham sido extraordinários. Significa apenas que foram os melhores a jogar em Portugal e, por isso, venceram. Se não houvesse um adversário à altura do Benfica, o penta poderia ter sido alcançado e tudo o que foi desastroso esta época podia ter sido tapado e colocado à sombra de um campeonato ganho porque ninguém foi melhor, não por termos sido realmente bons.

Por outro lado, temos a própria direção do clube. É sabido, e mais do que discutido, que a direção encarnada falhou na altura de investir para esta temporada. Saíram peças fundamentais do onze inicial encarnado e pouco ou nada se fez para que a qualidade fosse reposta na equipa encarnada. A falta de soluções à altura da conquista de um pentacampeonato foi evidente desde o princípio da temporada até ao último jogo. Ao longo da época, houve sempre algo que faltou às águias – por vezes nem se sabia bem o quê, mas apenas que faltava de facto algo -, mas acontece que as probabilidades estão a favor da opinião de que o que faltava era qualidade, soluções, jogadores que conseguissem manter o mesmo nível de jogo independentemente de quem está em campo.

Legenda: Os adeptos estiveram sempre com a equipa ao longo da temporada, apesar da época menos boa
Fonte: SL Benfica

Por fim, Rui Vitória terá de ser um dos responsáveis. Por um lado, podemos ser um pouco injustos ao dizer que a culpa do fracasso desportivo foi do treinador português, tendo em conta que é um bicampeão português pelo clube e que venceu grande parte das taças nacionais nos anos anteriores a esta época de escassez. No entanto, também é verdade que parece faltar algo ao timoneiro das águias. Lucidez tática, assertividade nas substituições, pujança quando joga contra equipas maiores e – algo que a cada semana que passa é cada vez mais criticado – a sua fraqueza discursiva nas conferências de imprensa e flash interviews.

Se por um lado Vitória conseguiu encontrar o 4-3-3 que fez o Benfica voltar a jogar, a coragem para trocar o sistema tático encarnado só se deu quando metade da época já tinha sido jogada; se por um lado Vitória pouco tinha (em termos de qualidade individual) para mexer na equipa, como é o caso de colocar Seferovic em campo por não ter mais nenhum avançado para meter a jogar, a troca insistente de um avançado ou extremo para colocar Samaris em jogo aos 60 minutos e quando se ganhava pela vantagem mínima, além de previsível, demonstra a atitude demasiado cautelosa e pouco ousada do treinador português; se por um lado Vitória costuma vencer os jogos contra os ‘pequenos’, de forma mais ou menos sofrível, contra os rivais diretos o Benfica com Rui Vitória parece ter sempre imensas dificuldades a fazê-lo, até mesmo no próprio reduto; se por um lado o discurso era uma lufada de ar fresco por contrastar com a agressividade e arrogância do antigo treinador, agora é um discurso irritante, monótono, previsível e fraco que precisa de mais força, veracidade e peso.

Desta forma, podemo-nos despedir de 2017/18, esquecer que existiu, mas lembrar o que aconteceu para que quiséssemos tanto esquecê-la, de modo a que em 2018/19 seja para recordar.

Foto de Capa: SL Benfica

Artigo revisto por: Beatriz Silva

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Pedro Afonso
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Foi com o Portugal x Inglaterra do Euro 2000 que descobriu um dos maiores amores da sua vida: o futebol. Natural de Lisboa, teve a primeira experiência profissional na Abola TV e agora é jornalista da ELEVEN

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