Tic, tac, faz o relógio do mercado. Quem fica e quem sai?

SAÍDAS

Svilar – O guarda-redes belga, prestes a fazer 20 anos, chegou como promessa e continua a sê-lo. Para ser uma certeza, precisa de espaço para se afirmar e não o tem nem terá no SL Benfica. Pela qualidade que me parece ter, não deverá ser vendido, mas sim emprestado (preferencialmente, sem opção de compra) a um clube que dê ao jogador e ao clube da Luz garantias de (muito) tempo de jogo. As notícias veiculadas e a ausência de Mile Svilar dos convocados para a Supertaça deixam claro que só faltará escolher o destino do belga e, possivelmente, contratar quem o renda como segundo guarda-redes. A isso já lá vamos.

Ebuehi – Contratado há cerca de um ano, foi impedido de jogar por uma grave lesão. Já recuperado mas longe da melhor forma física e desportiva, não se perspetiva que terá muitos minutos se permanecer no plantel encarnado, especialmente depois de André Almeida ter realizado uma das suas melhores épocas e de Lage ter preterido o nigeriano por Nuno Tavares no jogo frente ao Sporting CP. No entanto, à semelhança de Svilar, deverá ser apenas cedido por uma temporada, podendo voltar para corroborar ou refutar o que dele se esperava quando ingressou no clube proveniente do ADO Den Haag.

Conti – Com 25 anos, está na altura de este central argentino se afirmar como titular da sua equipa. Mas essa equipa não será o SL Benfica. É, de momento e de longe, o quarto central do SL Benfica e tal situação terá de ser vista pelo jogador como insuportável. Nenhum jogador quer ser a última solução para a sua posição quando está na idade mais propensa a alcançar a melhor forma física e desportiva da carreira. É mau para o futebolista e para o clube, que poderia e deveria ter – e acredito que terá, já lá vamos – um jovem central como quarta opção para o plantel principal e como primeira para a equipa secundária. Assim, o empréstimo é uma opção, no entanto, tendo em conta os jovens centrais de qualidade que despontam nas formações secundárias do SL Benfica, a saída em definitivo é o cenário ideal.

Fejsa – Campeão, capitão, ídolo, líder, orgulhoso dono de um carrapicho. O internacional sérvio foi tudo isto e muito mais no SL Benfica. Foi e é. Contudo, e ainda que a qualidade não o tenha abandonado, a sua forma já não é condizente com a exigência de Bruno Lage. O treinador pretende montar, em cada jogo, uma equipa avassaladora, que pratique futebol de excelência a alto ritmo. E, ainda que grande seja o apreço que tenho por Fejsa, o sérvio já não consegue aportar à equipa nem um futebol de excelência, nem um ritmo alto. Dessa forma, acredito ter chegado ao fim a bonita história de amor e conquistas que viveram, durante seis épocas, o clube da Luz e o médio sérvio.

O mercado de transferências pode romper o cordão umbilical que liga Fejsa ao Benfica                            Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Zivkovic – A debandada sérvia deverá prosseguir com Andrija Zivkovic. Depois de este país dos Balcãs ter servido de viveiro do SL Benfica anos a fio, os encarnados preparam-se para, na época 19/20, ver dissipar-se o contingente sérvio do qual fizeram parte Jovic, Markovic, Saponjic, entre outros. Ao contrário de Fejsa, Zivkovic não chegou sequer a construir uma história bonita com as águias, sendo a sua saída quase natural, pese embora a qualidade que demonstrou ter desde que chegou. Belíssimo pé esquerdo. Todavia, a sua falta de vontade e de empenho sempre suplantaram o seu talento. Fala-se num empréstimo, mas a venda seria a melhor opção.

Cervi – Pé esquerdo menos belo, mas ainda assim capaz de estragos, num daqueles dias. O problema é que esses dias têm sido escassos nos últimos tempos, ainda que o argentino tenha demonstrado muito mais empenho e vontade de dar a volta por cima do que Zivkovic. Trata-se, acima de tudo, de uma questão de encaixe. Franco Cervi tem qualidade e capacidade de trabalho, mas falta-lhe uma pitada de criatividade que lhe permita desequilibrar na frente como tão bem o faz Rafa e como tão bem o parece fazer Caio Lucas. Não serve para Lage, que o levou ao Algarve, mas que o deixou na bancada, e, como tal, a sua saída aparenta ser um dado adquirido.

Cádiz – Sempre foi uma incógnita para mim. Via nele potencial, mas via no plantel que se formava demasiada concorrência para que o venezuelano se afirmasse. A lesão que sofreu no jogo de apresentação frente ao RSC Anderlecht travou qualquer crescimento que pudesse ter e ditou claramente o seu destino: Jhonder Cádiz vai ser emprestado. Belenenses SAD (ainda será?) apresenta-se na frente da corrida, seguido por clubes estrangeiros, isto, claro, de acordo com a comunicação social desportiva portuguesa. O destino é ainda incerto, mas a viagem está programada e, talvez, até marcada. Para o ano há mais, Cádiz, para o ano há mais.

Márcio Francisco Paiva
Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.

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