Nesta época, o Benfica iniciará mais uma caminhada na Fase de Grupos da UEFA Champions League, participando nesta fase da competição pela oitava época consecutiva, e pretenderá continuar a fazer história depois de, na época passada, ter passado a fase de grupos pela segunda vez consecutiva pela primeira vez na sua história.
No entanto, não consigo analisar as possibilidades do Benfica nesta edição da Champions sem antes fazer referência a algo que não me deixa indiferente: à desigualdade cada vez maior que existe na Liga Milionária (e que, cada vez mais, faz jus a esta alcunha).
No formato antigo (Taça dos Campeões Europeus), participavam apenas os campeões nacionais dos respectivos países na competição. Com a mudança de nome e de formato em 1991, os países mais cotados no ranking ganharam o direito de terem mais representantes na competição. A partir da próxima temporada, os quatro países melhor classificados no ranking da UEFA terão direito a ter quatro clubes com entrada direta na Fase de Grupos da Champions.
É por estas e por outras que muitas equipas do passado já não se mantêm no presente. Se formos analisar bem as coisas, o facto de o Benfica ter estado presente no Pote 1 do sorteio é mais um sinal dessa desigualdade. O facto do Pote 1 ser o pote dos campeões é areia para os olhos. Enquanto o Benfica é um pobre campeão, o Pote 2 tem clubes como o Barcelona, o Atlético de Madrid, o PSG e o Manchester United e até mesmo o Pote 3 tem clubes que impõem respeito. Como diria um antigo treinador encarnado, o fair-play é uma treta.

Fonte: Blogue 1904epluribusunum
Mas agora vejamos outra coisa, será que a brutal diferença de orçamentos e esta desigualdade que se vai acentuando cada vez mais significa que teremos de abordar a Liga dos Campeões como uma competição secundária? Nem pensar isso! Porque quando falamos do Sport Lisboa e Benfica, falamos de um clube com reputação e prestígio a nível mundial, falamos de um clube que tem duas Taças dos Campeões no seu museu. Logo, qualquer abordagem leviana à competição, será uma falta de respeito para com a história do clube.
Em relação ao nosso grupo nesta edição da Champions, é certamente um grupo onde temos as nossas hipóteses. Uma das coisas que me agrada, é o facto de termos quatro jogos em casa. Sim, quatro, porque eu estou convencido que em Basileia haverá mais adeptos do Benfica do que do clube da casa no St. Jakob-Park.
No entanto, ao verificar o nosso plantel, cheira-me que infelizmente, nesta época teremos novamente um Benfica de “consumo interno”. Ao contrário da maioria dos Benfiquistas, eu não achava que o Benfica precisava de reforçar mais a defesa (excepto na posição de lateral-direito), mas sim o meio-campo. Creio que necessitávamos de reforçar o miolo com um ou dois jogadores de grande capacidade física, que dessem músculo à equipa. Pois acho que necessitamos de um plantel mais equilibrado entre a componente técnica (que temos de sobra) e a componente física. Na minha opinião, um dos motivos pelo qual o Real Madrid se reafirmou como a melhor equipa do mundo, foi porque Zidane soube encontrar esse equilíbrio ao apostar em jogadores como o Casemiro.
Seja como for, esta equipa estará pronta para as batalhas. Não importa qual for o adversário, teremos de o encarar de frente, sem medo. Os nossos adeptos irão encher as bancadas e esperarão que os jogadores em campo suem a camisola e dignifiquem o símbolo que carregam no peito.
Foto de Capa: UEFA
Artigo revisto por: Pedro Couto