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Uma questão (de) central

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Nas últimas semanas de mercado, um pouco por toda a blogosfera futebolística, era unânime entre a crítica que o Benfica necessitava de reforçar o meio-campo (ainda mais depois da lesão de Rúben Amorim) e, também, o setor ofensivo. Se para o centro do terreno a direção benfiquista ofereceu, a Jorge Jesus, o grego Samaris e o italiano Cristante, para a frente de terreno não chegou nenhum avançado (o que não deixa de causar perplexo, uma vez que dispuseram de cerca de seis meses para encontrar o substituto de Rodrigo). Sabendo da importância que o segundo-avançado – ou 9,5, como Jesus lhe titulou – no esquema tático encarnado, não estranhei o aviso que o treinador português deixou à direção, há poucas semanas, sobre a “necessidade” de contratar um jogador à imagem de Rodrigo ou, até, de Saviola. Esta é uma falha que apenas com o avançar das competições se irá revelar fulcral ou não.

Porém, há uma outra falha no plantel do Benfica, que, curiosamente, foi pouco abordada durante a “silly season”: a questão dos centrais. Mais do que falar dos (baixos) valores da venda de Garay, importava perceber como iria Jorge Jesus colmatar a saída do titularíssimo internacional argentino. Jardel, César, ou Lisandro Lopez? A resposta foi dada nos quatro jogos oficiais realizados até ao momento: Jardel.

A iniciar a sua quinta temporada na Luz, Jardel foi o substituto de Garay e/ou Luisão em 88 partidas (77 como titular e 11 como suplente utilizado). Com o central brasileiro em campo, o Benfica tem uma percentagem de vitórias de 67% (59 vitórias, 18 empates e 11 derrotas), com um “goal-average” de 171-64. Os números servem para evidenciar a prestação do central na equipa mas não explicam o porquê da aposta a titular, por parte de Jorge Jesus, num jogador que sempre foi visto como suplente. A razão é simples e prende-se, obviamente, com questões táticas. César, é um jogar acabado de chegar da Série B do Campeonato Brasileiro. Se isso não fosse suficiente para causar dúvidas, os jogos realizados na Taça de Honra e na Emirates Cup confirmaram que está longe de ser uma aposta para o presente.

A disponibilidade física é uma das armas de Jardel Fonte: UEFA
A disponibilidade física é uma das armas de Jardel
Fonte: UEFA

O caso de Lisandro é diferente. É um jogador com características interessantes… para o lugar de Luisão. Aliás, na altura da sua contratação, muito se falou da possibilidade do argentino vir substituir o capitão do Benfica. Parece-me o mais lógico. Do pouco que vi de Lisandro (lento e a pouco ágil), rapidamente percebi que uma dupla Lisandro-Luisão seria excelente… para os adversários.

Jardel é, portanto, a escolha natural. Não só pelo que referi acima mas principalmente pela cultura tática que o brasileiro já possui sobre equipas de Jorge Jesus. A defesa em profundidade, a marcação, o pressing, a reorganização defensiva em transição, as dobras, enfim, o comportamento de jogo do Benfica no momento defensivo é um livro sem segredos para Jardel.

O único grande e grave problema do defesa brasileiro relaciona-se com o foro técnico: tanto a nível defensivo como no transporte de bola (algo que Garay fazia com distinção e segurança). Aí, sim, é um jogador com claras limitações – esse defeito já por diversas vezes colocou o Benfica em situações de perigo. Continuo a achar Jardel curto, em termos de qualidade, para se afirmar como titular do Benfica. Mas, no fundo, perante todas as evidências, Jardel acaba por ser um mal menor na defesa do Benfica – pelo menos enquanto tiver Luisão como parceiro.

Pedro Beleza
Pedro Beleza
Benfiquista até ao último osso, mudou-se do Norte para Lisboa para poder ver o seu Benfica e só depois estudar Jornalismo. O Pedro é, acima de tudo, apaixonado pelo desporto rei e não perde uma oportunidade de ver um bom jogo de futebol.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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