📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Uma ruptura com o passado recente | SL Benfica

- Advertisement -

Benfica

A contratação de Roger Schmidt como novo treinador do Sport Lisboa e Benfica ditou uma nova mudança de paragidma no clube. Ditou uma ruptura com o passado recente do clube encarnado em vários aspectos, sendo que algumas dessas mudanças não caíram bem nalguns adeptos encarnados.

Logo no primeiro dia em que o técnico alemão foi associado ao Benfica, vi alguns adeptos encarnados nas redes sociais a questionar a necessidade de contratar um treinador estrangeiro, quando o futebol português possui uma das escolas de treinadores mais cotadas e reputadas no futebol mundial, havendo vários treinadores portugueses a deixar a sua marca em diversas regiões do planeta.

Quem conhece a história do Benfica, deverá saber que por muito tempo, o clube teve uma política desportiva nacionalista. Durante grande parte da sua história, o Benfica contratava exclusivamente jogadores portugueses ou oriundos das antigas colónias ultramarinas, quer no futebol, quer nas modalidades.

Esta situação mudaria apenas no ano de 1979, quando numa célebre Assembleia Geral, os sócios do Benfica aprovaram a contratação de jogadores estrangeiros, ditando assim uma mudança de paradigma que viria a alterar para sempre a identidade do Sport Lisboa e Benfica.

Porém, no que toca a treinadores, a história foi bem diferente. Se por um lado o Benfica apostava sempre em jogadores de nacionalidade portuguesa; por outro lado, apostou quase sempre em treinadores estrangeiros, de outra escola, que implementassem ideias diferentes das do futebol português.

Entre os treinadores mais emblemáticos da história do Glorioso, estão nomes como Lippo Hertzka, Janos Biri, Ted Smith, Otto Glória, Bella Guttmann, Fernando Riera, Jimmy Hagan, Lajos Baroti ou Sven Goran Eriksson.

Trapattoni Luís Filipe Vieira Benfica
Fonte: SL Benfica

Teríamos de esperar até à temporada de 1988/89 para vermos o Benfica a sagrar-se campeão nacional com um treinador português. Toni, depois de ter feita carreira no clube como jogador e depois de ter sido adjunto de quatro treinadores diferentes, levaria o Benfica a conquistar o 28.º campeonato da sua história.

Daí para a frente, a tendência viria a inverter-se ao poucos, com o Benfica a vir a apostar cada vez mais em treinadores portugueses, muito também em virtude da ascensão que estes viriam a ter no futebol europeu.

Roger Schmidt tornou-se no primeiro treinador estrangeiro do Benfica em 13 anos, depois de Jorge Jesus ter sucedido a Quique Flores em 2009. Com Jorge Jesus e posteriormente, com Rui Vitória no comando técnico do Benfica, o clube viria a recuperar temporariamente o domínio do futebol nacional.


Observando o exemplo dos clubes rivais, verificamos que no mesmo período, o FC Porto teve apenas um treinador estrangeiro (Julen Lopetegui) e o Sporting teve dois (Franky Vercauteren e Marcel Keizer), sendo que nenhum deles não durou mais de um ano e meio no clube.

Mas no final, fazendo as contas, apenas oito dos 37 campeonatos que o Benfica tem no seu palmarés foram conquistados sob a orientação técnica de treinadores portugueses. Ou seja, quase 80% dos campeonatos conquistados pelo clube da Luz ao longo da sua história foram comandados por treinadores estrangeiros, o último dos quais na época 2004/05 com o italiano Giovanni Trapattoni.

Apesar de os treinadores portugueses serem bastante reputados e respeitados, defendia que um treinador estrangeiro com escola poderia trazer frescura ao futebol do Benfica. Traria ideias novas, uma proposta de jogo diferente e moderna e não vinha infectado com os “vícios” e dogmas do futebol português. Nesse aspecto, diria que o clube acertou em cheio.

Apesar do bom arranque de época, ainda é muito cedo para se dizer se esta mudança do Benfica irá dar um rumo diferente ao do passado recente do clube. De momento, o que se pode dizer desta aposta, é que esta demonstra que há vontade em romper com o passado e seguir com um caminho diferente e capaz de levar o futebol do Benfica a um bom ponto.

O resto, terá de ser demonstrado por todos dentro do Benfica, dentro e fora das quatro linhas.

Tiago Serrano
Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.

Subscreve!

Artigos Populares

Águia imparáveis: Benfica goleia Braga e reestabelece vantagem larga sobre Sporting | Futsal

O Pavilhão da Luz recebeu um daqueles encontros que carregam mais do que três pontos na tabela. Benfica e SC Braga fecharam a 12.ª jornada

José Mourinho responde ao Bola na Rede após o Benfica x Nápoles e deixa elogios: «Tu percebes da coisa»

José Mourinho analisou a vitória do Benfica sobre o Nápoles. Técnico respondeu à pergunta do Bola na Rede em conferência de imprensa.

Sporting quer renovar com Rui Borges: eis os detalhes

O Sporting está muito interessado em renovar o contrato de Rui Borges. O atual vínculo do técnico é válido até 2027.

Eis os 5 destaques da vitória do Sporting frente ao FC Porto na Liga de Andebol

O Sporting derrotou o FC Porto na 15ª jornada da Liga de Andebol. Eis os destaques da vitória dos leões no Dragão Arena.

PUB

Mais Artigos Populares

Antonio Conte desculpa derrota do Nápoles: «O Benfica teve mais dois dias para descansar»

Antonio Conte analisou o desfecho da sexta jornada da Champions League. O Benfica recebeu o Nápoles no Estádio da Luz.

David Neres: «Sabíamos da força do Benfica aqui no Estádio da Luz, especialmente eu»

David Neres analisou o desfecho da sexta jornada da Champions League. O Benfica recebeu o Nápoles no Estádio da Luz.

Richard Ríos: «A equipa entrou com uma mentalidade em que sabia que precisava dos três pontos»

Richard Ríos analisou o desfecho da sexta jornada da Champions League. O Benfica recebeu o Nápoles no Estádio da Luz.