Em praticamente todos os anos, há contratações que falham. Os três crónicos candidatos ao título, por terem maior capacidade de investimento, têm naturalmente um maior risco de falhar na hora de apostar em novos jogadores, ficando esses atletas rotulados com o pouco invejável nome de flops.
David Carmo foi contratado pelo FC Porto em 2022/2023 por cerca de 20 milhões ao SC Braga. Um ano e meio depois, sem se ter afirmado no Dragão, o defesa central foi emprestado ao Olympiacos com uma opção de compra.
Na sequência desta transferência, o Bola na Rede fez um onze de flops de SL Benfica, Sporting CP e FC Porto desde 2013/2014. Um 4x2x4 com algumas adaptações, mas com atletas que têm em comum o facto de não terem singrado nos três grandes.
Da lista de escolhas foram excluídos os jogadores que mantém vínculo contratual com o clube em questão. Mesmo assim, existem atletas que se poderiam enquadrar nos critérios e acabaram de fora. O valor investido pela equipa foi igualmente um fator que influenciou as escolhas.
1.
Mile Svilar – O belga chegou com rótulo de futuro guarda-redes da baliza encarnada em 2017/2018, vindo do Anderlecht, por 2,5 milhões de euros. Contudo, depois de dois anos como suplente e com uma utilização sobretudo nas taças domésticas, Mile Svilar viu o seu estatuto diminuir, tendo jogado regularmente na equipa B nas três épocas seguintes e passou rapidamente para a lista de flops do clube da Luz.
No final do contrato, o internacional jovem belga acabou por sair do Benfica, no verão de 2022, para a Roma. Svilar realizou apenas 23 jogos pela equipa principal, em cinco temporadas.
2.
Renzo Saravia – O lateral direito ex-Racing Club aterrou no Porto com a chancela de titular da Seleção Nacional Argentina, em 2019/2020. No entanto, os 5,5 milhões de euros despendidos no jogador acabaram por não render desportiva e financeiramente.
Seis jogos e um golo foi o epíteto de meia época de dragão ao peito, entrando num ciclo de empréstimos a equipas brasileiras até inicio de 2022. Saravia rescindiu com o Porto e manteve-se no Brasil.
3.
Martins Indi – O defesa neerlandês chegou ao reino do Dragão também com aura de internacional. No verão de 2014, Martins Indi foi ao Mundial do Brasil na comitiva dos Países Baixos e por perto de oito milhões de euros trocou o seu clube de formação, o Feyenoord, para regressar ao país onde nasceu. Nos portistas, o central, que também jogava a lateral esquerdo, acabou por fazer cerca de 71 encontros e dois golos marcados pela equipa principal, mas sem a qualidade que prometia e com alguns erros comprometedores, numa defesa que apresentava algumas debilidades.
Sem qualquer título conquistado pelo FC Porto, Martins Indi passou para a lista de flops e acabou por perder espaço nas escolhas da sua seleção nacional.
O defesa acabou por sair em definitivo por uma verba similar à sua compra para o Stoke City, no verão de 2017, depois de ter estado emprestado ao emblema inglês, à altura na Premier League.
4.
Tiago Ilori – O defesa internacional pelas seleções nacionais jovens tinha saído ainda promessa de Alvalade de 20 anos, em 2012, para o Liverpool. Sem confirmar o potencial que prometia, o central regressou seis anos depois ao Sporting por 2,4 milhões de euros.
Tiago Ilori acabou por ficar no plantel leonino durante duas épocas, com 24 jogos realizados, sem atingir uma consistência que permitisse aspirar a singrar no clube de formação. Em 2020/2021, o defesa entrou numa espiral de empréstimos mal sucedidos até se desvincular do Sporting em definitivo no verão de 2023.
5.
Bruno Gaspar – Outro jogador que prometia bastante, mas que afigura agora nesta lista de flops. O lateral direito formado no rival Benfica chegou ao Sporting, em 2018/2019, por 4,5 milhões de euros vindo da Fiorentina. Gaspar tinha singrado antes no Vitória SC que lhe valeu a transferência para o futebol transalpino, onde teve uma utilização intermitente durante uma época.
Sem se conseguir impor no lado direito da defesa dos leões, o internacional pelas seleções jovens de Portugal acabou por realizar 30 jogos e dois golos marcados, com vários períodos longos fora do onze.
Depois de dois empréstimos a emblemas fora de Portugal, Bruno Gaspar rescindiu com os leões e voltou à cidade berço, em 2021/2022.
6.
Julian Weigl – Talvez o nome mais sonante desta lista de 11 flops. O internacional alemão chegou à Luz vindo de Dortmund, no inverno de 2020, como a bomba do mercado e muitos apontavam que o médio seria uma mais-valia para o campeão nacional. 20 milhões de euros era uma verba estranha, na altura, gasta por um clube português.
Weigl foi acusado por vezes de não contribuir para a fluidez do movimento com bola do Benfica e acabou por não cair no goto dos adeptos benfiquistas. Em duas épocas e meia, em Portugal, e sem parecer se ter adaptado ao futebol português, Weigl acabou por voltar à Alemanha, em 2021/2022. No final dessa temporada, o Borussia M´gladbach acabou por ficar com o atleta por uma verba inferior a metade do custo pago pelo Benfica na compra.
O médio fez 115 jogos e cinco golos, com a última época completa a ser de longe a mais produtiva, mas a deixar uma sensação de que ficou muito por fazer, na passagem pelas águias.
7.
Giannelli Imbula – Em 2014/2015, o FC Porto investiu forte para recuperar o epíteto de campeão nacional. A transferência mais cara foi o médio Imbula de 22 anos, do Marselha, por 20 milhões de euros. O jogador era um dos talentos em ascensão da liga francesa.
Contudo, o internacional jovem não convenceu o técnico dos portistas, na altura, Julen Lopetegui. Depois de 21 jogos e meia época, sem convencer, o médio foi transferido, de forma ainda mais surpreendente, por valores próximos ao da sua compra para o Stoke City, da Premier League.
8.
Filip Djuricic – O médio ofensivo chegou ao Benfica do Hereenveen por oito milhões de euros, em 2013/2014, com 23 golos marcados, nas duas épocas anteriores. Com uma utilização curta, apenas 22 jogos e dois golos, o internacional sérvio saiu por empréstimo, mas não convenceu no Mainz, nem no Southampton.
Em 2015/2016, já com Rui Vitória ao leme, depois da saída de Jorge Jesus do comando técnico da Luz, Djuricic acabou por fazer apenas dois jogos em meia temporada, na Taça da Liga, e saiu por empréstimo por Anderlecht. No final dessa época, o médio acabou por sair em definitivo das águias rumo à Sampdoria.
9.
Shoya Nakajima – O avançado nipónico deixou perfume no futebol português durante época e meia no Portimonense. Depois de uma transferência recorde do clube de Portimão para o Qatar por 35 milhões de euros, para o Al-Duhail, o FC Porto acabou por o trazer de volta, pagando 12 milhões de euros por parte do passe, em 2019/2020.
Todavia, o internacional pelo japonês nunca se adaptou ao emblema portista. No final de época e meia com 35 jogos, mais de metade na condição de suplente utilizado, o avançado acabou por entrar na roda dos empréstimos. Mesmo numa segunda passagem pelo Algarve, Nakajima não mostrou o mesmo que tinha mostrado na primeira passagem pelo Portimonense. Em setembro 2022, já sem qualquer possibilidade de singrar no Dragão, o avançado rescindiu com os Dragões e seguiu para a Turquia, até regressar ao Japão.
10.
Adrián Lopéz – O internacional espanhol foi mais um investimento avultado dos dragões em 2014/2015, no reinado de Lopetegui ao comando dos portistas. Aos 26 anos, Adrian trocava o campeão espanhol, na altura, o Atlético Madrid, pelo FC Porto, por 11 milhões de euros, sendo uma das bombas desse mercado de verão.
O avançado acabou por apenas fazer 18 jogos e um golo, numa época marcada também por problemas físicos. Na temporada seguinte, Adrián acabaria emprestado ao Villarreal, com números melhores, mas sem atingir uma consistência de jogos significativa.
No verão de 2015, o jogador formado no Real Oviedo voltou ao Dragão, mas só nove jogos em meia época sentenciaram nova cedência ao submarino amarelo. Só no último ano de contrato com os Dragões e já com Sérgio Conceição no banco, em 2018/2019, teve a sua época de maior utilização.
Com seis golos em 25 jogos, Adrián Lopéz terminou o seu desempenho de azul e branco, nunca conseguindo afirmar-se e afigurando-se como um dos flops mais caros do FC Porto.
11.
Raúl de Tomás – Mais uma das transferências para o futebol português que atingiram a barreira dos 20 milhões de euros. O Benfica precisava de um goleador, depois da saída de Raul Jimenez para o Wolverhampton.
RdT, um produto da cantera do Real Madrid, vinha de dois anos bem-sucedidos de empréstimos ao Rayo Vallecano, com 38 golos marcados ao todo. As águias decidiram investir forte então pelo avançado de 25 anos, na altura.
O ponta de lança acabou por não conseguir transformar as oportunidades que teve nos primeiros jogos e cedo passou a um dos flops encarnados. Nove jogos a seco acabaram por tirar o espanhol da titularidade e, em janeiro, só com três golos em 17 jogos despediu-se das águias. RdT regressou a Espanha, desta vez ao Espanhol, com o Benfica a conseguir recuperar o investimento realizado.
