As “Chaves” para triunfar num grande e num pequeno

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Tem sido um ano atipicamente complicado para os treinadores da Liga Portuguesa: foram já 17 mudanças de técnico, sendo que quinze dessas foram por despedimento. Dentro desse universo de “chicotadas” que se tem verificado, encontra-se o SC Braga. A 15 de dezembro de 2016, horas depois da eliminação da Taça de Portugal, em casa, frente ao Sporting da Covilhã, António Salvador confirmava a rescisão de contrato com José Peseiro, treinador dos “guerreiros do Minho” à data. Foi uma semana para o treinador português e a sua equipa esquecerem, dado que o Braga já tinha sido eliminado da Liga Europa dias antes da eliminação da Taça.

Dois dias depois foi oficializado o substituto: Jorge Simão saía do GD Chaves e largava uma temporada de grande qualidade ao serviço dos transmontanos para abraçar o novo projeto do SC Braga. Mas, passados quatro meses e com a época a chegar ao fim, será que esta mudança tem dado frutos?

Quando José Peseiro saiu do comando técnico do Braga, em dezembro, a equipa praticava um futebol pobre e com resultados irregulares. Mas a verdade é que a qualidade de jogo apresentada pela equipa minhota desde a chegada de Jorge Simão não mudou muito comparando com essa altura. Mas vamos a factos: com José Peseiro ao comando dos bracarenses, o SC Braga conseguiu oito vitórias em 13 jogos na Liga NOS – uma percentagem de vitórias de 62% –, tendo conseguido, no total de todas as competições, dez vitórias em 23 jogos – uma percentagem de vitórias de 44%.

São números curtos para um clube que, nas palavras do seu presidente, tinha como objetivo os lugares de Champions e a passagem à fase a eliminar da Liga Europa. Vejamos agora os números com Jorge Simão: em 15 jogos para a Liga NOS, o Braga conseguiu seis vitórias – tem assim uma percentagem de sucesso de 40% –, sendo que no total, em 20 jogos, venceu nove – uma percentagem de vitórias de 45%. A pior fase tem sido nos tempos recentes: desde final de janeiro, nos últimos 11 jogos, o Braga só venceu três. Logo, apesar de a taxa de sucesso do total dos jogos ser 1% favorável a Jorge Simão, a verdade é que a diferença entre a percentagem de vitórias da Liga NOS é francamente negativa para o ex-treinador do Chaves.

Mas como se explica que um treinador com um trabalho tão notável com uma equipa recém-promovida não consiga superar o trabalho de um técnico despedido por maus resultados e com melhores recursos noutra equipa?

Primeiro há que entender que cada equipa é diferente e que nem sempre a mudança de treinador pode ser benéfica. Aliás, mesmo o GD Chaves mostra um rendimento pior desde a saída de Jorge Simão – até à sua saída, a equipa tinha uma percentagem de derrotas de 11%, desde a sua saída tem 39%. As equipas estão habituadas e montadas para corresponder às ideias de um técnico, e quando este muda e um novo chega pode ser complicado romper com as rotinas de jogo e de treino.

Fonte: GD Chaves
Fonte: GD Chaves

Exemplo claro disso são as mudanças táticas apresentadas por Jorge Simão (comparado com José Peseiro) e Ricardo Soares (comparado com Jorge Simão). Enquanto que Ricardo Soares não fez alterações tão revolucionárias quanto às estratégias usadas por Jorge Simão, continuando a apostar habitualmente num 4x2x3x1, o novo treinador do Braga cortou com um frequente 4x4x2 de José Peseiro, impondo o sistema que tinha usado no Chaves. Logo aqui os jogadores têm de se habituar a novas rotinas, o que requer tempo.

Outro ponto importante é também a matéria-prima que cada treinador tem – sim, a culpa nem sempre é do mister! Jorge Simão tem tido a infelicidade de não ter Wilson Eduardo, o jogador com mais participação em golos do Braga e segundo melhor assistente da Liga, desde final de janeiro. A isso junta-se uma defesa pouco coesa, que já vem de tempos anteriores. Se formos a Chaves vemos o mesmo problema: ausências de jogadores importantes. Mas estas não são por lesões – Jorge Simão levou para Braga três jogadores importantíssimos como Paulinho, Assis e Battaglia.

Agora estamos na reta final. Os objetivos alteraram-se para o Braga, enquanto que o Chaves tem uma maior motivação por ter atingido os seus objetivos: permanecer e permanecer bem. Mas tenho de confessar: estou ansioso para ver como se saem Chaves, Jorge Simão e Ricardo Soares na próxima época.

Foto de Capa: Facebook do SC Braga

André Maia
André Maiahttp://www.bolanarede.pt
Durante os seus primeiros seis anos de vida, o André não ligava a futebol. Até que no dia 24 de junho de 2004, quando viu o Ricardo a defender um penálti sem luvas, se apaixonou pelo jogo. Amante da história de futebol e sempre com factos na ponta da língua, tem Cristiano Ronaldo e Rui Patrício como os seus maiores ídolos.                                                                                                                                                 O André escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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