Mais de 13 anos passaram desde a única presença do SC Braga numa final europeia. Após esse marco notável na história do clube, os arsenalistas chegaram por duas vezes aos quartos de final da Liga Europa e participaram em duas fases de grupo da Liga dos Campeões, sem nunca lograr a passagem às eliminatórias.
Muito frequentemente apelidado de “quarto grande”, o Braga tem lutado por troféus que justifiquem esse estatuto: duas Taças da Liga e duas Taças de Portugal nos últimos 10 anos são números que ainda pecam por escassos.
Em vésperas do arranque da nova fase de liga da segunda maior competição de clubes da Europa, fazemos uma antevisão da competição na perspetiva dos guerreiros do Minho.
Em 2011, um Braga “caído” da Liga dos Campeões apanhou pela frente as formações do Lech Poznan, Liverpool, Dinamo Kiev e Benfica, no caminho para a final de Dublin. As vitórias foram sempre tangenciais ou pela extinta regra dos golos como visitante, mas bastaram para os comandados de Domingos Paciência alcançarem o encontro decisivo.
Numa final inédita entre dois clubes portugueses, o FC Porto era claramente o favorito. Mal se abriu a primeira brecha na defensiva bracarense, Radamel Falcão aproveitou para colocar os dragões em vantagem. Na segunda metade, o jogo não teve grande história, com o Porto a segurar de forma razoavelmente tranquila a margem mínima no marcador.
O plantel de 2011 contava com uma das maiores lendas do clube, Alan, e outros nomes sonantes que tiveram depois passagem pelo Benfica, como são os casos de Artur Moraes e Lima. Já na equipa atual, Ricardo Horta e o guarda-redes Matheus são os jogadores com mais anos de casa e que pretendem elevar o emblema da cidade dos arcebispos a novas alturas.
Nos últimos anos, a política de contratações do Braga visou manter no plantel um equilíbrio entre juventude/irreverência e experiência. Os mercados do clube minhoto têm despertado as atenções, com a chegada de alguns internacionais portugueses regressados do estrangeiro, como João Moutinho ou Bruma, mas também de jovens promissores como Ismael Gharbi ou Bright Arrey-Mbi. As lesões de João Moutinho (que poderá já somar alguns minutos) e Rodrigo Zalazar são dores de cabeça com as quais Carlos Carvalhal terá de lidar na abordagem à primeira jornada da Liga Europa.
Nesta primeira fase, o Braga vai defrontar em casa Maccabi Tel Aviv, Bodo/Glimt, Hoffenheim e Lazio, e fará deslocações aos terrenos de Olympiacos, Elfsborg, Roma e Union St. Gilloise. O sorteio não foi muito antipático e permite aos bracarenses sonhar com um percurso longo na competição.
Não há nenhuma equipa fora do alcance, mas os embates com os emblemas romanos serão teoricamente os mais complicados. Assim, é importante garantir pontos contra os adversários dos potes mais fracos, onde alguns oponentes mais temíveis foram evitados (como, por exemplo, o Athletic e o Nice, dois “intrusos” do pote 4).
Tal como para a Liga dos Campeões (competição com o mesmo formato), e segundo simulações feitas pela Opta, 16 pontos praticamente garantem um lugar nos oito primeiros classificados, enquanto 15 pontos são suficientes 73% das vezes. Para garantir pelo menos o play-off, nove pontos foram suficientes em 69% das simulações.
Há uma vantagem clara no novo formato da Liga Europa: já não existem entradas de clubes provenientes da Liga dos Campeões na fase a eliminar. Assim, serão evitados alguns “tubarões” e a lista completa de possíveis adversários é desde já conhecida. Não constando do lote de principais favoritos a vencer a competição, o Braga está claramente na metade superior da lista de participantes, tanto em termos de qualidade como de experiência na competição.
Depois de uma derrota desmotivante no derby do Minho, o Braga regressou às vitórias na visita à Choupana, derrotando o Nacional por 0-3. A estreia na Liga Europa acontece já nesta quinta-feira, às 20h, com a receção ao Maccabi Tel Aviv na Pedreira.