Casa Pia AC 1-0 CD Trofense: “Gansos” com dificuldades fogem na luta pelo primeiro lugar

A CRÓNICA: JOGO EQULIBRADO COM POUCO BRILHO DECIDIDO ATRAVÉS DE CASTIGO MÁXIMO

Final de tarde em Lisboa, e no Estádio Pina Manique, Casa Pia AC e CD Trofense inauguraram a jornada 22 da Segunda Liga. Se por um lado os Gansos precisavam dos três pontos para se manterem na liderança do campeonato, a turma da Trofa continua na afirmação pela manutenção, numa luta um pouco mais folgada que a dos caseiros.

A partida começou algo confusa, com muita disputa a meio-campo e sem grande clarividência no momento de chegar ao último terço. Os primeiros dez minutos serviram para as equipas se adaptarem uma à outra e, ultrapassada essa fase, foram os forasteiros a criar o primeiro lance de perigo. Bola recuperada por Matheus, que lançou o contra ataque, jogou em Gustavo Furtado e este, com um bom remate, a fazer a bola passar bem perto do poste direito da baliza defendida por Ricardo Batista.

Os Gansos ficaram desde então avisados e, logo a seguir, criaram duas grandes ocasiões numa só jogada. Ainda assim, foram duas boas paradas de Rodrigo, que manteve o resultado a zeros.

O jogo continuou na mesma toada, algo confuso e atabalhoado, e foi num lance dessas mesmas características que surgiu o primeiro golo da partida (que não viria a contar). Depois de um ressalto, Sanca apareceu isolado, colocou a bola no fundo das redes mas, e bem, o fiscal-de-linha assinalou posição irregular do número 77 do Casa Pia AC. Tudo na mesma, mas ficou o sinal mais para os comandados de Filipe Martins.

A posse de bola ia-se dividindo, e as oportunidades também. Aos 34 minutos foi a vez do CD Trofense se aproximar novamente da baliza do adversário. Grande passe de Achouri a romper toda a defesa, mas na sequência, Bechou a fazer um autêntico passe ao guarda-redes.

Pois bem, que não marca sofre, e logo na jogada seguinte o Casa Pia AC não viria a perdoar. Castigo máximo assinalado depois de uma falta sobre Godwin, que Leonardo Lelo não desperdiçou. Bola para um lado, guarda-redes para o outro, e um zero a favor dos líderes da Segunda Liga, decorridos 37 minutos de jogo.

Até ao fim dos primeiros 45 minutos pouco se jogou, com muitas paragens por lesão, e o resultado não viria a sofrer qualquer alteração.

Para a segunda parte Filipe Martins promoveu uma alteração no meio-campo, fazendo entrar Taira para o lugar de Nuno Borges, formando uma dupla de dois membros diferentes daqueles que começaram no centro do terreno (já Neto havia entrado para substituir o lesionado Cuca).

O jogo manteve-se com qualidade um pouco aquém, e a primeira verdadeira oportunidade só chegaria aos 70 minutos. Depois de um cruzamento, Lelo apareceu ao segundo poste isolado, mas não conseguiu melhor do que atingir a malha lateral. Por esta altura, o Casa Pia AC mais parecia querer controlar o jogo do que aumentar a vantagem, e a equipa da Trofa pouco ou nada conseguiu fazer. Nova oportunidade só aos 84 minutos, e novamente dos caseiros, com o remate de Jota a passar muito perto da baliza.

Até ao fim da partida nada de relevante se passou, e o resultado acabou mesmo com uma bola a zero. Mais três pontos para os líderes do campeonato, que há condição têm agora mais três pontos do que a equipa B do SL Benfica. Do outro lado, o CD Trofense ficou com os mesmos 25 pontos, ainda mais sete do que o SC Covilhã, equipa mais acima da zona de despromoção.

 

A FIGURA

Fonte: Zito Delgado / Bola na Rede

Vasco Fernandes (Casa Pia AC) – Mais um jogo irrepreensível da defensiva do Casa Pia AC, sem qualquer golo sofrido. Todos os elementos da linha mais recuada estiveram bem, mas o destaque vai para o capitão Vasco Fernandes que, com toda a sua experiência, fez uma grande partida, não só através das suas ações, mas também comandando todo o conjunto a mais uma vitória onde foi evidente a maturidade e controlo, essencialmente na segunda parte.

 

O FORA DE JOGO

Capacidade ofensiva do CD Trofense – Obvio que não é fácil ir à casa do primeiro classificado e debater-se com o mesmo. Porém, a nível ofensivo, foram completamente anulados pela maturidade do Casa Pia AC. Neste plano, ainda que tenham tentado algumas ocasiões, mostraram a certa altura uma equipa algo apática com poucas soluções no ataque. Neste sentido, acabaram por sair derrotados de Pina Manique.

 

ANÁLISE TÁTICA – CASA PIA AC

No Casa Pia AC, a aposta no 3-4-3 já é uma tradição bem vincada que se manteve hoje uma vez mais. Ou seja, verificámos a presença de uma linha de três defesas composta por: Zach, o capitão Vasco Fernandes e Zolotic. No meio campo – a espinha dorsal da equipa – encontraram-se Cuca e a surpresa Nuno Borges que entrou em virtude de Neto, um dos titulares habituais desta equipa. Por fim, Godwin, Antoine e Sanca voltaram a ser o tridente ofensivo dos Gansos.

Durante a maior parte do jogo, o Casa Pia AC deparou-se com grandes dificuldades no processo de construção ofensiva e na criação de espaços. Estava muito difícil de chegar à baliza adversária. Outro aspeto que se verificou e que tem sido algo frequente na forma de jogar do Casa Pia AC foram as zonas que Godwin e Sanca ocuparam mais. Ambos cobriram terrenos mais interiores, deixando os laterais completamente à mercê (em diversas ocasiões) de Lucas Soares e Leonardo Lelo.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Ricardo Batista (6)

Zach (7)

Vasco Fernandes (8)

Zolotic (7)

Leonardo Lelo (7)

Nuno Borges (6)

Cuca (6)

Lucas Soares (6)

Saviour Godwin (7)

Antoine (5)

Sanca (6)

SUBS UTILIZADOS

Neto (6)

Afonso Taira (6)

Jota (6)

Banjaqui (-)

Derick Poloni (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – CD TROFENSE

No embate com o primeiro classificado Casa Pia AC, o CD Trofense de Francisco Chaló alinhou a sua equipa num 4-2-3-1 – isto mais num panorama ofensivo. A partida decorreu num ritmo equilibrado, mas mal conseguiram manter a bola e avançar pelo campo de uma forma mais ponderada e controlada. Na maior parte das vezes, exploraram o contra-ataque e as transições rápidas.

Já nas tarefas defensivas, observámos um 4-1-4-1 com uma maior pressão aplicada nos homens da frente do Casa Pia AC. De destacar o trabalho dos laterais Daniel Liberal e Keffel que  quando o adversário subia pelas faixas laterais, os mesmos abandonavam a linha defensiva e subiam um pouco mais no sentido de condicionar prontamente a progressão ofensiva do Casa Pia AC por estas zonas. Isto porque a equipa da casa costuma atacar muitas vezes pelas alas, dada a enorme qualidade e velocidade nestes territórios.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Rodrigo (6)

Keffel (6)

Marcelo (6)

Mutsinzi (6)

Daniel Liberal (7)

Vasco Rocha (6)

Matheus (6)

Achouri (5)

Beni (7)

Bechou (6)

Gustavo Furtado (5)

SUBS UTILIZADOS

Tiago André (6)

Andrezinho (5)

Rodrigo Ferreira (5)

Simão Martins (-)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Casa Pia AC

BnR: Nos últimos 12 jogos para o campeonato, a sua equipa sofreu apenas quatro golos. Pergunto-lhe primeiro se se revê muito na ideia de que “bons ataques ganham jogos, boas defesas ganham campeonato” e perguntava também se essa coesão defensiva acaba por vos dar uma confiança extra nos jogos em que se colocam em vantagem, uma vez que sabem que a partir dali dificilmente vos conseguirão ferir.

Filipe Martins: Estatisticamente, quem ganham os campeonatos são as melhores defesas, mas nós não pensamos nisso. Agora penso que é obvio que se mantivermos a nossa baliza a zero, estamos sempre mais próximos para ganhar os jogos. Só precisamos um golo para o fazer. Aliás, foi uma das coisas que eu bati muito ao intervalo: tínhamos que ir à procura do segundo golo. Só assim conseguiríamos ganhar alguma tranquilidade contra uma equipa como o CD Trofense que nunca baixa os braços, com muita qualidade e que joga sempre com a mesma intensidade.

 

CD Trofense

BnR: Pelo que me pareceu, quando o Casa Pia AC iniciava os seus ataques pelas alas, os laterais Daniel Liberal e Keffel abandonavam a linha defensiva e subiam numa tentativa de condicionar desde cedo a progressão do adversário que é muito perigoso nos corredores. Pergunto-lhe se foi este o objetivo e se foi uma das estratégias delineadas para travar a potencia ofensiva do Casa Pia AC.

Francisco Chaló: Cumprimentos pela pergunta. Foi exatamente esse o nosso objetivo. Na verdade, utilizámos um sistema híbrido: ora defendíamos com uma linha de quatro ora passávamos para um 3-4-3 ou um 5-3-2. Foi muito isso o jogo e acabámos por ser muito competentes dentro daquilo que tínhamos planeado.

 

Rescaldo da opinião de Diogo Reis e Guilherme Rodrigues.

Redação BnR
Redação BnRhttp://www.bolanarede.pt
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