Mas actualmente, os três grandes (e não só) têm investido muito nas camadas jovens e esse investimento já tem vindo a colher os seus frutos. As boas prestações de jogadores da cantera nas equipas B, na Youth League, e também nas selecções jovens levaram a que as camadas jovens dos três grandes ganhassem visibilidade e que houvesses jogadores a ganharem pretendentes ainda em tenra idade.
No entanto, existe uma coisa da qual se tem falado e que pode fazer a diferença neste processo de formação dos jogadores da cantera. Nalguns casos de jogadores, estes seguem a sua evolução passo a passo e a uma certa altura, é natural que estes sejam emprestados a um clube da Primeira Liga para continuarem a crescer e começarem a ganhar experiência na elite do futebol português.
Entretanto, na primeira reunião do G15, uma das regras propostas, foi a proibição de empréstimos de jogadores a clubes do mesmo escalão. Esta medida, caso seja posta em prática, acaba por ser uma faca de dois gumes, tanto para os clubes envolventes, como para o jogador em questão.
Porque numa certa fase da sua evolução, os jogadores dos três grandes já não se sentem motivados nem estimulados a jogarem na equipa B e como tal, o empréstimo a um clube da Primeira Liga seria o passo seguinte nas suas carreiras. De maneira que a existência desta regra poderia ser um obstáculo no crescimentos dos jovens atletas, forçando-os a procurar outras paragens.
Em contrapartida, a proibição de emprestar jogadores a clubes do mesmo escalão, também poderia incentivar os três grandes a apostarem mais nos seus jovens atletas em vez de irem gastar dinheiro em jogadores vindos de fora, levando assim a que estes clubes poupassem dinheiro.
E depois neste aspecto, os clubes nacionais até têm uma vantagem em relação aos clubes de topo: é que os clubes de topo também têm infraestruturas de topo e como tal, também jovens jogadores de grande potencial. Mas depois, são raros os casos em que os conseguem aproveitar. Só mesmo em circunstâncias muito especiais é que um clube de topo aposta num jogador da sua cantera no onze.
Mas, com a matéria-prima que possuem nas camadas jovens, com infraestruturas de topo para o seu crescimento e desenvolvimento, os três grandes possuem condições para produzirem alguns dos melhores jogadores de cada geração todos os anos. Caso os três grandes permaneçam na vanguarda do futebol de formação, nunca irão perder o mercado.
Foto de Capa: SL Benfica