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Formação nos três grandes: três políticas, a mesma visão

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Actualmente, o Sporting é uma referência na Europa a nível da formação, sendo que o seu modelo foi seguido por muitos clubes. O clube continua a apostar forte na formação, embora, na equipa B, também doseie essa aposta com a contratação de alguns activos, tais como Ryan Gauld, Pedro Delgado, Gelson Dala e Leonardo Ruiz. A aposta na formação é algo que faz parte do ADN do Sporting Clube de Portugal.

O Futebol Clube do Porto teve uma equipa entre 1999 e 2006. No entanto, o sucesso que o clube obtinha na altura tornava muito difícil a transição de jovens da equipa B. O defesa-central Ricardo Costa foi nesse período o único jogador a agarrar um lugar na equipa principal. Como tal, a equipa B azul e branca servia apenas como suporte para a equipa principal no caso de lesões e castigos, o que raramente acontecia.

Anos mais tarde, o Departamento de scouting do FC Porto criou o projecto “Visão 611”, que consistiu na identificação e recrutamento de jovens jogadores com potencial para integrar a equipa principal. Este projecto acabou por fazer de base na construção de uma nova equipa B que servisse de transição para a equipa principal.

Com isso, a política do clube na formação passa por dosear a aposta em jovens jogadores nacionais de grande potencial com a contratação de jovens jogadores estrangeiros que dessem mais competitividade à equipa, tais como Kayembe, Victor Garcia, Chidozie, Omar Govea e Wanderson Galeno. Com esta política, o FC Porto sagrou-se bicampeão nacional de juniores (2014/2015 e 2015/2016), campeão da Segunda Liga em 2015/2016 e vencedor da Premier League U-23 International Cup em 2016/2017, o que mostra que a equipa azul e branca tem matéria-prima capaz de formar uma equipa forte e competitiva no futuro, apesar das dificuldades financeiras e do insucesso desportivo actual da equipa principal.

O Sport Lisboa e Benfica também criou uma equipa B em 1999, no pior período da história do clube. Com os graves problemas financeiros que o Benfica atravessava nesse tempo, o clube não tinha as condições necessárias para formar e desenvolver os seus jovens jogadores, nem tinha a confiança dos investidores ao ponto de que estes pudessem vir a apoiar um projecto do clube baseado na melhoria das condições das camadas jovens do clube.

Os juniores do Benfica já chegaram duas vezes à final da Youth League Fonte: Sport Lisboa e Benfica - Formação
Os juniores do Benfica já chegaram duas vezes à final da Youth League
Fonte: Sport Lisboa e Benfica – Formação

Com isso, a aposta na juventude nem fazia parte da política do clube e a equipa B servia apenas para auxiliar a equipa principal. Houve apenas dois casos de jogadores formados no clube que pegaram de estaca na equipa principal: o guarda-redes Moreira e o médio Manuel Fernandes, que apesar de não terem confirmado todo o seu potencial, chegaram a ser titulares e campeões nacionais no clube encarnado.

No entanto, após a criação do Caixa de Futebol Campus, e a construção de uma nova equipa B, o Benfica tornou-se nesta década num dos clubes europeus em maior ascensão a nível da formação. Nos dois primeiros anos, a equipa B também teve bastantes jogadores estrangeiros, vários deles resgatados de empréstimos. Mas época após época verifica-se um maior foco da equipa B em promover jogadores com idade de júnior para “queimar etapas”.

Em termos de política na formação, o Benfica é, dos três grandes, o clube que dá menor importância aos resultados colectivos, estabelecendo como prioridade a evolução e motivação dos seus jovens atletas. Com a promoção de jovens da formação à equipa principal, o Benfica já lucrou mais de 200 milhões de euros em vendas.

Há também uma coisa que devo esclarecer: para mim, as equipas B também são consideradas uma etapa de formação, pois serve para que os jovens da cantera tenham o seu primeiro contacto directo com o futebol profissional e tenham aquele estímulo competitivo que lhes permite crescer e evoluir enquanto jogadores. E depois, segundo os regulamentos da UEFA, um jogador formado num clube, tem de cumprir pelo menos três temporadas nesse mesmo clube entre os 15 e os 21 anos (daí haver um Campeonato da Europa de sub-21).

Cada um com a sua política e a sua mentalidade, os três grandes têm dado um contributo importante para que os jovens jogadores portugueses fossem abordados de outra forma. E o futebol português ficou a ganhar.

Foto de Capa: FC Porto

Artigo revisto por: Beatriz Silva

Tiago Serrano
Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.

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