📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Fernando Gomes, passemos das palavras bonitas à ação

- Advertisement -

Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, tem tido bastante protagonismo nesta altura de grandes decisões para o futebol português. Cada decisão correta é timidamente saudada, mas cada tiro ao lado ecoa por dias e dias.

Num artigo publicado no jornal “A Bola”, o presidente da FPF lança alguns pontos que diz serem respostas prontas a dar às exigências a que uma pandemia obriga. Nesta artigo, tentarei, ponto por ponto, destrinçar cada uma dessas respostas.

Começa por esclarecer que “o futuro do futebol português não está garantido” e que “temos de começar bem”. Arrisco-me a dizer que não, não começamos bem e que sim, por este andar nada está garantido. Mas já lá vou. No primeiro ponto, titulado “AJUDAR”, temos muita parra e pouca uva.

Não basta repetir que uma das missões da FPF é ajudar e ver, semanas após semanas, jogadores do Campeonato de Portugal com dificuldades até para voltar ao país de origem. Uma boa forma de ajudar seria combater as direções amadoras e mais viradas para os próprios interesses do que para o dos seus atletas e clube.

No ponto seguinte, a que chamou de “CURTO PRAZO”, o presidente da FPF acertou em cada linha que lavrou. É, de facto, imperativo que se repense a forma de conduzir o futebol em Portugal. Os destinos próximos de qualquer clube não pode estar dependente do “mercado que fecha, o remate que sai ao lado, o golo no último minuto”. Um clube português deve crescer sustentadamente e ter nos resultados desportivos o fim e nunca um meio de sobrevivência.

No parágrafo nomeado “RECURSOS HUMANOS”, Fernando Gomes tem em mim um subscritor intransigente. Não se pode substituir o treinador ou um determinado jogador como se de meras peças de um jogo de tabuleiro se tratassem.

A sua valia será provada ao longo do tempo, mas nunca ao fim de apenas três ou quatro jornadas. Há processos e rotinas a adquirir e três ou quatro semanas nunca foram nem jamais serão suficientes. No entanto, o exemplo do Campeonato Europeu dado por Fernando Gomes parece-me forçado; já tivemos melhores seleções e treinadores com ideias mais ofensivas, o título chegou em 2016 como podia ter chegado em 2004.

Sob o pretexto do “EMPREGO”, foram redigidas linhas muito interessantes, das quais retenho a preocupação em não permitir o “profissionalismo encapotado” nem que se “vendam ilusões a jovens”. Isso devia ter sido a primeira das preocupações, a par da proteção do atleta português, bem antes da reformulação dos escalões inferiores.

O ponto “COMPETIR” é curto e pálido demais para o que o próprio exige. Bem espremido ficamos com uma mão vazia e outra cheia de nada. A afinação dos quadros competitivos foi timidamente abordada, mas pelo que se viu nos últimos dias é mais do mesmo; continua a ser benéfico para uma quantidade aceitável de clubes, mas ficaremos atentos se as taxas de inscrição de atletas e o custo médio de organização de um jogo serão, de facto, alvos de uma “redução significativa”.

“MELHOR, COM MENOS” parece um lema ambicioso e vencedor mas, na verdade, é tudo o que os clubes podem fazer; tentar o melhor possível, com tão pouco. Se excluirmos os clubes “grandes”, que arriscam, falham e voltam a falhar porque querem, que outra solução têm os clubes para sobreviver a uma época senão comprar muito e barato?

No entanto, o facto de se tentar fazer a Primeira Liga um produto apetecível aos olhos do exterior, não obriga a abandonar as competições inferiores, como esteve o Campeonato de Portugal até há bem pouco tempo. É de saudar a atenção que tem merecido no último ano, mas não chega!

“NÓS E A EUROPA” não podia ser mais utópico. É verdade que aumentaremos a participação portuguesa nas competições europeias ao terminar em sexto no ranking UEFA, mas não é menos verdade que se o desempenho for semelhante ao da presente época rapidamente reduziremos esse contingente de participantes.

E colocar as vendas dos direitos televisivos da Primeira Liga na mesma frase dos da Liga Inglesa é pura brincadeira. A Liga Inglesa estuda até as cores da relva e da bancada nas transmissões, tudo para que o que nos apareça na televisão de casa seja mais apelativo. Em Portugal ainda temos jogos a terminar por volta das 23 horas. Como disse, é pura brincadeira.

Por fim, permitam-me fundir o ponto “TEMPO ÚTIL” com o do “DESAFIO DO PRESIDENTE”. Parecem-me indissociáveis. É, para mim, um dos maiores desafios do presidente, não só fazer cumprir o tempo útil desejado, mas também fazer os clubes perceberem que “as regras precisam de ser duras, apertadas e para cumprir”.

Custa-me, no entanto, ouvir que as pessoas vivem sem o futebol. O adepto tem aprendido a viver sem futebol, mas e os atletas? Não são parte da população que merece também a nossa atenção? Interessa garantir o futuro do futebol não só como entretenimento do adepto, mas principalmente como fonte de emprego e de consideráveis receitas deste país à beira mar plantado.

Diogo Pires Gonçalves
Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Benfica reforça críticas à arbitragem e realça palavras de José Mourinho: «Penálti daqueles que se esquecem porque o resultado foi 0-4»

O Benfica venceu o Moreirense por 4-0 na Primeira Liga. Águias reforçaram palavras de José Mourinho em conferência de imprensa.

Toluca de Paulinho sagra-se bicampeão no México com golo do português na final

O Toluca carimbou a reviravolta na final da Liga Mexicana e é campeão. Paulinho foi fundamental na final com um golo importante.

Já está definida a final da Taça do Brasil após 2 desempates por penáltis

A final da Taça do Brasil já está definida. Corinthians e Vasco da Gama carimbaram a presença no derradeiro jogo da prova.

José Mourinho responde ao Bola na Rede: «É o típico jogo que, se está no banco um daqueles alas que corre, morde e marca,...

José Mourinho analisou o triunfo do Benfica sobre o Moreirense. O técnico respondeu à pergunta do Bola na Rede em conferência de imprensa.

PUB

Mais Artigos Populares

Arouca quebra série de 5 derrotas consecutivas e volta a ganhar na Primeira Liga

O Arouca venceu em casa o Alverca por 1-0 na jornada 14 da Primeira Liga. Lobos saem da zona de despromoção.

Trofense bate Fafe e salta para a liderança do Grupo A da Liga 3: Eis os resultados do dia

O Trofense venceu por 2-1 o Fafe, em jogo da décima terceira jornada da Liga 3. Com a vitória, a equipa de Trofa assume a liderança do Grupo A.

José Mourinho após goleada ao Moreirense: «Foram bravos, é pena que não lhes possa dar um dia, porque na quarta-feira há jogo»

José Mourinho falou sobre vários temas em conferência de imprensa. Benfica venceu o Moreirense por 4-0 na Primeira Liga.