EUA vencem Mundial Feminino: Lloyd desenhou o que as japonesas não conseguiram impedir

cab futebol feminino

Arrepiante, quase inacreditável e histórico. Na madrugada de domingo, 5, para segunda-feira, 6 de julho, os Estados Unidos da América derrotaram o Japão (5-2) na final do Campeonato Mundial Feminino de Futebol. Pela primeira vez na história da competição uma equipa chega ao terceiro título (1991, 1999 e 2015).

Carli Lloyd. É dela, tem de ser dela, o maior destaque. De muitas se faz uma equipa e com muitas se conquistam títulos, mas na final do Mundial mais mediático de sempre foi a jogadora dos Houston Dash a fazer história. Se até então nunca uma equipa havia marcado mais do que três golos numa decisão… Aos 20 minutos já Lloyd somava três golos.

Não é um erro, não. Em 20 minutos, vinte!, os Estados Unidos conseguiram um começo arrasador e quatro golos frente à segunda melhor equipa do mundo, o Japão, que procurava revalidar o título conquistado em 2011, frente aos mesmos EUA, nas grandes penalidades.

A equipa de futebol feminino dos Estados Unidos é um verdadeiro caso de uma junção agradável de fenómenos técnicos, tácticos e, também, de popularidade. Nunca o futebol (o verdadeiro futebol) foi tão popular no país, e o que as comandadas de Jill Ellis fizeram mais ninguém faz. São elas o principal rosto da modalidade no país, não a equipa masculina, e o povo sabe-o. Sabe-o e sai às ruas para assistir aos encontros, para celebrar, para lhes agradecer. É uma verdadeira festa, e o Mundial deste ano, no Canadá e a poucos quilómetros de casa, não foi excepção.

Vamos ao jogo jogado: de Lloyd se fez a história, sim, mas atrás da ponta-de-lança de 32 anos estava uma verdadeira equipa. E é aí que reside a fórmula de sucesso dos EUA, campeãs olímpicas em 2012, vencedoras da CONCACAF em 2014 e agora do Mundial. Da solidez de Hope Solo (a melhor guarda-redes do torneio) na baliza à consistência de Ali Krieger e Kelley O’Hara na defesa (não esquecendo Julie Johnston) e Heather O’Reilly, Lauren Holiday, Tobin Heath e Morgan Brian no meio-campo, o conjunto tem assegurada qualidade técnica e táctica quer em tarefas defensivas quer ofensivas, quando são chamadas à causa jogadoras como Amy Rodriguez, Sydney Leroux e, claro, Alex Morgan, uma das figuras da equipa (e até do Mundial anterior, quando tinha apenas 22 anos).

Como pilares que sustentam toda uma grande estrutura estão Christie Rampone e Abby Wambach, que ontem, já nos instantes finais do duelo, entraram em campo para pouco depois poderem erguer o troféu. Uma na defesa, com 40 anos e 308 jogos, a outra lá na frente, com 35 e 249 jogos. Ellis, a capitã, não temeu e tirou-as do ‘onze’ quando teve de o fazer, caso dos encontros a eliminar, mas não hesitou em fazê-las regressar num momento marcante para a equipa, para as jogadoras e para o país.

Porque uma final se faz de duas equipas, também o Japão merece palavras. Campeãs em título, as pupilas de Norio Sasaki – que chegou a colocar a eterna Homare Sawa em campo naquele que foi o seu sexto (!) mundial – tinham a há anos impensável possibilidade de igualar os EUA e a Alemanha (2003 e 2007) com dois títulos mundiais e revalidar o troféu conquistado há quatro anos, em Frankfurt. O começo histórico de Lloyd cortou-lhes as aspirações. Mas não o sangue nipónico, que continuou a correr ao longo dos 90 minutos e ainda se viu semi-compensado, com o conjunto derrotado a chegar mesmo ao segundo golo no começo da última parte. A resposta, no entanto, não tardaria e uma vez mais a ‘equipa azul’ via-se fora do jogo.

Percurso do Japão até à final: 1-0 vs Suíça, 2-1 vs Camarões e 1-0 vs Equador [fase de grupos]; 2-1 vs Holanda, 1-0 vs Austrália, 2-1 vs Inglaterra;

Percurso dos EUA até à final: 3-1 vs Austrália, 0-0 vs Suécia, 1-0 vs Nigéria [fase de grupos]; 2-0 vs Colômbia, 1-0 vs China, 2-0 vs Alemanha.

O Campeonato do Mundo de Futebol Feminino de 2015, recorde-se, disputou-se sempre em relva sintética e foi o primeiro da história a contar com a presença de 24 equipas.

Foto de capa: Página de Facebook do FIFA Women’s World Cup

Gaspar Ribeiro Lança
Gaspar Ribeiro Lançahttp://www.bolanarede.pt
Futebol, ténis, Fórmula 1... Com o passar dos anos mais desportos fazem parte do seu quotidiano e lhe ocupam bons pares de horas em estádios ou em frente ao computador e à televisão. Não há, no entanto, maior paixão do que aquela que tem por Liverpool Football Club e Futebol Clube do Porto. "Impossível escolher".                                                                                                                                                 O Gaspar não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Yann Karamoh a caminho do FC Porto: quem é o reforço fora de horas dos dragões?

Yann Karamoh está muito perto de se transformar no próximo reforço do FC Porto. O jogador está livre no mercado.

Eis os números da 2ª passagem de Bruno Lage como treinador do Benfica

Bruno Lage foi demitido do comando técnico do Benfica. O técnico não resistiu à derrota com o Qarabag e deixa as águias cerca de um ano depois.

Antigo jogador do Famalicão com vida complicada o Villarreal: já apontam ex-PSG ao seu lugar

Luiz Júnior foi uma das figuras pela negativa da partida entre o Villarreal e o Tottenham, contando com grande culpa no golo dos londrinos.

Quem são os 4 treinadores do Benfica na era Rui Costa?

O Benfica procura o quinto treinador da era Rui Costa. Despedimento de Bruno Lage vai fazer a lista aumentar nos próximos dias, com José Mourinho a chegar.

PUB

Mais Artigos Populares

Antes de ser despedido, Bruno Lage foi responsável pelo mercado do Benfica: eis os 8 reforços contratados no verão

Bruno Lage já não é treinador do Benfica. Antes da demissão, o treinador confessou ter tido impacto no mercado das águias, num verão em que chegaram oito jogadores aos encarnados.

Francesco Farioli não vai mexer: Pablo Rosario continua na lateral direita do FC Porto

Pablo Rosario vai manter-se como lateral direito nos próximos jogos do FC Porto, devido às ausências por lesão.

Martim Mayer fala em ‘Special One’ e comenta momento do Benfica: «A inevitável decisão de despedir Bruno Lage peca por tardia»

Martim Mayer comentou a saída de Bruno Lage do Benfica e a iminente chegada de José Mourinho ao clube. Candidato à presidência dos encarnados reagiu.