No palco mais imponente do futebol europeu feminino, uma figura destacou-se não apenas pela exibição decisiva, mas por tudo o que representa: Hannah Hampton, guarda-redes da seleção inglesa, foi a protagonista da final do Euro 2025. Com duas defesas nos penáltis frente à Espanha, garantiu o segundo título europeu consecutivo para as inglesas e selou o seu nome na história do desporto inglês.
Hampton vive desde cedo com um problema visual congénito, um estrabismo que afeta a perceção de profundidade. Foi operada várias vezes na infância, e durante anos ouviu que o futebol de alto nível talvez não fosse compatível com a sua condição.
Com uma limitação assim, o trabalho de guarda-redes torna-se dez vezes mais difícil, mas Hannah sempre mostrou de que é feita da garra tipicamente inglesa.
Aprendeu a adaptar-se, estudando os padrões dos adversários, ajustando o posicionamento e desenvolvendo uma capacidade impressionante de antecipação. Esse detalhe, muitas vezes ignorado, revela uma atleta que construiu o sucesso com mais do que talento, mas com estudo, resiliência e coragem.
Num duelo titânico entre as duas potências do futebol europeu feminino, Inglaterra e Espanha ofereceram ao mundo uma final memorável do Euro 2025, repleta de emoção, talento e nervos de aço.
Após 120 minutos de futebol intenso, o jogo terminou empatado a 1-1. Mas foi nas grandes penalidades que surgiu a heroína improvável da noite: Hannah Hampton, a guardiã da baliza inglesa que se agigantou para garantir o título às Lionesses com um desempenho digno de lenda.
A Espanha entrou melhor na partida. Impôs o seu já habitual domínio técnico e marcou aos 25 minutos, com Mariona Caldentey a cabecear com precisão após o cruzamento milimétrico de Olga Carmona. A Inglaterra reagiu com maturidade e, já na segunda parte, Chloe Kelly, cruzou com perfeição para a finalização certeira de cabeça de Alessia Russo, restabelecendo o empate aos 57 minutos.
O jogo prosseguiu com oportunidades para ambos os lados, mas também com muita tensão. Aitana Bonmatí, a estrela catalã e atual Bola de Ouro, tentou assumir as rédeas, mas encontrou uma muralha chamada Hampton. E que muralha!
Já nos penáltis, foi ela a primeira a falhar: Hampton leu com precisão o remate e defendeu. Mariona também não escapou ao destino, vendo a sua tentativa novamente parada pela camisola 1 inglesa.
Com duas defesas nas penalidades, segurança absoluta no jogo aéreo e uma saída de bola que deu tranquilidade à linha defensiva, Hannah Hampton foi eleita, com toda a justiça, a Jogadora da Final.
Um reconhecimento merecido não só pelo que fez naquele jogo, mas pelo que simboliza: uma atleta que superou limites físicos e dúvidas externas para se tornar um dos pilares de uma geração campeã.
Hampton representa o novo perfil de guarda-redes no futebol moderno: técnica, estratégica e emocionalmente forte.
A guarda-redes de 24 anos não só travou as melhores da Espanha, como também demonstrou uma maturidade e frieza de veterana: qualidades que colocam o seu nome entre os grandes ícones do futebol feminino inglês.
A defensora das inglesas foi alvo de inúmeros elogios, entre os quais se destaca o da selecionadora inglesa: “Não é apenas por ter defendido os penáltis. A forma como Hampton geriu o jogo e transmitiu confiança foi decisiva”.
A Inglaterra conquista o Euro Feminino 2025 após ter vencido a mesma competição em 2022, consolidando-se como potência dominante, e grande bicampeã europeia.
As inglesas celebraram em Paris, mas o futebol feminino europeu inteiro saiu vencedor de uma noite em que o talento brilhou e a emoção tomou conta de todos. E no centro da glória, um nome que ficará marcado em pedra: Hampton.