NWSL: Porque o futebol feminino joga-se (e bem); não são só ‘meninas bonitas’!

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Futebol feminino. Todos aqueles que ainda se regem pela norma “o futebol feminino resume-se a meninas bonitas que passeiam com uma bola pelo campo” estão enganados – bem enganados. O futebol feminino é mais do que isso e tem vindo a ser tido cada vez mais em consideração desde o Campeonato do Mundo de 2011, onde o Japão derrotou de certa forma surpreendente os Estados Unidos da América na grande final.

Sim, Hope Solo ainda ‘faz’ capas de revistas, e Alex Morgan (a outra menina bonita do futebol norte-americano) encanta qualquer um quando a vemos. Mas há mais: a primeira é a melhor guarda-redes da actualidade, e a segunda uma das melhores jogadoras do mundo. Mais do que a beleza, brilham dentro dos campos e na noite deste domingo estiveram frente a frente num jogo que mudou a história dos acontecimentos na recém reformulada National Women’s Soccer League. É, aliás, do Campeonato Nacional Feminino dos Estados Unidos da América que vos falo hoje. Se não acompanham, não sabem o que estão a perder: mais do que meninas bonitas dentro de um campo, aqui joga-se bom futebol.

Como dizia, o futebol feminino mudou muito nos últimos tempos – mais jogadoras, mais equipas e, acima de tudo, muitos mais seguidores – e com isso também a liga americana ganhou uma outra visibilidade e competitividade. Dentro do campo estão agora, sempre e sem qualquer excepção, 22 jogadoras com muita qualidade – as mesmas que depois lutam pelo apuramento das selecções americanas para os Campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos.

Há três, quatro anos, o futebol mudou na parte norte-americana do continente. Depois do grande sucesso da Major League Soccer, a liga feminina é agora muito acompanhada pelos mais variados grupos de seguidores: desde adolescentes apaixonados pela generalidade do desporto a cidadãos mais velhos que descobriram a vertente feminina, sem esquecer o grande aumento de cobertura feita pelos media. A título de curiosidade, e fazendo um atalho antes de regressarmos à história e impacto da liga feminina norte-americana, estiveram presentes 17 000 espectadores no jogo entre Seattle XXX e Portland Thorns disputado no passado domingo.

Para percebermos o crescimento do futebol feminino é necessário recuarmos ao dito Mundial, aos tempos em que Hope Solo (sim, ela mesmo) encantava – porque é impossível afastar do aumento mediático a cobertura que grande parte das atletas começou por ter devido à sua beleza dentro do campo – enquanto travava praticamente todos os remates com que era confrontada, e Alex Morgan, então uma jovem de apenas 21 anos, já liderava a sua selecção à final da competição. Solo e Morgan, porque são elas as principais (não únicas, mas principais) responsáveis pelo grande e rápido crescimento do futebol feminino nos Estados Unidos.

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Megan Rapinoe e Alex Morgan em acção no Mundial disputado na Alemanha, um ano antes de levarem os Estados Unidos ao Ouro Olímpico (Martin Rose/Getty Images Europe)

Naquele Mundial, disputado no terreno de uma das maiores rivais, a Alemanha, e um pouco à semelhança do que em 2014 aconteceu com a selecção masculina no Brasil, criou-se uma enorme ligação entre atletas e adeptos. Mesmo separados por milhares de quilómetros, os norte-americanos acompanharam fervorosamente a caminhada das suas compatriotas até ao vice-campeonato decidido nos penáltis, enquanto, em simultâneo, a Europa se rendia também ela ao seu talento. O mesmo aconteceu nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, onde a selecção americana voltou a estar em destaque e não parou até conquistar o Ouro.

Desde aí, a popularidade do desporto alargou-se à vertente feminina e, mais do que isso, estendeu-se a equipas. A selecção continua a ganhar visibilidade e seguidores, mas também as equipas inscritas na National Women’s Soccer League são agora muito acompanhadas.

Aqui, reflecte-se bem o estilo norte-americano: com nove equipas inscritas (Bonston Breakers, Chigado Red Stars, Houston Dash, Kansas City, Portland Thorns, Seattle Reign, Sky Blue, Washington Spirit e Western New York Flash), que disputam entre si uma fase de ‘todas contra todas’, à semelhança dos campeonatos europeus e sul-americanos, a competição termina com um restrito lote de conjuntos (quatro) apurados para um playoff, sendo então apurada a grande vencedora da temporada através de um sistema de meias-finais e final. Este fim-de-semana deu-se por concluída a fase regular, e foram apuradas as quatro equipas semi-finalistas: Seattle Reign, Kansas City, Portland Thorns, Washington Spirit.

(Segunda Parte do Texto AQUI)

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