6 reviravoltas com ADN de Dragão | FC Porto

FC Porto Cabeçalho

Os portistas voltaram a puxar dos galões e a fazer uma reviravolta histórica frente ao Sporting para conquistar a Supertaça Cândido Oliveira. A equipa do FC Porto começou muito mal o jogo, permitindo que os lisboetas chegassem com alguma facilidade a uma vantagem de três golos. Tudo parecia estar perdido.

A equipa da cidade Invicta, completamente encostada às cordas, podia ter levado o quarto e adivinhava-se uma humilhação histórica e o início de uma temporada desastrosa na estreia de Vítor Bruno enquanto treinador principal. Mas como em muitos momentos da história do FC Porto, a mística – marca imaterial dos portistas – veio ao de cima e permitiu uma reviravolta que vai entrar diretamente para o museu e para os pergaminhos de glória dos azuis e brancos.

Eis mais alguns momentos que estão escritos nessas linhas:

1.

Benfica 1-2 FC Porto – Primeira Liga 2015/2016 – O cenário estava longe de ser ideal para os azuis e brancos. Lopetegui tinha sido despedido recentemente e José Peseiro pegava numa equipa desnorteada a seis pontos do líder Sporting e do campeão em título Benfica.

A deslocação à Luz não augurava nada de bom e Mitroglou confirmou esse presságio com um golo aos 18 minutos após um passe de Renato Sanches. O mexicano Herrera empatou para os Dragões com um remate colocado fora de área aos 24 minutos e o camaronês Vicent Aboubakar, depois de uma triangulação perfeita com Brahimi e André André, fez a reviravolta para os azuis e brancos aos 64 minutos.

Um jogo que ficou marcado pela exibição de gigante de Iker Casillas que fez defesas incríveis nomeadamente a um “remate” do central azul e branco Martins Indi que pôs à prova os reflexos do gigante guardião espanhol. Um jogo onde o Benfica foi bem melhor que o FC Porto, mas onde os portistas revelaram mais fibra para conseguir segurar o ímpeto ofensivo do Benfica e carimbar a reviravolta num estádio da Luz cheio e contra uma equipa que era mais forte coletivamente como se veio a confirmar no fim do campeonato.

2.

FC Porto 5-1 Villareal – Meia-Final Liga Europa – Um jogo caseiro difícil para a equipa de André Villas-Boas. O campeonato já estava resolvido e agora as aspirações dos azuis e brancos passavam por marcar presença na final de Dublin para garantir mais uma final europeia para o FC Porto. Para isso, tinham que derrotar o difícil Villarreal de Cazorla, Rossi e Diego Lopez.

A primeira parte foi bastante equilibrada, mas caiu mesmo para a equipa espanhola com um golo de Nilmar aos 45 minutos. Mas o guião desta época dourada do FC Porto já estava escrito e Falcão encarregou-se de o interpretar: quatro golos do colombiano numa segunda parte épica dos Dragões que fecharam a eliminatória logo na primeira mão.

Uma exibição lendária do ponta de lança portista – para sempre falada – e uma reviravolta épica pela dimensão que teve e pelo que simbolizava: mais uma final europeia para o FC Porto. Fredy Guarin marcou o outro tento portista e a meia-final pintava-se com as cores da Colômbia.

3.

Manchester United 2-3 FC Porto – Oitavos de Final Liga dos Campeões – Toda a eliminatória, tanto o jogo em casa como o de fora, é um conto de fadas épico que retrata na perfeição o que é o ADN FC Porto. Os portistas passaram a fase de grupos em 2.º lugar atrás dos galácticos do Real Madrid e tinham pela frente outro colosso do futebol mundial: o Manchester United de Ferguson, Giggs, Scholes, van Nistelrooy e de um jovem chamado Cristiano Ronaldo. 

O primeiro jogo em casa assinalava a estreia do Estádio do Dragão em competições europeias e o anfiteatro dos portistas não desiludiu. Ambiente incrível que só gelou ao minuto 14. Quinton Fortune aproveitou uma defesa incompleta de Vitor Baía para colocar os ingleses na frente e Alenichev assistiu para Benni McCarthy aos 29 minutos para empatar o jogo.

O melhor estava reservado para o minuto 78: cruzamento de Nuno Valente e a cabeça de McCarthy protagonizou um dos golos de cabeça mais bonitos da história do futebol. Remate potente do sul-africano sem hipóteses para Tim Howard com o Dragão a enlouquecer e a vir abaixo. O FC Porto derrotava o colosso Manchester United em casa, mas ainda faltava a 2.º mão no teatro dos sonhos.

Paul Scholes colocou os “red devils” na frente da eliminatória com um cabeceamento aos 32 minutos. Os ingleses tiveram controlo sobre o jogo, mas à medida que o relógio se aproximava dos 90 minutos, o teatro dos sonhos começou a ficar um pouco intranquilo com algumas perdas de bola e com algumas aproximações a área do Manchester United.

Aos 90 minutos surge nova janela de oportunidade para os Dragões. Benni McCarthy assume um livre que era para ser batido por Ricardo Fernandes. A bola vai com a direção certa, mas Tim Howard faz uma defesa incompleta. O resto é história. Costinha aparece na cara do golo para assumir a recarga e coloca a bola dentro da baliza. Um dos festejos mais icónicos do médio do FC Porto e de José Mourinho.

O teatro dos sonhos congela completamente e o ADN do FC Porto vem ao de cima ao bater o favorito Manchester United. Os Dragões estavam nos quartos e acabam por conquistar a Liga dos Campeões em Maio frente ao Mónaco.

4.

Estoril 2-3 FC Porto – Primeira Liga 2021/2022 – No fim da primeira volta da edição do campeonato 2021/2022, o FC Porto encontrava-se em perseguição ao Sporting e, com o desaire dos leões nos Açores, os Dragões tinham a oportunidade de passar para a frente do campeonato se batessem o Estoril que estava com a equipa bastante desfalcada derivado a vários casos de Covid-19.

A primeira parte não acabou nada bem para os portistas. O Estoril foi para o descanso a vencer por 2-0 com golos de Arthur Gomes e com uma grande penalidade batida por André Franco – atual jogador dos azuis e brancos.

O clube da cidade invicta entrou completamente transfigurado na segunda parte e partiu para cima da equipa da casa. Medhi Taremi iniciou o grito de revolta dos azuis e brancos aos 49 minutos depois de uma jogada de Luís Diaz. O colombiano, claramente o mais inconformado com o resultado, era o que assumia maior protagonismo no ataque portista.

Aos 84 minutos faz o golo do empate depois de um remate rasteiro já dentro da grande área. Os Dragões recuperavam de uma desvantagem de dois golos, mas ainda não chegava para passar para a liderança do campeonato. Aos 89 minutos, Luís Diaz (quem mais?) desengata mais uma jogada individual, cruza rasteiro para a área e Francisco Conceição aparece na pequena área para consumar a reviravolta azul e branca.

Estava feito o terceiro golo dos Dragões e estava consumada uma das vitórias mais importantes numa época em que o FC Porto acabaria por se sagrar campeão nacional.

5.

FC Porto 2-1 Benfica – Primeira Liga 2012/2013 – Penúltima jornada do campeonato. O Benfica deslocava-se ao Dragão com a liderança isolada da Liga e tinha a vantagem de conseguir jogar com o empate para preservar o primeiro lugar para a última jornada do campeonato.

Ao Dragão só interessava ganhar e o Estádio interpretou essa necessidade da melhor forma. Ambiente incrível que gelou ao minuto 19. Lançamento lateral de Toto Salvio, muitos ressaltos na área com a bola a sobrar para Lima que só teve de encostar perto da linha de golo. O Benfica estava a ganhar no Dragão e era o “virtual campeão” e estava a caminho de fazer a festa no estádio do maior rival, repetindo a façanha de André Villas-Boas.

Cinco minutos depois, Silvestre Varela cruza e um desvio de Maxi Pereira trai Arthur Moraes. É o empate para o FC Porto e renasce a esperança portista. O jogo foi muito equilibrado e disputado, só que a equipa liderada por Jorge Jesus começou a baixar demasiado as linhas e a tentar segurar o empate que permitia à equipa da Luz ir para a última jornada enquanto líder do campeonato. Os Dragões mostraram fibra e o ADN voltou a vir ao de cima.

Dois heróis improváveis a vir do banco. Kelvin recebe uma bola de Silvestre Varela e lança imediatamente o esférico para Liedson. O “levezinho” que fez história no Sporting vê a desmarcação do compatriota e coloca-lhe a bola mesmo à entrada da área. O extremo desfere um pontapé cruzado indefensável e faz a cambalhota no marcador.

O minuto 92 fica para sempre no coração dos portistas como uma das reviravoltas mais emblemáticas da história do clube e, provavelmente, o golo mais festejado de sempre no Estádio do Dragão.

6.

FC Porto 2-1 Bayern Munique – Final da Taça dos Campeões Europeus 1986/1987 – O gigante FC Porto europeu ganhou forma nesta data.

Depois de ter perdido a final da Taça das Taças em 1984 contra a Juventus, os Dragões voltaram a nova final europeia três anos depois. Pela frente tinham o poderoso Bayern de Munique de Matthaus, Rummenigge e Flick. Para piorar as hipóteses portistas, o bibota de ouro Fernando Gomes estava fora do jogo tal como o central Lima Pereira. A equipa azul e branca entrou destemida no jogo, criando várias oportunidades e desferindo alguns remates em direção da baliza defendida por Jean-Marie Pfaf.

A equipa germânica respondeu aos ataques portistas de forma eficaz. Lançamento lateral para a equipa da Baviera, desvio de Jaime Magalhães e Kogl remata de cabeça para fazer o primeiro golo do Bayern aos 24 minutos. Estava feito o primeiro golo do encontro e o FC Porto encontrava-se em desvantagem contra o favorito campeão alemão.

Do lado azul e branco, Paulo Futre era o mais inconformado. Inúmeras jogadas de fazer corar Diego Armando Maradona, mas a sorte não estava a sorrir aos azuis e brancos e o jogo parecia ter um desfecho favorável aos alemães. Só que aos 77 minutos, Sousa faz um passe para Juary e este, dentro de área, consegue fazer a bola chegar a um mágico: Rabah Madjer. O argelino, de calcanhar, faz o empate para os portistas e os poucos adeptos presentes em Viena vão à loucura.

O FC Porto estava vivo e acreditava que conseguia disputar esta final contra o Bayern. Dois minutos depois, inversão dos protagonistas da jogada do primeiro golo dos Dragões. Madjer tem um lance de génio e tem espaço para cruzar para a pequena área onde aparece Juary a fazer o segundo golo do FC Porto.

Reviravolta dos Dragões e estava escrita uma das páginas mais douradas da história do futebol português e uma reviravolta histórica com muito ADN Porto.

Rafael Velho
Rafael Velhohttp://www.bolanarede.pt
O Rafael é estudante de Jornalismo e Comunicação e é observador assíduo da Premier League e da liga mais espectacular do mundo que é a NBA. Chora e vibra pelo Porto e o seu maior talento é ser treinador de bancada. Dentro dos pavilhões assume-se como um adepto dos LA Lakers desde que se apaixonou pela beleza do Basquetebol.                                                                                                                                                 O Rafael escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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